A instabilidade atlantoaxial é uma alteração multifacetada, diartrodial e causa instabilidade da articulação atlantoaxial. Esta afecção também é conhecida como subluxação atlantoaxial e luxação atlantoaxial (FERREIRA; TUDURY, 2015).
Pode ser causada por uma anormalidade congênita ou adquirida. Nesta afecção ocorre uma instabilidade articular das duas primeiras vértebras cervicais, o atlas e o áxis, produzindo uma flexão excessiva na qual a superfície cranial do corpo do xis desloca-se dorsalmente em relação ao canal vertebral com consequente compressão espinhal e suas raízes nervosas (DE LAHUNTA; GLASS, 2009; FERREIRA; TUDURY, 2015).
Os sinais clínicos variam de acordo com o grau de luxação, podendo apresentar desde rigidez e dor cervical até paraparesia espástica, e às vezes tetraplegia. Estes sinais podem surgir lentamente ao longo de alguns meses ou até mesmo de forma aguda.
Os aspectos clínicos da subluxação atlantoaxial pode assemelhar-se a outras afecções da coluna cervical, portanto o diagnóstico é baseado em resenha, anamnese, sinais clínicos, exame neurológico e confirmado por exames de imagem (FERREIRA; TUDURY, 2015).
Recomenda-se que o exame radiográfico seja realizado com o animal anestesiado para que se obtenham projeções adequadas (ECOUTEUR; CHILD, 1997).
O tratamento da instabilidade atlantoaxial congênita pode ser conservativo ou cirúrgico. O primeiro é indicado aos pacientes com sinais clínicos leve e baseia-se na utilização de colar cervical por no mínimo seis semanas, anti-inflamatórios e no confinamento do animal (FERREIRA; TUDURY, 2015). Já o segundo é indicado ao animal que apresenta disfunção neurológica moderada a severa, ou quando a terapia medicamentosa não apresenta resposta. O mesmo apresenta duas categorias de abordagem que visam reduzir e estabilizar a articulação atlantoaxial: dorsal e ventral (ECOUTEUR; CHILD, 1997; FERREIRA; TUDURY, 2015).
Referências
DE LAHUNTA, A.; GLASS, E. Small animal spinal cord disease. In: Vetrerinary neuroanatomy and clinical neurology. 3. Ed. St. Louis: Saunders Elsevier, 2009. p. 243-284.
ECOUTEUR, R. A.; CHILD, G. Afecções da medula espinal. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. Tratado de medicina veterinária interna. 4. Ed. São Paulo: Manole, 1997. V. 1, cap. 83, p. 903-906.
FERREIRA, D. R. C.; TUDURY, E. A. Técnicas de redução e estabilização da subluxação atlantoaxial em cães – revisão de literatura. Revista Clínica Veterinária, ano XX, n. 119, p. 56-74, 2015.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Marcos Vinícius Mendes Silva
Atualmente é doutorando pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade
de São Paulo (FMVZ-USP). Possui mestrado em Ciência pela FMVZ-USP (2011). Possui especialização em Processamento e controle de qualidade
de carne, leite e ovos pela Universidade Federal de Lavras - UFLA (2007). Possui graduação em
Medicina Veterinária pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC
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