Grandes vasos e circulação periférica abdominal em cães e gatos

Animais obesos e agitados também dificultam a realização minuciosa do exame
Animais obesos e agitados também dificultam a realização minuciosa do exame

Veterinária

24/04/2013

As lesões obstrutivas das artérias e veias periféricas são incomuns nos cães e nos gatos, e talvez esses, sejam os principais motivos da restrição de sua utilização.

Os angiogramas e flebogramas permitem a visibilização das alterações anatômicas da luz interna do vaso, porém não fornecem informações sobre a natureza do fluxo sanguíneo.

A reação de hipersensibilidade ao contraste iodado e a função renal comprometida são condições limitantes à realização de estudos contrastados. Esses procedimentos são considerados invasivos e podem provocar lesões vasculares iatrogênicas.

Além disso, são inadequados nos estágios assintomáticos da doença circulatória ou para realizar estudos seriados ambulatoriais.

A abordagem diagnóstica do sistema vascular periférico, combinando a ecografia modo-B e o Doppler pulsado, tem sinalizado novos caminhos desde os anos 90 na medicina veterinária no Brasil.

Essas técnicas revelaram-se fidedignas no estudo dos vasos periféricos em seres humanos e acreditamos ter a mesma utilidade em pequenos animais.

As limitações geralmente derivam da dificuldade em visibilizar os vasos mesentéricos e ilíacos em razão do peristaltismo e do meteorismo.

Animais obesos e agitados também dificultam a realização minuciosa do exame. Os vasos abdominais possuem topografia típica. O conhecimento da aparência e da localização normal da aorta abdominal, veia cava caudal, veia porta e seus principais ramos podem ser considerados fundamentais. Anormalidades nos órgãos abdominais irrigados por esses vasos geralmente resultam em alterações vasculares também. As variações no curso normal de um vaso podem ser resultantes de uma anomalia congênita ou refletir uma anormalidade nos tecidos adjacentes.

Alguns órgãos de difícil identificação podem ser localizados por meio da arquitetura vascular do mesmo. A investigação das funções desses vasos, assim como a avaliação da normalidade do fluxo sanguíneo em alguns órgãos, auxilia no diagnóstico de diversas doenças.

O Doppler (em cores ou espectral) é uma ferramenta útil na avaliação dos vasos abdominais, especialmente dos pequenos vasos. A ultrassonografia com Doppler pode ser usada para determinar se há fluxo sanguíneo, a direção do fluxo, a velocidade e a turbulência.

Cada vaso tem um padrão espectral característico no Doppler, que serve como sua assinatura de identificação. Ainda hoje, o custo do aparelho de ultrassonografia com Doppler consiste na principal limitação de seu uso na rotina veterinária no Brasil.

Os vasos funcionam como referência anatômica para auxiliar na identificação dos linfonodos ilíacos mediais e mesentéricos, adrenais, rins e esôfago; e, em menor frequência, para identificar o baço, pâncreas, trato intestinal e lobos hepáticos

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