Porque os Terapeutas compactuam?

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A contratransferência corresponde à resposta emocional do terapeuta às repetiç&#

Psicologia

01/01/2014

A contratransferência compreende um fenômeno amplamente comentado dentro da Psicologia. Sob uma perspectiva histórica, ela esteve associada com o desenvolvimento da Psicanálise, e, em seguida, seu conceito acabou sendo aplicado a outras abordagens teóricas. Trata-se de um termo inicialmente utilizado para designar a transferência do analista, percebido por Freud como um obstáculo ao andamento da psicoterapia. Essa forma de transferência corresponderia à resposta emocional do terapeuta às repetições do seu paciente, sendo ela de caráter positivo ou negativo e também estando associada ao desfecho do tratamento.

Os fenômenos contratransferenciais podem estar relacionados com diversas características do paciente, como o gênero, a idade, a psicopatologia que apresenta ou, inclusive, suas condições socioeconômicas. No entanto, o conceito de contratransferência tem se expandido de tal modo que estes fenômenos passaram a ser reconhecidos de formas diferentes, como as atuações e repetições vindas do terapeuta. Quando o profissional deixa de trabalhar em sessão as questões emocionais do paciente ou depara-se pensando com muita frequência no mesmo, pode-se estar diante de sentimentos contratransferenciais.

Embora a contratransferência possa ser considerada um “ponto cego” dentro da psicoterapia, algumas abordagens teóricas são fundamentadas unicamente neste fenômeno. Muitos autores sugerem que o sentimento contratransferencial possa ser induzido pelo paciente no terapeuta, o que permite a sua utilização dentro da situação terapêutica. Para tanto, torna-se importante compreender quais pensamentos e sentimentos o paciente nos desperta, e, a partir disso, torna-se possível evitar que as questões pessoais do terapeuta influenciem negativamente no processo de terapia.

Por vezes, o terapeuta pode sentir-se impelido a gratificar os comportamentos, a formar conluios e compactuar com o seu paciente, o que pode ser considerado como uma forma de atuação prejudicial. Por isso, entende-se que a contratransferência constitui tanto um instrumento quanto um empecilho para o progresso do tratamento.

À medida que estas questões ficam mais claras, é possível buscar meios de reduzir o impacto que elas produzem na situação terapêutica, como é o caso da análise pessoal ou da supervisão. Estas medidas evitam que o terapeuta envolva-se de maneira inadequada, possibilitando que ele se aproxime e se afaste do seu paciente de forma dosada e ética.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Diego Rafael Schmidt

por Diego Rafael Schmidt

Diego Rafael Schmidt é Psicólogo, com especialização em andamento em Avaliação e Diagnóstico Psicológico pela Faculdade Meridional (IMED, 2014), tendo realizado cursos de Técnica de Atendimento em Psicanálise e Terapia Breve de Orientação Psicanalítica pela Escola Paulista de Psicanálise (EPP, 2011) e Psicologia Clínica e Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Portal Educação (2013).

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