REFLEXÃO SOBRE AS PROPOSTAS DE INOVAÇÃO EM PSICOLOGIA EM ESCOLAS PÚBLICAS

O psicólogo escolar vai se encontrar dentro de uma expectativa.
O psicólogo escolar vai se encontrar dentro de uma expectativa.

Psicologia

18/08/2015

REFLEXÃO SOBRE AS PROPOSTAS DE INOVAÇÃO EM PSICOLOGIA DIANTE DOS DESAFIOS DAS ESCOLAS NA REDE PUBLICA DE ENSINO

INTRODUÇÃO


A leitura dos artigos supracitados e o conhecimento das demandas de mudanças encontradas nos estágios curriculares do curso de psicologia da FEAD realizados no ano de 2014 motivaram a realização desta pesquisa bibliográfica.

Nesse contexto, o presente estudo bibliográfico teve como objetivo identificar, descrever e analisar os artigos científicos encontrados na literatura sobre a psicologia escolar e suas propostas de inovação.

A psicologia escolar ainda não é uma realidade para muitas escolas públicas no Brasil, e com a demanda crescente de reforço de profissionais de psicologia no corpo docente das escolas é preciso se fazer uma reflexão sobre a atuação do psicólogo neste contexto que se apresenta com muitas dificuldades e desafios.

Sabemos que o Brasil apesar de ter avançado e melhorado em muitos setores ainda tem muito a melhores, os desafios políticos são muitos, e o cenário educacional é um dos maiores desafios. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), discutidos por Melo, Setti, Lins e Weber (2010), expressam que o analfabetismo atingiu 9,7% da população brasileira, em 2009, o que corresponde a 14,1 milhões de pessoas, mas nesses índices não estão incluídos os analfabetos funcionais, de modo que o analfabetismo efetivamente pode ser bem maior; Mas essa é apenas um dos inúmeros desafios encontrados no país.

Durante muito tempo permaneceu a ideia de que a prática do psicólogo escolar deveria estar pautada na avaliação de crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem por meio de instrumentos psicológicos que medissem a capacidade dos alunos, separando os aptos dos não aptos para a aprendizagem (Patto, 1990).

Conforme apontada por Patto (1990), a história da Psicologia Escolar Educacional deve ser pensada, não apenas levando em conta alguns indicadores quantitativos do sistema educacional resultantes de políticas públicas que propõem a universalização do ensino, mas a partir de raízes históricas centradas na teoria da carência cultural.

O psicólogo escolar vai se encontrar dentro de uma expectativa que já foi introduzida pelos demais profissionais da escola, de resolver problemas de comportamento e aprendizagem, não sendo levada em consideração a complexidade e inúmeras variáveis provenientes da própria escola pública, como questões de saúde, problemas sociais, a própria relação multiprofissional, já que ainda é um campo novo de trabalho que sofre preconceitos.
É fundamental que qualquer movimento questionador de uma dada realidade também realize novas propostas e contribuições que sejam úteis na prática cotidiana dos profissionais. Neste sentido, é importante que tanto a formação como a atuação do psicólogo no âmbito educacional estejam alicerçadas no conhecimento efetivo da realidade escolar, considerando-se a diversidade e a riqueza dos processos tecidos no cotidiano da escola, bem como na articulação deste conhecimento com as searas subjetivas, sociais, políticas e institucionais.

Debruçarmo-nos sobre a escola que temos, e não a escola que idealizamos, é um dos pontos fundamentais da abordagem denominada crítica em Psicologia Escolar (Souza e Silva, 2009).


METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizado como parte de uma das etapas de conclusão de estagio curricular obrigatório realizado no curso de psicologia da faculdade FEAD no ano de 2014.

A busca bibliográfica foi realizada durante os meses de agosto a dezembro de 2014, nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS,MEDLINE, SciELO, Cochrane Library), no OVID e Embase, nos idiomas inglês, português e espanhol, abrangendo artigos publicados entre 1990 a 2011.

No estudo foram incluídos artigos originais de revisão bibliográfica, e livros pertinentes ao tema. Tais estudos deveriam estar publicados nos idiomas português, espanhol e/ou inglês.

Após a leitura dos resumos inicialmente para a análise dos dados, o conteúdo dos artigos foi selecionado seguindo os critérios de maior pertinência ao tema psicologia escolar (expectativas, desafios e inovações). A pesquisa não esgota o tema a que se pretende analisar, mas abre caminhos para posteriores estudos e discussões na área.


RESULTADOS E DISCUSSÃO


Dos 11 artigos encontrados foram selecionados três artigos entre o ano de publicação entre 2008 a 2011 e dois livros entre os anos de 1990 e 2009. Portanto, as concepções sobre as áreas de psicologia escolar foram encontradas nos 11 artigos que apresentam temas atrelados a psicologia escolar como as dificuldades da psicologia escolar, políticas públicas, analfabetismo, desafios da profissão, aprendizagem, cotidiano escolar, critica a psicologia escolar. Foi notado, nos artigos, que essas concepções estão intimamente interligadas, ou melhor, são interdependentes.

Diante de tantos desafios, o psicólogo escolar precisa assumir uma postura critica em relação a esses processos de dificuldades e assumir um papel ativo no processo de inovação para quebrar os preconceitos e abrir novas possibilidades de atuação.

Diante da perspectiva dos resultados encontrados, pode-se perceber que o trabalho do psicólogo escolar na rede pública, encontra desafios externos a sua atuação como os problemas de políticas públicas, como questões de saúde, problemas sociais, a própria relação multiprofissional que sofre preconceitos na sua atuação diante dos demais profissionais da escola que não entendem o lugar do psicólogo na escola.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O psicólogo escolar precisa assumir uma posição critica diante dos desafios encontrados, através de reflexões e novos conhecimentos é que o psicólogo escolar vai se abrir a novas possibilidades de atuação, trazendo a inovação para o âmbito educacional mesmo com as dificuldades apresentadas.

Por fim, que esta pesquisa bibliográfica indica caminhos para outras investigações, que continuem contribuindo nas discussões sobre as práticas dos psicólogos, a fim de fornecer recursos e consolidar as críticas até então realizadas. É fundamental que os conhecimentos gerados pela pesquisa aqui relatada não fiquem restritos ao âmbito acadêmico e sirva de instrumento de investigação em novas pesquisas e na prática dos profissionais.


BIBLIOGRAFIA

Melo, L., Setti, R., Linas, L., & Weber, D. (09/09/2010). Analfabetismo atinge 14,1 milhões de pessoas. Retirado em 13/09/2010, acesso em http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3641.

Patto, M. H. S. (1990). A produção do fracasso escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo.

SOUZA, M. P. R. ; SILVA, S. M. C. . A atuação do psicólogo na rede pública de educação frente à demanda escolar: concepções, práticas e inovações. In: Claisy Maria Marinho-Araujo. (Org.). Psicologia Escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, formação e prática. Campinas: Alínea, 2009, v. , p. 75-105.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Natalia Lorena Pinto

por Natalia Lorena Pinto

Psicóloga formada pela faculdade FEAD em junho de 2015 Estágios curriculares: - Psicologia escolar - Escola estadual B.C 2014 - Intervenção psicossocial - Escola Municipal W.P.G 2014 - Clínica do trabalho - Hospital Vila da Serra 2015 - Clínica psicanalítica infantil - NPA 2015

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