Odontologia veterinária: Fraturas de mandíbula e maxila

As fraturas de maxila correspondem a 0,7% do total de fraturas
As fraturas de maxila correspondem a 0,7% do total de fraturas

Veterinária

02/04/2013

As fraturas de mandíbula e maxila são comuns na clínica de pequenos animais, especialmente nos centros urbanos. Podem ser causadas por acidentes automobilísticos, armas de fogo, coices, brigas, quedas, especialmente nos felinos, doença periodontal ou neoplasias, estas duas últimas predispondo o animal a fraturas patológicas.

As fraturas de maxila correspondem a 0,7% do total de fraturas e, a maioria das fraturas dos cães acomete a região do corpo da mandíbula e, nos gatos, a sínfise mentoniana.

As fraturas consideradas iatrogênicas, devido à extração dental, por exemplo, representaram 11,4%. Com relação à localização das fraturas, foram observadas: 29% em região de sínfise mentoniana e para-sínfise.

Destas, 15% foram rupturas de sínfise, 49% em região de corpo da mandíbula, 12% em ramo vertical, 5% de fraturas em processo coronóide e 5% em região condilar.

Nos felinos, as fraturas de mandíbula também são comuns, elas são responsáveis por 14,5% das fraturas nesta espécie. Em estudo realizado, a ruptura de sínfise representou o local de maior prevalência, sendo responsável por 73,3% dos casos, seguida de 16% em região de corpo de mandíbula, 6,7% em região de côndilo e 4% em região de processo coronóide.

Os exames clínicos e radiográficos, realizados de forma minuciosa, revelam o padrão das fraturas faciais, determinando o grau, a direção e a magnitude, demonstrando alterações nos padrões normais de oclusão e estética facial bem como o posicionamento das estruturas ósseas associadas.

Ao exame físico, geralmente encontra-se distorção ou assimetria facial, oclusão dentária alterada, sialorréia, movimento livre no sítio de fratura. Quando em mandíbula, dor, limitação dos movimentos mandibulares, assimetria facial (às custas de um desvio do mento para o lado fraturado, nos casos de fratura condilar), retroposicionamento mandibular (nas fraturas condilares bilaterais), mobilidade óssea no local da fratura, crepitação, pode-se observar a incapacidade de fechar a boca com exteriorização da língua (ressecada e suja); em maxila, os sinais clássicos são epistaxe, dispinéia, comunicações oronasais e obstrução do fluxo de ar.
Radiografias são indispensáveis para se efetuar um diagnóstico exato da localização e direção da linha de fratura, favorável ou desfavorável, devendo realizá-las em projeções laterais, ventrodorsal, oblíqua e, especialmente, intra-oral com filmes odontológicos.

Estes últimos são os mais indicados para uso em cirurgias orais, pois evitam sobreposições e promovem uma qualidade de imagem superior aos convencionais.

A cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial oferecem uma variedade de métodos para o tratamento de fraturas mandibulares, desde o tratamento conservador até o tratamento cirúrgico.

Os principais objetivos do tratamento são a restauração das estruturas e da função, minimizando a morbidade. Isto requer adequada redução anatômica e imobilização que assegure a consolidação dos segmentos fraturados.

Os princípios básicos da reparação de fraturas dos ossos maxilar, incisivo e da mandíbula, bem como a separação da sínfise mentoniana devem obedecer aos seguintes fatores para que se estabeleça a consolidação óssea perfeita: alinhamento oclusal, estabilidade adequada, ausência de danos em tecidos moles e duros, preservação da dentição e retorno imediato à função.

Pela compilação da literatura, denota-se que a grande variedade de métodos de fixação de fraturas dos ossos maxilar, incisivo e da mandíbula, e separação da sínfise mentoniana, nem sempre atendem aos princípios mencionados, especialmente no que se referem às alterações dos tecidos moles e duros da região.

A resina acrílica autopolimerizável (polimetilmetacrilato) possibilita a obtenção dos princípios citados, além de fácil aplicação, aquisição e baixo custo.

Outras técnicas incluem o uso de fios de aço para cerclagem óssea ou interdental, fixação externa com pinos metálicos, mini-placas para fixação interna e funil esparadrapado.

Estas técnicas podem ser usadas isoladas ou em associação, de acordo com o tipo e direção da linha de fratura, respeitando seus aspectos biomecânicos.

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