Para que serve o Psicólogo? - A Psicologia na indústria do bem estar

Mente sã, corpo são
Mente sã, corpo são

Psicologia

28/08/2015

“Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio, e moverei o mundo.”

(Arquimedes de Siracura, 287 a.C. – 212 a.C.)



A frase acima, dita pelo eminente filósofo grego Arquimedes de Siracusa, que originou o princípio da Física chamado de ‘alavancagem’, pode ser perfeitamente aplicada à atividade do psicólogo, uma vez que identifiquemos a ‘alavanca’ como sendo as teorias e técnicas da Psicologia - enquanto instrumento para se executar alguma coisa, conseguir algum resultado - e a expressão ‘ponto de apoio’ como a postura humanizada de suporte, atribuída ao psicólogo.


Costumo explicar a atuação do psicólogo aos meus pacientes infantis da seguinte forma: “Quando temos uma dor na barriga, vamos ao médico; quando temos uma dor de dente, vamos ao dentista; e quando temos uma dor que dói não se sabe onde, que aperta dentro do peito, e às vezes perturba nosso pensamento, vamos ao psicólogo”.


Assim, dificuldades do dia a dia como mudar de escola, de trabalho, de bairro ou cidade, escolher a carreira a seguir, com quem namorar / casar, crises no casamento, falta de amizades, medo de falar em público, timidez, descontrole da raiva, dificuldades para iniciar uma atividade como uma dieta, etc., são exemplos – e apenas exemplos – de situações em que o psicólogo pode servir como “ponto de apoio” para ajudar a “mover o mundo” da pessoa, aplicando todos os seus conhecimentos – as “alavancas” – com intuito de promover maior qualidade de vida ao indivíduo, mediante a conscientização do modo como funciona em seus sentimentos, pensamentos e comportamentos.


A Psicologia está presente:
no âmbito da Justiça, auxiliando Juízes e demais agentes do judiciário na compreensão da motivação, do estado emocional, intelectual, e de desenvolvimento de pessoas envolvidas em processos judiciais; dos laboratórios de neurociência, auxiliando na compreensão dos processos envolvidos entre o funcionamento cerebral e o comportamento; das empresas, atuando com questões de recursos humanos, gestão de pessoas, motivação para o trabalho, entre outras áreas da vida humana. Sempre com o objetivo de contribuir para a melhora da qualidade de vida e da interação entre as pessoas.


“Em 1988, havia apenas quatro áreas de trabalho da Psicologia no Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO): clínica, organizacional, escolar e docência. Entre 1994 e a lista atual, foram incluídos psicanalista, psicólogo hospitalar e neuropsicólogo. Hoje o Ministério do Trabalho regulamenta 12 atividades.”

Um campo, contudo, ainda inexplorado é o da chamada “indústria do bem estar”. Campo este que, aliás, tem tudo a ver com a Psicologia.


Augusto Cury, em seu recém-lançado livro “Ansiedade: como enfrentar o mal do século” (2014), questiona a respeito da saúde mental: “[...] de quanto em quanto tempo fazemos a higiene corpórea, tomamos banho? A cada 24 horas? E a higiene bucal? A cada quatro ou seis horas? E a higiene mental?” (p.21).


O IBGE mostra que o mercado de consumo em beleza no Brasil movimenta cerca de 15 bilhões de reais por ano. De acordo com o Prof. Paul Zane, um dos maiores analistas de tendência de mercado da atualidade, a expectativa do setor de bem estar entre 2002 e 2012 é de faturamento de algo em torno de 1 trilhão de dólares, apenas nos Estados Unidos.


A indústria do bem estar, segundo Zane, mesmo tendo uma história muito recente, já engloba atividades na área de nutrição, medicina, odontologia, farmácia, entre muitos outros. E a Psicologia?


A busca de melhores hábitos de vida, por práticas diárias mais saudáveis, que melhorem a qualidade de vida em geral, tem ligação direta com o funcionamento psíquico do sujeito. Afinal, para que tais mudanças possam começar a ocorrer, o indivíduo necessitará estar ‘em dia’ com sua autoestima, sua motivação, etc, assunto pertinente, em primeiro plano, à Psicologia.


Em uma visão holística, ou seja, associando corpo e mente, devemos sempre considerar que o primeiro “responde” ao segundo, e vice-versa. Portanto, um bom acompanhamento psicológico sempre é aconselhável, para manutenção e aprimoramento da saúde mental, o que acaba por refletir na capacidade física, e na saúde como um todo.


Assim sendo, iniciar um processo psicoterapêutico significa colocar o mundo – seu próprio mundo, existencialmente falando – em movimento, mediante suporte de um profissional habilitado, com formação em curso de nível superior – a alavanca do início do texto - tendo em vista não só o tratamento de dificuldades emocionais, comportamentais ou cognitivas, como também a busca por aprimorar capacidades, e a simples manutenção da saúde psíquica.




Referências:

JORNAL DA PSICOLOGIA. Belo Horizonte: O Lutador, n. 101, Jul., 2015.


A revolução do Bem Estar – disponível em http://www.stsbrasil.com.br/autoajuda/A%20Revolucao%20do%20Bem-Estar.pdf – acessado em 19 de agosto de 2015


PILZER, P. Z. A revolução do bem estar: como fazer fortuna na próxima indústria de um trilhão de dólares.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Sandro de Souza Mesquita

por Sandro de Souza Mesquita

Graduado em Psicologia - Pós-Graduando em Psicologia Clínica Fenomenológico-Existencial e Humanista - Atuando em clínica pela abordagem da Gestalt-terapia

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