Transtornos Alimentares

Psicologia

09/10/2012

A anorexia nervosa (AN), descrita quase que simultaneamente na França e na Inglaterra, na segunda metade do século XIX, corresponde a uma nova condição descrita pela medicina moderna.

A mídia eletrônica bombardeia o publico com imagens de mulheres esbeltas que “estão com tudo”. Essas imagens sugerem que a aparência externa é muito mais importante que a identidade interna. Assim, a anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN) parecem ser transtornos dos nossos tempos.

Entretanto, a pratica de jejuar existe há séculos, o que nos leva a questionar se a anorexia nervosa é realmente uma doença nova, produto das pressões sociais atuais, ou se configura uma forma mais profunda de auto-expressão adotada por sujeitos de outras épocas e culturas.

As santas e beatas da Idade Média, com seus jejuns auto-impostos, não perseguiam um ideal de beleza, mas um ideal de comunhão com Deus. Ou, ainda, faziam da recusa em alimentar-se uma forma de conservarem a virgindade e opor-se aos casamentos arranjados.

Alguns autores acreditam que, apesar de considerada uma patologia contemporânea, a Anorexia atual sugere um tipo de comportamento recorrente de mulheres que, através da história do Ocidente, têm usado a restrição alimentar como uma linguagem simbólica em sentido amplo.

A bulimia nervosa (BN), por sua vez, apresenta uma história bem mais recente, tendo sido descrita como síndrome relacionada à anorexia nervosa na década de 1970.

Os principais sistemas classificatórios atuais, o DSM-IV-TR (APA 2000) e a CID-10 (OMS, 1993), referem-se a duas síndromes principais de transtornos alimentares: a AN e a BN. Em ambas existe uma preocupação excessiva em relação à forma e ao peso corporal que leva o paciente a adotar comportamentos inadequados, dirigidos à perda de peso.

Na década de 1980, passou-se a reconhecer a existência de outros transtornos alimentares ditos atípicos, sem outra especificação (TASOE) ou não especificados (TANE), por não corresponderem exatamente aos critérios da NA ou da BN, embora alguns quadros apresentem ao menos parte das características destas e sejam vistos como síndromes parciais das mesmas.