Por que fazer Orientação Profissional?

Por que fazer Orientação Profissional?
Por que fazer Orientação Profissional?

Psicologia

08/04/2015

Conforme estudo do Instituto Lobo, mencionado por Prestes, Fialho e Pfeiffer (2014), o índice de evasão escolar no Brasil, nas instituições de ensino superior (IES) públicas e privadas tem sido crescente, registrando 22% em 2005 e 37,9% em 2011. O estudo mostra também que a evasão tem sido maior nas instituições privadas, de 53% e nas instituições privadas, de 33% , conforme levantamento feito pelo INEP em 2006.

Outro estudo mostra que o percentual de estudantes que ingressaram nas IES (Instituições do Ensino Superior) públicas e privadas no ano de 2003 e não concluíram o curso no tempo previsto foi de 27,5% e de 46%, respectivamente, conforme relatório do MEC/INEP/CAPES em um levantamento do período entre 1994 e 2003 (TRIGUINHO, 2008).


Esses dados trazem à tona um fato que muitos de nós conhecemos de perto: a insatisfação dos estudantes com o curso escolhido para ingressar na educação superior, o que os leva a mudarem de curso uma ou mais vezes, retardando, assim, o ingresso na carreira profissional.


Para Andriola (2003) a mudança alarmante de curso nas IES públicas e privadas sinaliza para os equívocos do estudante no momento de escolher o curso por falta de uma orientação profissional que o ajude a tomar uma decisão consistente. Esse quadro é muito oneroso para a sociedade, porque, principalmente nas IES públicas, as vagas que poderiam ser destinadas a estudantes que concluiriam o curso são ocupadas por aqueles que não conseguem concluí-lo. Isso sem falar no prejuízo financeiro para as IES públicas e para as famílias. O autor alerta para a importância da orientação vocacional/profissional para que seja possível ao adolescente, ou jovem, “conhecer as próprias habilidades, considerar e avaliar as sugestões familiares e reconhecer as implicações decorrentes da profissão escolhida, além do mercado de trabalho”.


Embora todos concordem ser a orientação profissional imprescindível como suporte ao estudante do ensino médio no momento da escolha do curso superior, ou do curso técnico, esse não é um tema que se possa dizer de pouca complexidade.


Sobre o assunto, Faleiros & Lehman (2013), afirmam que “apesar de a escola ser demandada a criar estratégias no âmbito da preparação para a cidadania e trabalho, é per­ceptível que a mesma caminha na via contrária, relegando a orientação profissional a um lugar secundário, desvincu­lado de seu cotidiano”. As autoras abordam ainda a dificuldade de se delimitar o campo do orientador educacional e do psicólogo na questão da orientação profissional, em vista dos desdobramentos da legislação sobre a atuação de cada um. Assim, embora o orientador educacional tenha implícita a orientação profissional entre suas atribuições, esse profissional não é preparado adequadamente para exercer essa incumbência. Além disso, muitas das atividades da orientação profissional são privativas do psicólogo.


Como se vê, o prejuízo dessa situação recai nos estudantes, que não recebem no ensino médio o suporte adequado da escola, seja pública ou particular, para fazer uma opção consciente do curso superior, ou técnico, que os preparará para a carreira profissional. Isso resulta em escolhas equivocadas, com o consequente atraso na conclusão da formação na educação superior, como mostrado no levantamento mencionado acima. Em muitos casos, a mudança de curso é em razão da primeira opção não ter sido satisfatória, por falta da orientação profissional.


A solução, então, está em se buscar fora da escola os serviços de orientação profissional. Há em algumas universidades públicas esse serviço de forma gratuita, porém com uma espera bastante longa em razão da alta demanda. Há também clínicas, centros de psicologia e psicólogos particulares que oferecem o serviço, mediante pagamento.


Na empresa Humanessência - Centro de Psicologia, temos um Programa de Orientação da Escolha Profissional, que pode ser feito individualmente ou em grupo. Nossa preferência é pelo Programa em grupo, pois o compartilhamento das experiências, dúvidas e expectativas entre os estudantes promove uma aprendizagem deles mesmos que contempla o saber e o olhar dos colegas. Mas o Programa é o mesmo para as duas modalidades.

 


REFERÊNCIAS:

ANDRIOLA, W. B. Evasão Discente na Universidade Federal do Ceará (UFC): proposta para identificar causas e implantar um Serviço de Orientação e Informação (SOI). In Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, jul./dez. 2003, v. 11, n. 40, 332-347.

 

FALEIROS, N.P. & LEHMAN, Y.P. Imbricações Históricas e Problemas Práticos em Orientação Profissional no Contexto Escolar. Universidade de São Paulo, Brasil. In: Revista Brasileira de Orientação Profissional, jul-dez, 2013, Vol. 14, Nº 2, 289-293.

 

TRIGUINHO, L.M.V. Evasão Escolar nas Instituições de Ensino Superior. 2008. Disponível em:

http://www.gestaouniversitaria.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=649:evasao-escolar-nas-instituicoes-de-ensino-superior&catid=135:173&Itemid=21 (acesso em 24.11.14)


PRESTES, E.M.T. FIALHO, M.G. PFEIFFER, D. A Evasão no Ensino Superior Globalizado e suas Repercussões na Gestão Universitária. Disponível em https://www.google.com.br/#q=A+EVAS%C3%83O+NO+ENSINO+SUPERIOR+GLOBALIZADO+E+SUAS+REPERCUSS%C3%95ES+NA+GEST%C3%83O+UNIVERSIT%C3%81RIA. (acesso em 19.03.15)

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Maria Amélia dos Santos

por Maria Amélia dos Santos

Psicóloga e Coach, com especialização em Gestão de Pessoas, Docência na Educação Superior e em EAD. Atua com Orientação Profissional (Vocacional), Gestão de Carreira, Coaching Profissional e Pessoal (Life Coaching) e Preparação para a Aposentadoria.

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