Ecoturismo

Ferramenta que pode auxiliar na preservação do Meio Ambiente
Ferramenta que pode auxiliar na preservação do Meio Ambiente

Turismo e Hotelaria

10/04/2015

Em meados da década de 70 e 80, até o início da década de 90, o ecoturismo tornou-se conhecido mundialmente, impulsionado pelos documentários em vídeo sobre viagens, que apresentava a natureza como o cenário em destaque. Tais vídeos foram vistos pela massa e consequentemente despertou nela o desejo de conhecer e usufruir dessa atividade, e tal desejo aumentara no decorrer das décadas.


Essa nova modalidade de turismo atraiu aos que buscavam experiência diferenciada em áreas naturais outrora não valorizadas e desconhecidas, como exemplo, podemos citar aquele turista que almeja dar a volta ao mundo, velejar por mares e oceanos, desbravar florestas e enfrentar pantanais. Além desses, há outros destinos tidos como exóticos e muito atrativos pelo mundo.


Já no Brasil, fora introduzido na década de 80, seguindo a tendência internacional. Em 1989, a EMBRATUR autorizou a prática de cursos de guia com foco no meio ambiente.


Também chamado de turismo ecológico, o ecoturismo começou a chamar a atenção do setor turístico brasileiro por volta da década de 80 e 90, quando questões ambientais ganhavam cada vez mais visibilidade. Para um melhor aproveitamento de todo o potencial do território brasileiro e regularização da atividade eco turística foi criado em 1987 a “Comissão Técnica Nacional” do projeto “Turismo Ecológico” da EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) em parceria com o IBAMA (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis). O projeto foi iniciado com a implantação de polos de ecoturismo em todos os estados da Amazônia Legal.


Já o Instituto EcoBrasil, fundado em 1993 fora a primeira organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, voltada para o fomento da atividade de ecoturismo através de capacitação e treinamento de profissionais e empresários, além da implementação de estudos, pesquisas e projetos.


Também fora criada, em 1994 as “Diretrizes para a Política do Programa Nacional de Ecoturismo” que discorre sobre o potencial turístico do Brasil, referenciais internacionais, e as possíveis vantagens do turismo bem organizado e os impactos negativos que podem ocorrer caso não haja planejamento na prática da atividade.


Já em 1995 foi criado o Instituto Brasileiro de Ecoturismo, IBE. Neste mesmo ano foi escrita a “Carta de Lanzarote” durante a Conferência Mundial de Turismo Sustentável realizada em Lanzarote, Ilhas Canárias, Espanha, que consistiu em um apelo à comunidade internacional e aos governos para que fossem tomadas medidas para garantir o desenvolvimento turístico de forma sustentável, preservando as riquezas naturais e culturais.


Em 2000, houve o “Acordo do Monhok”, evento internacional ocorrido entre 17 a 19 de novembro em New Paltz, EUA, na Monhok Montain House, que definiu o ecoturismo como a prática do turismo sustentável em áreas naturais, que beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas e que promove o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais.

Já a “Declaração de Ecoturismo de Quebec”, aprovada em 10 de junho de 2002 pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP) e pela Organização Mundial do Turismo (OMT), oficializou o ano de 2002 como o “Ano Internacional do Turismo”, como reconhecimento de todos os países participantes, inclusive o Brasil, da importância do ecoturismo como atividade econômica e de preservação do patrimônio ambiental e cultural.


Foi em 1992, com a “Rio 92”, que o termo ecoturismo tornou-se mais visível, impulsionando um mercado promissor que conta com um número crescente de adeptos. Aos poucos, órgãos e instituições ligados ao setor também foram sendo criados.


O Ecoturismo no Brasil tende a crescer cada vez mais, pois já conta com políticas de incentivo e regulamentação no setor. Sem desconsiderarmos ainda que o Meio Ambiente é o tema da vez, o que acarreta no surgimento de mais pesquisas que toma como material de estudo a atividade do ecoturismo.


Embora a conceituação da atividade seja considerada nova, há estudiosos da área que já a citaram anteriormente, e com essa mesma significância.


Estimular a qualificação profissional, a capacitação, aquisição e desenvolvimento de tecnologias apropriadas, implementação de projetos, constituição de RPPN e regulamentar as ações de agências e empresas, com objetivo de combater quaisquer ilegalidades na prática dessa atividade, também são ações adotadas para a prática com qualidade do Ecoturismo.


Tem-se ainda na prática da atividade a intenção de contestar o “dar de ombros” de certos governantes, assim como empresários com a questão ambiental, além de buscar de alguma forma chamar a atenção destes, que aparentam não preocupar-se com a preservação de áreas naturais, ao mostra-los de forma direta e indireta os resultados positivos advindos dessa prática, como por exemplo, a economia interna que tende a crescer, assim como o surgimento de novos empregos, entre outros.


Considerando então a falta de importância dada ao tema por muitos e a longos períodos, é possível que identifiquemos no ecoturismo um pedido de socorro, um retorno para que seja notada a natureza como um todo, ou seja, os bens que dela advém, e os males que a mesma tem sofrido por ações humanas.


Com foco na sustentabilidade, tema bastante batido e nada fora de moda, a prática do ecoturismo possibilita a sensibilização do indivíduo que com ela se envolve, auxiliando-o em sua mudança de ser humano extremamente poluente para outro menos impactante e consciente em suas ações. “Nelson sugere que o termo “Eco- desenvolvimento” tenha sido introduzido como um meio de reduzir esse desenvolvimento inadequado.” (FENNELL, David A, 2002, p. 42). Segundo Fennell, o ecoturismo foi ainda a resposta daqueles que amavam a natureza e buscaram uma forma de zelá-la quanto aos desleixos dos estrangeiros (ou não) que a visitavam.


Para finalizar, é importante ressaltar que independentemente das opiniões e do gosto (ou não) popular quanto ao Ecoturismo, que o incentivo de sua prática está de mãos dadas à obrigatoriedade de preservarmos, assegurarmos que os recursos hoje utilizados para suprir nossas necessidades e desejos, possam também ser utilizados para tais finalidades para as gerações futuras, ou seja, devemos exercer nosso direito e dever de sermos e agirmos de forma sustentável.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Juliete Vasconcelos

por Juliete Vasconcelos

Turismóloga e Guia de Turismo Regional pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio; Técnica em Agenciamento de Viagens com Habilitação para Credenciamento de Guia Regional, Nacional e América do Sul; Pós-graduanda em Geografia, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Escritora de romances policiais e resenhista no blog Literaleitura.

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