Retalho mucogengival

Veterinária

02/04/2013

Os retalhos cirúrgicos são realizados em praticamente todas as cirurgias orais visando oferecer acesso cirúrgico a uma área ou mover tecidos de um local para outro. Vários princípios básicos de planejamento do retalho precisam ser seguidos a fim de evitar complicações como necrose, deiscência e dilaceração.

A necrose do retalho pode ser prevenida se o cirurgião atender a quatro princípios básicos:

- Primeiro, a extensão do retalho não deve ser maior que duas vezes a largura da base.

- Segundo, os retalhos devem ter lados que correm paralelamente um ao outro, ou convergem da base para o ápice.

- Terceiro, incluir um suprimento sanguíneo na base do retalho.

- Quarto, a base dos retalhos não deve ser excessivamente torcida ou distendida, porque essas manobras podem comprometer os vasos que irrigam o retalho.

A prevenção da deiscência da margem do retalho é feita pela aproximação das bordas do retalho sobre o osso sadio, manipulando-se suavemente as extremidades do retalho e não submetendo o retalho a tensão.

A deiscência expõe o osso subjacente, causando dor, perda óssea e aumento do tecido cicatricial.

A dilaceração do retalho é uma complicação causada pelo cirurgião que tenta realizar um procedimento usando um retalho insuficiente ou erros na técnica de deslocamento do tecido, transfixando-o.

Uma vez que a reparação de uma incisão longa ocorre tão rapidamente quanto a de uma incisão curta, é preferível criar um retalho, no início da cirurgia, com dimensões suficientes para evitar dilacerá-lo e ficar interrompendo a cirurgia para modificá-lo.

Os fios de sutura utilizados em cirurgia oral e maxilofacial em cães e gatos são preferencialmente absorvíveis, pois não haverá necessidade de nova anestesia para retirá-lo após a cicatrização.

São comumente usados o categute cromado, ácido poliglicólico e a poliglactina 910, com medidas variando entre 3-0 e 4-0 em pontos isolados simples, sendo estes dois últimos mais indicados, por serem menos rígidos (reduzindo o desconforto) as suturas são mais fáceis de atar e as agulhas cortantes facilitam a penetração na gengiva hiperqueratinizada dos cães e gatos.