Estresse

Estresse
Estresse

Psicologia

03/02/2012

Estresse o mal do século XXI, Brunner (2002) “define que é um estado produzido por uma alteração no ambiente, a qual é percebida como desafiadora, ameaçadora ou lesiva ao equilíbrio dinâmico da pessoa”.

Garcia (2007) diz que quando nosso cérebro interpreta alguma situação de estresse, todo nosso organismo passa a desenvolver uma série de alterações adaptativas. Na primeira etapa, acontece o alarme, todo organismo é mobilizado sem envolvimento específico ou exclusivo de algum órgão em particular. É um estado de alerta geral, tal como se fosse um susto.

Segundo ele esse estresse continua por um período mais longo entra na segunda fase, chamada de fase de adaptação ou resistência, durante este estágio, o organismo adapta suas reações e seu metabolismo para suportar o estresse por um período de tempo prolongado. Neste estado a reação de estresse pode ser canalizada para um órgão específico ou para um determinado sistema, sejam os sistemas cardiológicos, imunológicos, gástrico, tegumentar e outros.

Segundo Selye (1956) a percepção de um perigo eminente ou de um evento traumático, é realizado pelo córtex; e interpretado por uma rede de neurônios, identificado o estímulo, o córtex aciona o sistema límbico, através das estruturas que controlam as emoções e as funções dos sistemas viscerais (coração, vasos sanguíneos, pupilas, sistema gastrointestinal) através do chamado sistema nervoso autônomo. A ativação dessas vias irá causar alterações como: dilatação pupilar, palidez, aceleração e aumento da força das batidas cardíacas e da respiração, erecção dos pelos, sudorese, paralisação do trânsito gastrointestinal, secreção da parte medular das glândulas adrenais (adrenalina e noradrenalina). Ao mesmo tempo, o hipotálamo comanda uma ativação da glândula hipófise, situada na base do cérebro.




disponível em http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/figuras.htm

No estresse, o principal hormônio liberado pela hipófise é o ACTH (o chamado hormônio do estresse), que, carregado pelo sangue, vai até a parte cortical, provocando um aumento da secreção de hormônios corticosteróides. Estes hormônios têm ações sobre praticamente todos os tecidos do corpo, alterando o seu metabolismo, a síntese de proteínas, a resistência imunológica, as inflamações e infecções provocadas por agressões externas. Essas respostas são normais em qualquer situação de dano, perigo, doença, etc. Assim, dizemos que existe um certo nível de estresse que é normal e até importante para a defesa do organismo. O perigo para o organismo passa a ocorrer quando a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal se torna crônico e repetido. Nesse momento, começam a surgir às alterações patológicas causadas pelo nível constantemente elevado desses hormônios.

Sintomas do estresse

O estresse pode causar ou agravar vários tipos de doenças, que vão da asma, às doenças dermatológicas, passando pelas alérgicas e imunológicas; todas elas relacionadas, de alguma forma, à ativação excessiva e prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Na área do sistema digestivo, pode surgir desde uma simples gastrite, até uma úlcera. No sistema circulatório causa muitos problemas, tais como: diminuição do fluxo sanguíneo, isso leva à chamada isquemia do miocárdio, que é acompanhada de dores no coração, principalmente quando se faz algum esforço, e até ao infarto do miocárdio, provocado pela morte das células musculares do coração, por falta de oxigênio.

A adrenalina tem o poder de contrair esses vasos, agravando o problema de quem já os tem com o diâmetro reduzido pelas placas ateroscleróticas. Podendo levar a pessoa à morte, que muitas vezes acompanha um estresse agudo. Um pequeno coágulo (trombo) pode desencadear uma cascata de coagulação, que também pode levar à morte. O nível elevado de adrenalina pode provocar arritmias. No campo clínico (somático) os distúrbios ainda ditos 'neuro-vegetativos' são comuns: quadro de astenia, tensão muscular elevada com cãibras e formação de fibralgias musculares, tremores, sudorese, cefaleias tensionais e enxaqueca, lombalgias e braquialgias, hipertensão arterial, palpitações e batedeiras, dores pré-cordiais, colopatias e até dores urinárias sem sinais de infecção. O aumento da concentração do sangue e do conteúdo de plaquetas, alteração do nível de cortisol, catecolaminas urinárias, hormônios hipofisários e sexuais, além dos aumentos de glicemia e colesterol, este por conta do LDL.



Os sintomas psíquicos são perturbações de comportamento ou exacerbação de problemas sociopáticos. Ansiedade, além de irritabilidade, fraqueza, nervosismo, medos, ruminação de ideias, exacerbação de atos falhos e obsessivos, além de rituais compulsivos, aumentam sensivelmente. A angústia é comum e as exacerbações de sensibilidade com provocações e discussões são mais frequentes. Do ponto de vista depressivo, a queda ou o aumento do apetite, as alterações de sono, a irritabilidade, a apatia e adinamia, o torpor afetivo e a perda de interesse e desempenhos sexuais são comumente encontrados.

Existem também as "fugas", que todos conhecemos. Quando não se apela para a automedicação com ansiolíticos, a pessoa refugia-se na bebida e mesmo no consumo de drogas ilícitas de uso e abuso, além de aumentar a quantidade de cigarros fumados, quando for fumante. São estas as condições da derrocada à qual o estresse leva a pessoa, principalmente quando esta tiver uma personalidade hiperativa. Bernik (1997)

Tratamento
Para prevenir o estresse temos que refletir sobre os assuntos pessoais, familiares, sociais, de trabalho, de estudos, econômicos e financeiros. Reformular a vida, procurando reduzir as áreas geradoras de estresse. O enfermeiro do trabalho deve estar discutindo com a equipe de saúde ocupacional sobre o encaminhamento do profissional a um médico psiquiatra.

Muitas vezes haverá a necessidade de tratamento medicamentoso, com antidepressivos serotoninérgicos (ISRS) com ou sem ansiolíticos e/ou beta-bloqueadores.

No caso de existência de um quadro clínico presente como uma gastrite, asma ou alguma alteração cardiorrespiratória deve-se buscar atendimento ambulatorial. A correção da alteração clínica é imprescindível. E esta pode ir de um simples a complexo tratamento ou resumir-se somente às necessárias mudanças do modo de viver, incluindo lazer ou uma pequena prática esportiva constante.

 

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