COMER OU NÃO COMER... será essa a questão?

Qual é a nossa relação com a comida?
Qual é a nossa relação com a comida?

Psicologia

18/10/2013

A nossa relação com os alimentos, na atualidade, está cada vez mais problemática, pois enquanto uns estão comendo compulsivamente, outros estão deixando de comer, devido a inúmeros transtornos alimentares.

Em resumo, a comida está servindo como um mecanismo de escape para as questões emocionais não resolvidas. Descontamos na comida, de um jeito ou de outro.

Há uma divulgação maciça de que a sociedade brasileira está a caminho da obesidade, pois cerca de 51% da população já apresenta sobrepeso.

As causas, consequências e tratamentos contra o ganho excessivo de peso, nós vemos constantemente em todos os meios de comunicação, mas os números continuarão a crescer se não forem tomadas atitudes para evitarmos o problema.

Além do problema de excesso de peso, temos que enxergar os transtornos alimentares relacionados à não alimentação. Muitas pessoas estão sofrendo com distúrbios que as levam a não se alimentar, ou a se alimentar de maneira totalmente incorreta. Tem muita gente morrendo e não estamos conseguindo salvá-las.

Se fizermos uma pausa em nossas vidas tão corridas e pararmos para olhar ao nosso lado, veremos que de certa forma, estamos perdendo muito com tudo isso. Estamos deixando de prestar atenção no sofrimento das pessoas que estão ao nosso lado, comendo demais, ou se recusando a comer.

É preciso muita empatia para entendermos que elas estão sofrendo e não estão encontrando uma saída para o que estão sentindo. Se relacionar de maneira errada com a comida é só uma forma de compensar a falta de relação com as pessoas.

Somos seres providos de inteligência emocional, mas estamos nos tornando eremitas em uma sociedade globalizada. Veja como isso soa estranho!

Temos amigos virtuais em toda parte do mundo, mas não conseguimos perceber que nosso(a) filho(a) está deixando de comer porque se enxerga de maneira totalmente deturpada, ou que ele(a) não consegue lidar com diversas questões e resolve tudo comendo compulsivamente. Não estamos vendo os sinais e não estamos escutando seu pedido de socorro!

É difícil amar ao próximo como a si mesmo, quando o próximo é um vizinho, um colega de trabalho, ou um desconhecido qualquer, mas nada justifica nossa falta de amor pelos que “amamos”.

Parecem palavras duras, mas são muito sinceras e vem de uma longa reflexão, onde me enquadro em cada questão discutida aqui. Todos nós estamos sofrendo de uma deficiência de compaixão e estamos nos distanciando cada vez mais do que deveríamos ser.

A realidade mostra que morar no “paraíso”, como falam do Brasil, não é suficiente para sermos plenos de felicidade e realização. Precisamos nos importar verdadeiramente com todos e cada um, pois na individualidade (diferente de individualismo) somos capazes de alcançar a essência das pessoas e conseguimos nos comunicar em busca da solução para tanta angústia latente.

Acredito totalmente no trabalho dos profissionais especializados no tratamento dos transtornos emocionais e comportamentais, mas tenho certeza de que sem o nosso apoio verdadeiro, as pessoas que tanto precisam se encontrar, nunca terão coragem de partirem em busca de si mesmas.

Sejamos o PORTO SEGURO um do outro, pois é na doação plena que atingiremos a verdadeira felicidade.


Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Cristiane Almeida Prado

por Cristiane Almeida Prado

Cristiane Almeida Prado Formada em Psicologia no ano de 2004

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