Transtorno de Pânico e Agorafobia

Transtorno de Pânico e Agorafobia
Transtorno de Pânico e Agorafobia

Psicologia

12/09/2012

Este é um dos problemas mais frequentes e incapacitantes entre os transtornos de ansiedade. Há uma enorme ansiedade e tudo é feito para que não aconteça mais, como comportamentos de fuga ou evitação, que afetam a vida desses pacientes. Envolve reações súbitas e intensas como taquicardia, falta de ar, tremores, sudorese, vertigens, ideações de morte, loucura, perda de controle, entre outros.

O termo agorafobia foi proposto em 1871 por Westphal (1822-1890), que significa medo de lugar amplo e movimentado (ágora, em grego – assembleia de pessoas, praça do mercado). Transtorno de pânico começou a ser conceituado por Freud, em seus escritos sobre neuroses de ansiedade. No tratamento são associados psicoterapia com medicamentos. Estudos mostram que no tratamento psicológico deve estar incluído um repertório de manejo das crises, como a exposição aos estímulos temidos e treino em relaxamento. Muito eficaz no tratamento é a estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E, descrita a seguir:

A.C.A.L.M.E.-S.E.
A chave para lidar com um estado de ansiedade é aceitá-lo totalmente. Permanecer no presente e aceitar sua ansiedade a faz desaparecer. Para lidar com sucesso com sua ansiedade você pode utilizar a estratégia “A.C.A.L.M.E.-S.E.”, de oito passos. Usando-a você estará apto(a) a aceitar sua ansiedade até que ela desapareça.

1. Aceite a sua ansiedade. Um dicionário define aceitar como dar “consentimento em receber”. Concorde em receber as suas sensações de ansiedade. Mesmo que lhe pareça absurdo no momento, aceite as sensações em seu corpo, assim como você aceitaria em sua casa um hóspede inesperado e desconhecido ou uma dor incômoda. Substitua seu medo, sua raiva e sua rejeição por aceitação. Não lute contra as sensações. Resistindo, você estará prolongando e intensificando o seu desconforto. Ao invés disso, flua com ela.

2. Contemple as coisas à sua volta. Não fique olhando para dentro de você, observando tudo e cada coisa que sente. Deixe acontecer com o seu corpo o que ele quiser, sem julgamento: nem bom nem mau. Olhe à sua volta, observando cada detalhe da situação em que você está. Descreva-os minuciosamente para você, como um meio de afastar-se de sua observação interna. Lembre-se: você não é sua ansiedade. Quanto mais puder separar-se de sua experiência interna e ligar-se nos acontecimentos externos, melhor se sentirá. Esteja com ansiedade, mas não seja ela: seja apenas observador.

3. Aja com sua ansiedade. Aja como se você não estivesse ansioso (a), isto é, funcione com suas sensações de ansiedade. Diminua o ritmo, a velocidade com que você faz as suas coisas, mas mantenha-se ativo(a)! Não se desespere, interrompendo tudo para fugir. Se você fugir, a sua ansiedade diminuirá, mas o seu medo aumentará, onde na próxima vez a sua ansiedade será pior. Se você ficar onde está – e continuar fazendo as suas coisas – tanto a sua ansiedade quanto o seu medo diminuirão. Continue agindo, bem devagar!

4. Libere o ar de seus pulmões, bem devagar! Respire bem devagar, calmamente, inspirando pouco ar pelo nariz e expirando longa e suavemente pela boca. Conte até três, devagarinho, na inspiração, outra vez até três prendendo um pouco a respiração e até seis na expiração. Faça o ar ir para o seu abdômen, estufando-o ao inspirar e deixando-o contrair-se ao expirar. Não encha os pulmões. Ao exalar, não sopre: apenas deixe o ar sair lentamente pela boca. Procure descobrir o ritmo ideal de sua respiração, nesse estilo e nesse ritmo, e você descobrirá como isso é agradável.

5. Mantenha os passos anteriores. Repita cada um, passo a passo. Continue a: (1) aceitar sua ansiedade; (2) contemplar; (3) agir com ela e (4) respirar calma e suavemente até que ela diminua e atinja um nível confortável. E ela irá, se você continuar repetindo estes quatro passos: aceitar, contemplar, agir e respirar.

6. Examine seus pensamentos. Talvez você esteja antecipando coisas catastróficas. Você sabe que elas não acontecem. Você já passou por isso muitas vezes e sabe que nunca aconteceu nada do que pensou que aconteceria. Examine o que você está dizendo para si mesmo (a) e reflita racionalmente para ver se o que você pensa é verdade ou não: você tem provas sobre se o que pensa é verdade? Há outras maneiras de entender o que está lhe acontecendo? Lembre-se: você está apenas ansioso (a) - isto pode ser desagradável, mas não é perigoso. Você está pensando que está em perigo, mas tem provas reais e definitivas disso?

7. Sorria, você conseguiu! Você merece todo o seu crédito e todo o seu reconhecimento. Você conseguiu, sozinho (a), e com seus próprios recursos, tranquilizar-se e superar este momento. Não é uma vitória, pois não havia um inimigo, apenas um visitante de hábitos estranhos que você passou a compreender e aceitar melhor. Você agora saberá como lidar com visitantes estranhos.

8. Espere o futuro com aceitação. Livre-se do pensamento mágico de que você terá se livrado definitivamente, para sempre de sua ansiedade. Ela é necessária para você viver e continuar vivo (a). Em vez de considerar-se livre dela, surpreenda-se pelo jeito como a maneja, como acabou de fazer agora. Esperando a ocorrência de sua ansiedade no futuro, você estará em uma boa posição para lidar com ela novamente.

FONTE: Rangé; Bernik, 2001.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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