Significados dos sonhos na antiguidade

Os primitivos acreditavam que sonhar era entrar em outro mundo.
Os primitivos acreditavam que sonhar era entrar em outro mundo.

Psicologia

04/05/2015

Analisando os diferentes cenários do mundo, é possível perceber que os diferentes povos, tanto os antigos quanto os modernos, possuem culturas próprias, crenças religiosas e científicas sobre os significados dos sonhos.

O modo como cada cultura valoriza os sonhos e os métodos para interpretação dos mesmos estão interligados às suas crenças e à sua realidade.

Nas sociedades primitivas, as pessoas acreditavam que ao sonhar entravam se em outro mundo; aquele do poder mitológico e dos espíritos. Esse mundo pode parecer tão real quanto o mundo natural, sendo considerado mais poderoso quando se acredita em forças sobrenaturais e mitológicas.

Com isso, os anciãos das tribos, os patriarcas, os sacerdotes e os curandeiros eram encarregados da interpretação dos sonhos.

Naquela época, acreditava-se que os curandeiros eram os mais habilidosos para esse tipo de serviço, uma vez que podiam entrar no mundo dos sonhos por meio de estados de transe ou de seus próprios sonhos, e, assim, recuperar almas perdidas, lutar contra espíritos do mal, contactar ancestrais e descobrir significados interessantes para os sonhadores.

No Egito, por volta de 1350 a.C (antes de Cristo), foi escrito o papiro Chester Beatty, que pode ser uma cópia de um escrito de 2000 a.C, sendo considerado o mais antigo livro dos sonhos já existente.

Nesse papiro, há imagens de interpretações baseadas em opostos, jogos verbais e visuais e em associações culturais. Esse apresenta uma lista de vários encantamentos e rituais mágicos que têm objetivo de evitar os efeitos dos sonhos ruins.

Naquela época, acreditava-se que o deus Bes, o favorito entre os vários deuses dos sonhos egípcios, protegia os sonhadores contra demônios da noite e fazia com que tivessem sonhos bons e agradáveis.

Além dessas tradições, acreditava-se que alguns sonhos eram avisos do mundo espiritual. Mas, não se acreditava que a alma podia deixar o corpo para viajar enquanto a pessoa dormia, conforme, os australianos, os africanos, os hindus, os asiáticos e os mesopotâmios.

No Egito, as pessoas, aparentemente, preocupavam-se menos com a demonologia do que muitos outros povos e concentravam-se em relatos sobre sonhos com deuses, que apareciam pedindo a execução de algo piedoso, fazendo previsões ou revelações e respondendo às perguntas ou pedidos feitos pelos sonhadores antes de dormir.

Na Índia, os sonhos sempre despertaram muitos interesses.

Para os hindus, os sonhos eram causados por doenças, por alimentos consumidos à noite, pelos desejos do estado desperto e pelas percepções que anteviam acontecimentos futuros.

No Atharva Veda, um texto sagrado do hinduísmo, são representadas longas listas de sonhos positivos e negativos com imagens contendo agressividade, poder, violência, sangue e amputações, que eram consideradas bons presságios; enquanto imagens de perda de cabelos, unhas e dentes eram maus presságios.

Já nas tradições chinesas, historiadores e poetas acreditavam que a parte superior da alma deixava o corpo durante os sonhos, ficando livre para se encontrar com entes queridos, distantes ou mortos e com outros entes sagrados.

Além disso, acreditava-se, também, que os desejos experimentados em um estado desperto podiam produzir sonhos e que a indigestão podia causar sonhos estranhos.

Dessa forma, os chineses viam os sonhos como forma de comunicação com seres externos e deuses, assim como contato com demônios e espíritos interiores, em que a mente e o corpo estavam intimamente ligados, sendo considerados presságios não sendo de natureza psicológica ou fisiológica.

Por fim, os gregos, dentre todos os povos antigos, foram os que mais falaram a respeito dos sonhos.

Esses acreditavam que os sonhos eram mensagens de deuses, que previam o futuro, representavam meios para curar doenças e tornavam possível falar com mortos e testemunhar eventos, que ocorriam a grandes distâncias.

Com abordagem científica, nas obras Odisséia e Ilíada, os sonhos eram mensagens diretas, transmitidas por um deus na forma de fantasma ou de uma divindade, que fica acima da cabeça do sonhador.

Com isso, o uso dos sonhos, como instrumento literário, continuou a ser popular em toda a história antiga da literatura grega, abrindo ainda mais as portas para os povos seguintes.

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