A subjetividade no trabalho na concepção de Christopher Dejours

A subjetividade no trabalho
A subjetividade no trabalho

Psicologia

15/10/2014

Para a psicologia a princípio o trabalho não é uma relação social relacionada ao salário e sim uma forma de engajamento de sua personalidade com relação à tarefa que lê é solicitada. É o famoso saber fazer, e a capacidade de pensar, refletir, agir, são os gestos desempenhados pelo corpo a cerca da forma como ira realizar determinada tarefa. Porém para o trabalhador e impossível alcançar a perfeição na realização de uma tarefa se a mesma for desenvolvida estritamente através de um trabalho prescrito pois existem situações inesperadas no ambiente de trabalho que levam o trabalhador a improvisar na realização da tarefa levando um pouco de si mesmo para a realização do trabalho executando esta tarefa no hiato entre o prescrito e o real .


Durante a realização do trabalho o sujeito inúmeras vezes passa por um processo de sofrimento experimentado em seu corpo, sendo este sofrimento motivado devido ao conhecimento tácito que ocorre através do encontro com o trabalho real, dando assim inicio a uma crise. Ou seja, um ponto de partida, de origem onde se concentra a subjetividade do sujeito o qual é motivado a mudanças negativas ou a mudanças positivas conhecidas também como inteligência, motivando no sujeito um processo de movimento de fazer algo em relação a este fato.


O processo da inteligência; suas virtudes, habilidades, destreza se constitui em todo o corpo do sujeito, pois o mesmo trabalha por inteiro corpo e mente juntos. A inteligência do corpo não é constituída de uma forma inata e sim adquirida no exercício da atividade que ocorre através de um processo longo com a realização da tarefa, ou seja, o conhecimento tácito. O corpo estudado pela psicologia do trabalho não é o mesmo corpo estudado pelo biólogo é sim o corpo erógeno, nome dado pela psicanálise que significa subjetivado e que se experimenta afetivamente. Com isto compreendemos que o trabalho não e limitado pelo tempo físico que ficamos na empresa, pois ele mobiliza a personalidade do sujeito por completo.


O trabalho, o sofrimento, a crise, a inteligência na verdade não pertencem ao mundo visível, devido a isto o trabalho não pode ser avaliado por que o que se avalia corresponde apenas a aquilo que é visível e o trabalho vai para além deste campo ele não pode apenas ser mensurado. Para a realização de um bom trabalho e preciso infligir regras, sair do prescrito devido a isto boa parte do trabalho realizado permanece na sombra não podendo passar por uma avaliação.


Com isso compreendemos que a subjetividade interpassa todas as áreas de ação do trabalho, apresentando se também na dinâmica de relacionamento entre os colegas de trabalho, sendo estas demonstradas através de divergências coletivas por dificuldade em estabelecer renuncias. Isto provoca um processo de sofrimento que leva o sujeito a um processo de estagnação, aceitação de sua realidade sem procurar por mudanças ou desenvolvimento da inteligência para superar isto e fazer se respeitar as relações e opiniões com as pessoas com as quais não tem afinidades e simpatia.


Sendo que neste processo de formação da vontade coletiva ambos passam a assimilar uma mesma linguagem, um mesmo dialogo sobre um tema como, por exemplo, os assuntos abordados por diferentes grupos de profissionais como advogados, professores, psicólogos etc. passando a apresentar um mesmo discurso que caracteriza o dialogo de classes profissionais.



Bibliografia:

CHRISTOPHER DEJOURS; Subjetividade, Trabalho e ação, Revista produção; São Paulo, v.14, nª3, p.27-34, Setembro, Dezembro de 2004.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Bruna Moreira Santos de Freitas

por Bruna Moreira Santos de Freitas

cursos; Qualidade em serviços; Contratação de trabalhadores; Recursos Humanos; Ética profissional. Local: FGV - Fundação Getúlio Vargas. Publicação de artigos "Um breve histórico da psicomotricidade e suas aplicações praticas "e "como ocorre o desenvolvimento do conhecimento sexual entre jovens de 12 a 16 anos ,pertencentes ao sexo feminino .,moradoras da cidade de Barra Mansa." Palestrante .

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