Adaptação à universidade: estudo de caso com calouros - campus Binacional Unifap

Educação e Pedagogia

05/04/2017

1. Introdução

Um dos motivos para construção deste artigo se dá pela percepção das dificuldades em adaptar-se à vida universitária, ao ritmo cobrado pela universidade aos acadêmicos do Campus Binacional do Oiapoque – UNIFAP. Percebe-se através de conversas formais, e até mesmo informais que muitos trazem consigo o formato da escola, em que se tem a figura do professor como único responsável pelo aprendizado, a ideia da sequencia de aulas e prova ao final de cada conteúdo, agora, o formato do ensino-aprendizagem mudou, eles se deparam com seminários, provas, pesquisas, e muitas vezes, tudo isso em uma semana, um ritmo totalmente diferente do que estavam acostumados.

O primeiro ano é um período crítico para adaptação do estudante à universidade, imagina para a população de um município que até o ano de 2013 ainda não contava com uma Instituição de Ensino Superior (IES). Ou seja, a instalação da universidade na cidade, por si só, já é um marco para a sociedade oiapoquense, imagina a representatividade que és para os primeiros ingressantes. Não são simplesmente calouros, são os primeiros munícipes a ingressarem ao ensino superior na cidade.

O sonho de se chegar à universidade, passou a ser real. Os filhos de pescadores, garimpeiros, pequenos comerciantes não precisariam mais se deslocar até a capital Macapá para tentar conseguir um curso superior.

Aquele sonho distante, enfim, ficou possível de realizá-lo. O simples fato de ingressar na universidade e identificar-se como universitário, e não mais como um secundarista, se sobressai até mesmo à escolha pelo curso, o importante é estar na universidade. Não se resume apenas a formação profissional. Para muitos, representa a transição da adolescência ou juventude para a fase adulta. Portanto, esta pesquisa justifica-se pelo desejo de se conhecer as percepções que os calouros do Campus Binacional tiveram quando ingressaram na universidade, e quais adaptações realizaram na vida acadêmica.

O ensino superior no município do Oiapoque ainda é um fato muito recente, a instalação do campus se deu em 2013, mas com ingresso de alunos somente em 2014, e com isso a comunidade ainda não diferencia o ensino superior, a vida universitária, do ensino básico. Muitos a entendem como uma simples extensão do ensino secundarista. E esse entendimento do fechamento de um ciclo – ensino básico – para o inicio do novo ciclo - a universitária, é crucial, pois a decisão por um curso universitário é a escolha de uma profissão, o ritmo de estudos é outro, a metodologia é outra, o estudante não está ali apenas para receber conhecimento, a partir de agora ele irá produzir conhecimentos também.

O modo como os alunos se integram ao contexto do ensino superior faz com que eles possam aproveitar melhor - ou não- as oportunidades oferecidas pela universidade, tanto para sua formação profissional quanto para seu desenvolvimento psicossocial. Estudantes que se integram acadêmica e socialmente desde o início de seus cursos têm possivelmente mais chances de crescerem intelectual e pessoalmente do que aqueles que enfrentam mais dificuldades na transição à universidade. (TEIXEIRA, 2008, p.186)

Ao ingressar no ensino superior, o acadêmico encontra um ambiente totalmente diferente do que conheceu durante sua vida escolar, diferenças essas que transpassa à relação pedagógica professor-aluno. O estudante encara os primeiros dias com alegria, misturado à ansiedade, medo, e euforia por ter conseguido “entrar” na universidade. Contudo, o grande problema consiste nisso, esses sentimentos, o que é natural, termina por se estender durante os primeiros períodos e prejudicar o histórico do acadêmico. Nesse ínterim, o acadêmico credita todo seu insucesso à metodologia do ensino superior, à fase de adaptação a uma nova realidade acadêmica, e este, passa a acreditar que poderá se recuperar futuramente.

Nesta fase de adaptação, o acadêmico passa a perceber que o ambiente escolar e o universitário são ambientes totalmente distintos, o controle e o interesse da instituição pelo estudante é notadamente diminuído. E isto, faz com que o envolvimento do estudante com sua formação dependam muito mais dele do que do ambiente universitário. A responsabilidade pelo aprendizado, antes centrada na escola, é agora deslocada para o jovem, ele que irá produzir conhecimentos através das pesquisas.

Imaginar esta metodologia de ensino, esse universo de ideias chamada universidade, chegar ao município de Oiapoque (AP) localizado no extremo norte brasileiro, com uma população relativamente pequena, apenas 24.263 habitantes, segundo o Censo 2010/ IBGE, município este que durante o inverno sofre constantes isolamentos por conta das péssimas condições da estrada, e que até então, extremamente carente por uma educação de alto nível, é um dos inúmeros motivos para a realização desta pesquisa.

2. Metodologia

Para a construção deste projeto pretende-se trabalhar com os métodos da pesquisa descritiva, que segundo Gil (2008): Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Sendo uma de suas características a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como entrevistas formais ou informais e a observação sistemática. Apesar de ser uma pesquisa descritiva, a mesma será tratada como um estudo de caso, as experiências e adaptações dos primeiros calouros do Campus Binacional – UNIFAP nosso objeto de estudo.

Inicialmente firam feitas leituras a cerca da temática psicologia comportamental na educação buscando entender o comportamento dos calouros ao ingressar na universidade, bem como familiarizar com o assunto e poder ter uma discussão teórica.

Para a fase de delineamento da pesquisa, Gil (2008) nos ensina que o elemento mais importante é a coleta de dados. Nesta fase podem-se utilizar vários instrumentos de coletas de dados. Como o objetivo deste estudo é captar e descrever a experiência de ingresso na universidade foram realizadas entrevistas informais com dez calouros, e dois docentes, utilizamos o método da entrevista informal em razão do tempo, mas também por preferir deixa-los livres para relatar sua experiência pessoal.

Foram levantadas questões sobre idade, renda familiar, curso, moradia (se moram sozinhos, com pais ou amigos), opção pelo curso (se estás no curso que desejava), quais as expectativas que tiveram quando ingressaram na universidade, se essas expectativas foram atendidas e se houve mudança nas expectativas em relação à universidade e ao curso no qual está matriculado, quais as maiores dificuldades encontradas, se recebem algum apoio, tanto financeiro quanto motivacional, por parte da família, amigos ou da instituição, se a universidade o ajudou nessa transição para a universidade, entre outros questionamentos que virão com o desenrolar deste projeto.

3. Referencial teórico

Em 2013 como fruto da politica de interiorização das universidades no Brasil o Campus Norte foi transformado no Campus Binacional através da Resolução Nº 01/2013 do CONSU/UNIFAP. O Campus Norte funcionava apenas como um polo de educação indígena com o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena. Com a transformação de fato em Campus Universitário, foram criados sete novos cursos: Letras-Francês, História, Geografia, Pedagogia, Ciências Biológicas, Direito e Enfermagem, que tiveram o ingresso da primeira turma no primeiro semestre de 2014. Atualmente o Campus Binacional conta com cerca de mil alunos. Portanto, os participantes desta pesquisa serão os acadêmicos das turmas 2014.1 por ser a primeira turma, e terem um percurso de vida universitária razoável sobre o qual iremos refletir.

A princípio percebe-se um número relativo de acadêmicos que são oriundos de outros municípios, pra esses acadêmicos esta fase de adaptação vem duplamente forçada, pois terás que adaptar-se a uma vida sozinha, longe dos pais, assumindo a responsabilidade de cuidar de si, além da responsabilidade de fazer por merecer a confiança e o investimento que os pais estão depositando.

A qualidade da relação que o universitário tem com seus pais, durante e mesmo antes do ingresso no ensino superior, é um fator que também influencia a adaptação à universidade. A percepção de apoio emocional por parte dos pais, a reciprocidade nas relações pais-filhos, o diálogo familiar sobre a vida na universidade e o apoio parental específico em questões relativas à transição parecem contribuir para a adaptação ao contexto do ensino superior (MOUNTS, Valentiner, Anderson & Boswell, 2006 apud TEIXEIRA et al., 2008, p.187).

Para a construção deste trabalho se fez necessário entender o que é universidade, o que ela representa, qual o seu papel, porque ela é tão desejada, tão privilegiada. Para muitos mais que instituição, universidade representa o inicio da vida adulta, status social, pensamentos advindos desde a criação das primeiras universidades quando era frequentada apenas pela aristocracia e membros da igreja, com o passar dos tempos foram intensificadas a ideia da produção de conhecimentos e com isso se popularizando o acesso. Segundo Wanderley (1984, apud Oliveira, 2013, p. 37) universidade pode ser definida como:

[...] lugar – mas não só ela – privilegiado para conhecer a cultura universal e as várias ciências, para criar e divulgar o saber, mas deve buscar uma identidade própria e uma adequação à realidade nacional. Suas finalidades básicas são o ensino, a pesquisa e a extensão. Ela é uma instituição que forma, de maneira sistemática e organizada, os profissionais, técnicos e intelectuais de nível superior que as sociedades necessitam. 

O surgimento e a expansão da Universidade no Brasil teve um processo bem lento, um histórico marcado pela não aceitação da Universidade no Brasil por parte de Portugal, apesar da pressão por parte dos jesuítas. Mas, para atender a demanda da corte é criado cursos de medicina, direito, e engenharias em diferentes estados. Considera-se que a Universidade mais antiga do Brasil é a Universidade Federal do Paraná, que iniciou suas atividades em 1912, há pouco mais de 100 anos. Mas, de fato somente a partir de 1930 que a universidade no Brasil ganha forma, com a reestruturação da Universidade Federal de Minas Gerais em 1933 e a criação da Universidade de São Paulo (USP) em 1934, logo após esse boom tivemos a repreensão nos anos da ditadura, e o sucateamento com o governo FHC (OLIVEIRA, 2003, p. 47).

Em resumo, hoje a Universidade brasileira configura-se como um espaço de produção e disseminação do conhecimento científico, formação profissional e humana, contribuindo diretamente e indiretamente para o desenvolvimento social. Como parte desta politica de desenvolvimento social foi criado no governo do então presidente Luís Inácio Lula da Silva através do Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007 o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI).

Conforme Decreto nº 6.096 de 2007:

Art. 1o Fica instituído o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI, com o objetivo de criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, pelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais.

Com o Reuni, o governo federal retomou o crescimento do ensino superior público, criando condições para que as universidades federais promovessem a expansão física, acadêmica e pedagógica da rede federal de educação superior.

Fruto desse crescimento é o Campus Binacional de Oiapoque – UNIFAP, criado em 2013, e em funcionamento a partir de 2014 com o ingresso dos alunos em sete cursos (Letras Francês, Enfermagem, Direito, Pedagogia, Ciências Biológicas, Geografia e História) o que representou um marco no município.

Entender esse acesso ao ensino superior, a esta novidade de ensino capaz de transformar vidas, um verdadeiro divisor de águas é o que nos motivou a desenvolver este projeto. Acredita-se que o modo como os alunos se integram ao contexto do ensino superior faz com que eles possam aproveitar melhor (ou não) as oportunidades oferecidas pela universidade, tanto para sua formação profissional quanto para seu desenvolvimento psicossocial.

Portanto, verifica-se que o ingresso no ensino superior repercute desde a vida pessoal até a profissional. E que este ingresso precisa ser de forma tranquila, orientada, e apoiada pelos pais, amigos, maridos, e pela instituição.

4. Resultado

Durante as entrevistas informais com os acadêmicos - estes não serão identificados, percebeu-se que todos os 07 acadêmicos (um de cada curso) apontaram que o apoio familiar sempre esteve presente desde a inscrição no ENEM até o momento, todos são casados, e com filhos, exceto a acadêmica (1) do direito. Levantou-se a questão como fizeram então para conciliar estudos, casa e família. Falaram que inicialmente foi mais fácil, porque estudavam a noite e durante o dia resolviam as “coisas de casa”. Alguns comentaram que mais difícil está agora, pois a universidade está exigindo além do horário noturno outros turnos, e isso está atrapalhando e muito em seus locais de trabalho, pois precisam sair constantemente ou então faltar para poder participar das atividades obrigatórias realizadas nos contra turnos.

Quanto às diferenças metodológicas e didáticas da Universidade comparadas ao ensino médio a turma ficou dividida, alguns disseram que nos primeiros períodos tinham poucas aulas, e as aulas que tinham eram muito corridas, o professor não queria ficar na cidade, então ele dava uma semana de aula passava um trabalho e pedia para entregar no sábado, ou enviar via email, sendo que nem laboratório de informática havia na instituição, e nem todos ainda dispunha de internet em casa.

Outros relataram que entraram na universidade com a mentalidade ainda do ensino médio, onde o único sistema de avaliação eram as provas, e na universidade eles sentem uma maior cobrança quanto à participação nas aulas, são muitos debates, seminários, sentem-se mais participativo na construção da aprendizagem, embora, muitos professores ainda sigam a linha tradicional da realização de provas.

Outro ponto levantado pelos acadêmicos foi que nos primeiros semestres, a dificuldade maior era em ter que se familiarizarem com as leituras, as referencia, os teóricos, muito conteúdo em curto espaço de tempo, pois a maioria dos professores por serem de fora não queria permanecer na cidade, então os cursos funcionavam modularmente, a cada uma, duas semanas – a depender da carga horária da disciplina, tinham aulas de um único professor. Relataram que as coordenações, os professores, a Direção do Campus tudo funcionava precariamente, não se tinha muita informação. Para eles tudo era novo, muitos nem sabiam o que era universidade, como funcionava, e quando recorria a estes setores, esses também não sabiam informar muita coisa. “Hoje, acredito que era devido o campus ser novo, a maioria eram servidores recém-chegados a cidade, nunca haviam trabalhado antes, ainda mais em uma universidade, o contato com Macapá era mais difícil ainda”, então, tudo isso conta, afirma a acadêmica de Biologia.

Quanto as expectativas a turma encontra-se dividida, dos 7, apenas 4 afirmam gostar do curso, e que pretendem continuar na área. O estudante de Geografia conta que:

“Não é exatamente o curso que eu gostaria de fazer, mas é satisfatório, pois gosto muito de geologia, porém a disciplina de ensino, didática, em nada me interessa, não pretendo dar aulas. A estrutura do campus não atende as minhas expectativas, pois não tem laboratório de geologia, cartografia, geoprocessamento, e nem laboratório de ensino”.

Para acadêmica de Direito, as expectativas estão superadas:

“Para mim que sou de família muito humilde. Hoje, sinto muito orgulho em ser acadêmica de direito em uma universidade federal. Fui bolsista do Programa Santander Universidades, estudei um mês na Espanha. Fui aprovada no IFAP para assistente em administração. Ainda não fui chamada, mas estou sendo monitora do Núcleo de Práticas Jurídicas na UNIFAP. Então, são coisas que nunca sonhei, e hoje, estou tendo a oportunidade graças à universidade”.

Quanto ao apoio institucional 5 (cinco) disseram que a universidade pouco apoiou, o campus era esquecido, os professores não gostavam da cidade, era notório o desprazer deles estarem ali em sala de aula, falavam muito mal do campus, da cidade. Os estudantes contam que era desestimulante vir assistir aulas de alguns professores.

5. Conclusão

Portanto, percebeu-se em cada fala, até mesmo no olhar dos acadêmicos que as dificuldades na adaptação foram várias, para uns mais latentes que outros, mas todos acreditaram que sua permanência muito se deu pela força de vontade em continuar, pelo apoio da família, para a maioria são os primeiros universitários da família. Quanto à dificuldade com a nova roupagem, a nova metodologia e didática da universidade, houve discordância de opiniões, para alguns continuou a mesma do ensino médio, opinião comum entre os acadêmicos dos cursos de licenciaturas, para os bacharelando há uma dinamicidade maior. 

6. Referências bibliográficas

BRASIL. Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Disponivel em: . <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6096.htm> Acesso em: 29 de janeiro de 2017

DINIZ, António M.; ALMEIDA, Leandro S.. Adaptação à Universidade em estudantes do primeiro ano: Estudo diacrónico da interação entre o relacionamento com pares, o bem-estar pessoal e o equilíbrio emocional. Análise Psicológica (2006), 1 (XXIV): 29-38.

Disponível em: https://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/154/1/AP%2024%281%29%20%282006%29%2029-27.pdf. Acesso em 28 de janeiro de 2017.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

OLIVEIRA, Camila Alberto Vicente de. O que os estudantes universitários pensam sobre seus professores? Um estudo sobre os professores dos cursos de licenciatura do Campus Jataí da Universidade Federal de Goiás. 2013. 161 f. Tese Doutorado - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013.

TEIXEIRA, Marco Antônio Pereira; DIAS, Ana Cristina Garcia; WOTTRICH, Shana Hastenpflug; OLIVEIRA, Adriano Machado. Adaptação à universidade em jovens calouros. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE). Volume 12 Número 1 Janeiro/Junho 2008.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Jessica de Sousa Meneses

por Jessica de Sousa Meneses

Mestranda em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará. Graduada em Administração Pública (UEMA - 2014) e em Turismo (UESPI - 2014). Especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior (FATECH - 2017). Atualmente é servidora da Universidade Federal do Amapá, como Assistente em Administração.

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