Gestão do Conhecimento Organizacional

A gestão do conhecimento é importante para gerenciar o intelecto humano
A gestão do conhecimento é importante para gerenciar o intelecto humano

Psicologia

08/07/2014

O conhecimento científico é apurado e embasado em conceitos racionais. Segue ideias claras e regras lógicas. Outra dimensão com relação a tipos de conhecimento nos é apresentada por POLANYI, (1966), para quem há uma distinção entre dois tipos de conhecimento: o conhecimento explícito e o conhecimento tácito. O conhecimento explícito é transmitido facilmente em idioma formal, de fácil expressão, e prontamente transferível em formato digital. O conhecimento tácito é difícil de comunicar usando-se o idioma formal, mas pode ser deduzido ou inferido por ações.


De acordo com EDVINSSON e MALONE (1998) a gestão do Capital Intelectual é, na realidade, a alavancagem da combinação entre capital humano e capital estrutural. Atualmente as empresas estão desenvolvendo suas competências para aumentar as chances de atingir seus objetivos estratégicos, melhorar a qualidade nos processos de solução de problemas, negociações e de tomada de decisões.


De acordo com pesquisas realizadas pela companhia de seguros Skandia, sob coordenação de Sveiby, citados por EDVINSSON e MALONE (1997), esses fatores assumem tipicamente duas formas:

Capital Humano. O conhecimento, a experiência, o poder de inovação e a habilidade dos empregados de uma companhia para realizar as tarefas do dia a dia. Inclui também os valores, a cultura e filosofia da empresa. Neste caso, porém, o capital humano não constitui propriedade da empresa.


Capital Estrutural. Os equipamentos de informática, os software, os bancos de dados, as patentes, as marcas registradas e todo o resto da capacidade organizacional que apoia a produtividade daqueles empregados – em poucas palavras, tudo o que permanece no escritório quando os empregados vão para casa. O capital estrutural também inclui o capital de cliente, o relacionamento desenvolvido com os principais clientes. Ao contrário do capital humano, o capital estrutural pode ser possuído e, portanto, negociado.


As organizações visam obter maximização do valor econômico, ou seja, ter resultados a partir da melhoria de desempenho das pessoas.


A gestão do conhecimento é importante para gerenciar o intelecto humano, criando novo conhecimento, disseminando-o, através da organização, e embutido em produtos, serviços e sistemas.


CROSSAN, LANE & WHITE, 2001 propõem um framework para o aprendizado organizacional que contém quatro processos correlacionados – intuição, interpretação, integração e institucionalização – que ocorrem em três níveis: individual, grupo e organização, “ademais, mesmo que indivíduos estejam interpretando coisas de relevância, seu aprendizado precisa ser integrado e institucionalizado para realizar seu valor futuro. Esta teoria sugere não se tratar simplesmente de uma questão de transferência de dados, informação ou conhecimento – é uma questão de aprendizado organizacional.” E concluem, no entendimento deste autor, que o “aprendizado organizacional pode ser concebido como o principal meio de se atingir a renovação estratégica de uma corporação.”

Usando esta distinção e a suposição que conhecimento pode ser convertido em novo conhecimento por uma interação formal entre conhecimento tácito e explícito, NONAKA e TAKEUCHI (1995) propõem quatro modos de criação de conhecimento: socialização, combinação, exteriorização e interiorização, conectando valores estratégicos para empresas.


Com a globalização, o avanço tecnológico, as empresas estão investindo em capital humano, com o objetivo de ter retorno mais rápido. Neste contexto, este artigo abordará os seguintes assuntos: o conhecimento como gerador de riqueza das organizações, capital intelectual: principal fonte de intangíveis nas empresas e um diferencial competitivo em relação aos concorrentes e gestão do capital intelectual.


Desde os primórdios, o Capital Intelectual manifesta-se em todas as ações da vida, nas decisões e até mesmo na sobrevivência da espécie humana, e é a partir de bem pouco tempo que as organizações e seus administradores vêm percebendo a sua influência e suas implicações nos resultados empresariais. Os ativos intangíveis, como as qualificações dos funcionários, a tecnologia da informação e os incentivos à inovação, por exemplo, podem desempenhar papel preponderante na criação de valor para a empresa. Os sistemas tradicionais de mensuração, não foram concebidos para lidar com a complexidade desses ativos. Os ativos baseados no conhecimento devem ser avaliados com extrema cautela, porque seu impacto sobre o destino de qualquer negócio é tremendo. Para Sveiby (2000), muito mais do que contribuir para a valorização total da empresa, o conhecimento é à base de sua estrutura interna e externa. Para poder competir e enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais exigente, as empresas têm que investir em recursos humanos.


O conhecimento sempre desempenhou importante papel nas grandes transformações sociais. Na primeira fase da Revolução Industrial, Paiva (1999) coloca que foram aplicadas as ferramentas, processos e produtos; na segunda fase – revolução da Produtividade -, passou a ser aplicado ao trabalho e como gerador de riquezas das organizações.


Os fatores clássicos de produção nos dias de hoje, conforme Edvinsson & Malone (1998), não são mais os principais responsáveis pela criação do valor de mercado. O capital em forma de imobilizado e o trabalho na velha concepção de mão de obra cedeu o lugar a fatores que, na falta de melhor expressão, designamos por intangíveis. Os ativos intelectuais tornaram-se os elementos mais importantes no mundo dos negócios. Valorizar o capital humano (Ativos intelectuais) é fundamental para a competitividade empresarial. Pois os recursos humanos são os principais responsáveis pelo desempenho das empresas e constituem vantagens competitivas num mercado cada vez mais exigente.


Na verdade, o capital intelectual está a tornar-se o fator de produção mais importante, deixando para trás os fatores tradicionais da fórmula da produtividade: o capital e a mão de obra.
Esta a opinião é corroborada por Druker (1993, p. 183) quando refere: “No passado, as fontes de vantagem competitiva eram o trabalho e os recursos naturais, agora e no próximo século, a chave para construir a riqueza das nações é o conhecimento.”


Por outro lado, estudos empíricos indiciam que a inovação organizacional, entendida como a capacidade que as organizações têm para se renovarem de forma equilibrada, está relacionada com a forma como é gerida a inovação interna do seu capital intelectual, que se traduz em produtos e serviços capazes de satisfazer o cliente. Isto significa que em todos os processos organizacionais será necessário incorporar capital intelectual e por toda a organização fazer de cada indivíduo um inovador, sendo portanto, o cerne do processo de inovação, a gestão do capital intelectual.


Considerando a inovação como a reveladora do capital intelectual, torna-se evidente que é a aposta nos talentos individuais que pode originar uma cultura de inovação, capaz de melhorar a performance organizacional.


Efetivamente, este estudo permite-nos concluir que as empresas têm melhor performance no campo social e no campo econômico quando equilibram o Modelo do Capital Intelectual (Lopes& Martins, 2000). Quando há desequilíbrio, em qualquer dos quadrantes, a performance é menor. Esta constatação poderá ser por isso um paradigma que dê origem a um processo de certificação e acreditação.


Concluindo, a incorporação de conhecimento e a inovação, são atualmente, as fontes de vantagem competitiva de qualquer organização e dado que a criação de valor nas organizações já não se centra nos processos típicos, mas na gestão do saber, utilizando redes e novas tecnologias, acreditamos que a criação de um Modelo de Certificação/Acreditação do capital intelectual, representará um passo significativo na melhoria da performance organizacional, sendo por isso um elemento fundamental na geração de vantagens competitivas, particularmente para as pequenas empresas.



Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Iran José da Silva

por Iran José da Silva

Formação: FATIN- Bacharelado em Teologia Faculdade Guararapes: Pós-graduado em psicologia organizacional e do Trabalho. Faeteo - Mestrando em Teologia STMMS - Psicanálise

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