Transtorno do Pânico

Transtorno do Pânico
Transtorno do Pânico

Psicologia

05/09/2012

O diagnóstico de transtorno de pânico demanda a repetição imprevista de ataques de pânico, seguida por pelo menos um mês de preocupação com a possível recorrência do ataque, ou com suas consequências, ou mudanças de comportamento relacionadas ao ataque. Agorafobia pode ou não estar presente, e o ataque não deve estar relacionado a uma condição médica, uso de drogas ou outro transtorno mental.



Embora ansiedade, tipo pânico e desordem de pânico tenham sido descritas há muito tempo em pacientes adultos, sua descrição na infância é mais recente, com os primeiros casos descritos na década de 80 (GARLAND, 1990).



Critérios Diagnósticos para F40.01 - 300.21 Transtorno de Pânico Com Agorafobia
A. (1) e (2)

(1) Ataques de Pânico recorrentes e inesperados.

(2) Pelo menos um dos ataques foi seguido por 1 mês (ou mais) de uma (ou mais) das seguintes características:

(a) preocupação persistente acerca de ter ataques adicionais

(b) preocupação acerca das implicações do ataque ou suas consequências (por exemplo, perder o controle, ter um ataque cardíaco, "ficar louco")

(c) uma alteração comportamental significativa relacionada aos ataques.



B. Presença de Agorafobia



C. Os Ataques de Pânico não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, abuso de drogas, medicamentos) ou de uma condição médica geral (por exemplo, hipertiroidismo).



D. Os Ataques de Pânico não são melhor explicados por outro transtorno mental, como

Fobia Social (por exemplo, ocorrendo quando da exposição a situações sociais temidas),

Fobia Específica (por exemplo, quando da exposição a uma situação fóbica específica),

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (quando da exposição à sujeira, em alguém com uma obsessão de contaminação),

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (por exemplo, em resposta a estímulos associados a um estressor severo) ou

Transtorno de Ansiedade de Separação (por exemplo, em resposta a estar afastado do lar ou de parentes queridos).

Critérios Diagnósticos para F40.00 - 300.22 Agorafobia Sem História de Transtorno de Pânico


A. Presença de Agorafobia relacionada ao medo de desenvolver sintomas tipo pânico (por exemplo, tontura ou diarreia).

B. Jamais foram satisfeitos os critérios para Transtorno de Pânico

C. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, abuso de drogas, medicamentos) ou de uma condição médica geral.

D. Na presença de uma condição médica geral associada, o medo descrito no Critério A excede claramente aquele em geral associado com a condição.


FONTE: DSM-IV (APA, 1994).

O pânico pode ser dividido didaticamente em dois componentes, um somático, outro cognitivo, levando a um questionamento sobre a possibilidade de crianças conseguirem elaborar este componente cognitivo antes da aquisição do pensamento abstrato. A criança relacionaria os sintomas corporais a eventos externos ou objetos, diferentemente dos adolescentes que já começam a relacionar estes sintomas a sentimentos e sensações que ocorrem durante o ataque (NELLES, 1988). Retrospectivamente, adultos e adolescentes portadores da síndrome relatam o início dos sintomas durante a infância (KLEIN, 1981 apud BLACK, 1990). Porém, com o melhor entendimento acerca da apresentação dos sintomas, cada vez mais são descritos casos de pânico em crianças (VITIELLO, 1990; LAST, 1989; MORREAU, 1989; BLACK, 1990).


Existem evidências de que o diagnóstico de transtorno de pânico em crianças pode ser corretamente realizado se forem feitas perguntas específicas para o diagnóstico. Finalmente, deve-se considerar a síndrome de hiperventilação, com vasta literatura na pediatria, preenche os critérios para transtorno de pânico, podendo ser um dos motivos que justificariam as incidências diminutas destes quadros (GARLAND, 1990).



Os trabalhos realizados com crianças sugerem incidência em torno de 0,5% na população geral (BLACK, 1990), mas este valor cresce, quando é estudado sobre uma população de serviços de psiquiatria, para algo em torno de 10% (LAST, 1989; BRADLEY, 1990; ALESSI, 1988; THYER, 1985 apud BLACK, 1990).

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