A herança da terra colonial no vale do turismo

A herança turística do Brasil
A herança turística do Brasil

Turismo e Hotelaria

21/04/2015

                               

                                                 A HERANÇA DA TERRA COLONIAL

                                                          NO VALE DO TURISMO

 

 

 As evidências mostram que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yemen, e tal bebida veio para o Brasil no século XVI, trazido para as Guianas, e depois foi amplamente utilizado, cultivado e se tornou parte da economia mais rentável, estando hoje ainda como primeiro em produção.

 

  E qual a razão de citar o café neste momento, é o café um dos elementos turísticos que faz parte de rotas culturais no Brasil, as fazendas cafeicultoras: produtoras ou que já fizeram história com este manancial de lucro dentro e fora do país, fazem parte de um circuito turístico desejável por brasileiros e estrangeiros.

 

  Existe avidez em comprar estes tours para saber mais sobre as histórias do café, como também de tudo que o cercou no contexto de uma época áurea da trajetória política, social e cultural de um período agrícola que teve seu apogeu nos séculos colônias e republicano– Com os famosos barões do café e suas ricas fazendas.

 

   E essas ricas fazendas, em especial aquelas que se localizavam no Vale do Paraíba, foram latifúndios típicos de Casa Grande e Senzala, onde a quantidade de escravos perfazia a diferença para o progresso do negócio; um exemplo bem sucedido de este baronato é o de Bernardino de Barros (O barão arrogante, segundo seu bisneto Maurício), que possuía em seu inventário de bens, mais de 700 escravos, que circulavam entre guarda-chuvas franceses a cortadores de faca importados da cidade-luz.

 

   A herança dos barões deixou além de um numerário de peças finas e muitos hectares de terra, um largo martírio para seus descendentes, que até hoje como conta o Senhor Maurício Antônio de Barros Pinto, bisneto do barão das Três Ilhas     - O martírio da terra esgotada por intensos desmatamentos.

 

   O martírio de escutar as vozes da senzala que gritava por liberdade, e estragavam as mãos de sol a sol; num novo tempo, que mostra em sua fala, um resquício da altivez de herança que lamenta na própria pele a lida com o trabalho que danifica e maltrata: Encontramos um homem/documento.

 

   Sim o senhor Maurício, hoje precisa vender ovos na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, para completar a renda familiar, já que as vacas com seu leite, só geram um lucro parco.

 

    Sim, as mãos são mostradas no documentário como troféu de uma época que cobra o pretérito: Estão sendo usadas, pois não há ninguém querendo estragar as unhas, como ele mesmo disse. E nesse roteiro extraordinário que mostra o verdejante vale, que ainda briga com o Homem, que mata, e fere as árvores para enriquecer, aludimos a  opinião de Gilberto Freyre, que ainda primeira metade do século XX, já observava que o Homem briga com o derrame de verde – Nesse lugar.

 

   E ver a mata sendo aniquilada para gerar a comida na mesa de seres humanos como seu Antônio, num ciclo de sangue verde e vermelho - em Resende, um caboclo que já matou centenas de árvores, para fazendeiros venderem a industriais, faz-me ver o quanto os tempos coloniais ainda prosperam nesta Ilha de Vera Cruz, nesta terra de pau-brasil, esgotado.


 E através da leitura do texto abaixo, extraído do site do MEC, bebe-se na mesma fonte do prazer da mesma EXPLORAÇÃO, que precisa industrializar e potencializar o que sobrou desta, para “inglês ver”.


Roteiros do café movimentam o turismo

  

Como produtos que fizeram parte da história do país despertam a curiosidade do viajante e ajudam a movimentar o setor

25/08/2014

O café está intimamente ligado à história do Brasil. Do período colonial ao republicano, a produção marcou a histórica do país de modo que, ainda hoje, somos o maior produtor e exportador do grão – e o segundo maior consumidor em todo o mundo. As marcas desse processo estão em toda parte e geram um grande interesse, especialmente aos turistas.

Entre os destinos mais visitados estão a Rota do Café, no norte do Paraná, e o Museu do Café, em Santos (SP). Além de degustar cafés de diferentes tipos, os admiradores do produto podem conhecer um pouco mais desta história em visitas e roteiros turísticos elaborados especificamente para destacar a importância da bebida para o país. 

A Rota do Café, na região norte do Paraná, é um roteiro turístico que resgata a cultura cafeeira de uma região que prosperou graças ao “ouro verde” – como o grão era conhecido no século passado. O roteiro inclui visitas a fazendas históricas e produtivas, museus e memoriais.

A rota é composta por nove municípios, incluindo Londrina, que já foi considerada a “capital mundial do café”.  O consultor do Sebrae/PR, Sérgio Garcia, explica que o objetivo do projeto é oferecer experiências marcantes aos turistas. “Entre maio e agosto os visitantes podem participar da colheita nas fazendas produtivas e “abanar” o café: o que consiste em peneirar separando os grãos das folhas e impurezas”, disse.

Para o ministro do Turismo, Vinicius Lages, a gastronomia brasileira ganha ainda mais importância quando atrelada à história, fortalecendo o potencial turístico que pode ser explorado.  “A gastronomia foi um dos itens com melhor avaliação dos estrangeiros que estiveram no Brasil durante a Copa, com 93,2% de aprovação”, disse.

O centro histórico de Santos, no litoral paulista, abriga o Museu do Café, onde o turista tem acesso a fotografias, objetos e documentos que mostram como a evolução da cafeicultura e o desenvolvimento do país estão intimamente ligados. O acervo permite ao visitante uma viagem ao passado, começando com a chegada das primeiras mudas da planta ao país, passando pela mecanização das plantações e a chegada dos imigrantes japoneses e europeus para o trabalho nas lavouras.

Cerca de 20 mil pessoas visitam mensalmente o acervo, instalado no edifício da antiga Bolsa Oficial de Café, onde eram realizadas as negociações que determinavam as cotações diárias das sacas de café na época. Inaugurado em 1922, como parte das comemorações do centenário da independência do Brasil, o prédio se tornou um dos símbolos maiores da riqueza dos negócios do café e um dos cartões-postais mais conhecidos da cidade de Santos.

Após a visita ao museu, o visitante pode fazer uma pausa para o cafezinho na Cafeteria do Museu, que possui em seu cardápio diversas opções de bebidas que têm o café como principal ingrediente. Além disso, conta com grande variedade de grãos, produzido em diferentes regiões do Brasil, à disposição dos visitantes para consumir na hora ou levar para casa.

De acordo com o estudo da Demanda Turística Internacional de 2012, do Ministério do Turismo, 10,6% dos estrangeiros que vieram ao país motivado por lazer tem a cultura brasileira como o principal interesse da viagem. Para a pasta, o turismo cultural valoriza os bens materiais e imateriais e registram a memória e identidade do país.


Ouça aqui comentário do ministro Vinicius Lages sobre a importância da gastronomia para a atração de viajantes.

Clique aqui para ouvir declaração do consultor Sérgio Garcia a respeito dos atrativos da Rota do Café no Paraná

 

   E o turista vem aqui para SABOREAR o resultado mais cultural da sua pretérita espoliação e que hoje gera os frutos saborosos do café, mas também o PERMANENTE uso-fruto daquilo que não passa de uma ETERNA ILHA DA FANTASIA.

  

   O turista estrangeiro então degusta o café, que revigora, e que veio de longe, para sob o sol tropical, no jardim das delicias americanas, observar o quanto sua eterna colônia prospera, e o melhor tem samba, carnaval, futebol, mulheres siliconadas, que sob a  guarda incessante dos assassinatos em massa, numa estatística de mais de cinquenta mil brasileiros por ano, legitima o quanto se prosperou com tanta tecnologia de ponta.

 

  É claro que modo de produção turística, não poderia agir de maneira diferente, deveria seguir mesmo o curso cíclico imposto pela ONU, porém sugiro que durante tais empreendimentos possam acontecer demandas de esclarecimento da população periférica, como por exemplo, onde reside seu ANTÔNIO, na cidade de Rezende, homem da lida, da carvoagem, e que na sua ingenuidade e desaviso, nem sabe que aqueles que financiam a morte do solo e das árvores, estão ali, ou mesmo no Paraná, tomando um cafezinho com louvores, enquanto ele espera pela vida.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Valéria Sá Guerra de Araujo

por Valéria Sá Guerra de Araujo

Professora de História e Biologia. Escritora, poeta, atriz, com várias peças escritas e encenadas, livros publicados, Antologias poéticas e prêmios em ambas as áreas. Atualmente dirige o Grupo teatral "Os Atemporais" na cidade de Petrópolis, na Cidade de Petrópolis, onde reside. Ocupa a Cadeira 56 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. Cursa cinema também.

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