Anemia infecciosa equina

Veterinária

29/01/2013

A Anemia Infecciosa Equina, também conhecida como AIE, é uma doença infectocontagiosa de etiologia viral. Vírus pertencente à família Retroviridae, gênero Lentivírus; como os demais vírus deste gênero causa doença com longo período de incubação. Enfermidade de distribuição mundial, de ocorrência mais prevalente em regiões úmidas e pantanosas tem caráter sazonal ocorrendo nas épocas mais quentes.

De maior importância epidemiológica é a transmissão por picada de tabanídeos (Tabanus sp.) e as moscas dos estábulos (Stomoxys calcitrans), estes atuam como vetores mecânicos, pode ocorrer também a transmissão por fômites (agulha, luvas, instrumental cirúrgico ), materiais que tenham contato com sangue e não seja devidamente esterilizados; ocorrendo também transmissão vertical, pelo sêmen e ingestão de colostro, mas, estes tem menor importância para a epidemiologia.

Pode haver um período de incubação de ate três semanas. Após a infecção as células alvo para o agente viral são macrófagos e monócitos. As lesões desenvolvidas nos tecidos estão relacionadas com os processos mediados imunologicamente. Os vírus presentes na corrente sanguínea podem ser adsorvidos pelos eritrócitos e, quando IgG ou IgM reagem com este complexo, o sistema complemento é ativado o que induz a ocorrência de hemólise tanto intra quanto extracelular, resultando em anemia. Inicialmente a medula óssea estará responsiva, mas, com o passar do tempo entrará em exaustão.

Sendo responsáveis pelo quadro de anemia nos equinos cronicamente infectados a ocorrência de hemólise, eritrofagocitose aumentada e eritropoese diminuída. Podem ser desenvolvido glomerulonefrite devido à disposição de imunocomplexos nos rins (membranas basais glomerulares), linfo adenopatia e infiltração de macrófagos e linfócitos no fígado e outros órgãos.
A resposta imune do hospedeiro é gerada em torno de 45 dias pós-infecção e persiste durante toda a vida do animal, porem, estes agentes desencadeia picos de viremia. A manifestação clinica pode ocorrer de diferentes formas, variando de assintomática a fatal.

Após a recuperação da fase aguda, alguns cavalos nunca mais exibem sinais clínicos adicionais, outros passam por períodos de febre intermitente. Outros progridem para um quadro de infecção crônica com perda de peso, ocorrência de hemorragias petequiais e epistaxe.

Quanto aos níveis séricos a um quadro de anemia, trombocitopenia, hipoalbuminemia e hiperglobulinêmia . A forma latente da infecção caracteriza os portadores assintomáticos que agem como reservatório. Diagnóstico diferencial de enfermidades que cursam com febre. Os aspectos patológicos variam com o estagio da doença e o exame histológico confirma o resultado de processo imunomediado.

Não há lesão patognômonica. A prova de imunodifusão em gel de Agar (IDGA) é o teste de eleição, sendo utilizado para a detecção dos animais infectados pelo agente a partir do antígeno viral p26. O IDGA é o teste preconizado pelo Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), e os laboratórios e os médicos veterinários devem ser cadastrados no MAPA para pode realizar este exame, em caso de resultado positivo a notificação é obrigatória.

Animais positivos devem ser marcados com A e a unidade de federação (A UF), na paleta esquerda e não poderá transitar e devem ser sacrificados. O controle e a profilaxia se baseia em testes sorológicos de rotina, remoção dos animais positivos do plantel, controle de vetores, teste em animais novos antes de serem inseridos no plantel e não compartilhamento de luvas, agulhas ou qualquer instrumento que possa a ser veiculo para células infectadas.

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Anna Giselle Cavalcanti Vaz Mendes Silva

por Anna Giselle Cavalcanti Vaz Mendes Silva

Médica Veterinária e Técnica em Alimentos.

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