A FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOS DOCENTES.

Educação e Pedagogia

18/11/2015

JUSTIFICATIVA

 

A realidade educacional das comunidades ribeirinhas amazônicas é pouco conhecida e, desse modo, faz-se necessário divulgar à sociedade como um todo, a partir de uma pesquisa científica desenvolvimentista, através de uma abordagem quantitativa, e seguindo uma linha de pensamento positivista, a importância da graduação do professor de 1º ao 5º ano do ensino fundamental, que atua nas comunidades ribeirinhas do interior do estado, assim como as dificuldades enfrentadas por estes para alcançar a formação no ensino superior, haja vista a existência, ainda, dos chamados “professores leigos”, já que o Censo Escolar de 2010 indica que na região Norte apenas 51% do total de professores de ensino fundamental e médio que atuam na rede pública tem formação superior, dos 122.755 professores do ensino fundamental público do norte brasileiro 63.763 tem ensino superior e dos 29.752 que atuam no ensino médio 27.108 concluíram a graduação.

É evidente que o problema mais grave encontra-se na formação de professores do ensino fundamental, e não por acaso que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas públicas em 2009 foi de 4,4 em uma média de 0 a 10.

Dessa forma, buscando elevar a qualidade da Educação Básica, definida pelo governo federal como “área excepcionalmente priorizada”, o Ministério da Educação (MEC) tem lançado programas de formação inicial para professores do ensino fundamental e médio, concedendo bolsas de especialização e mestrado à distância para professores da Educação Básica que lecionam nas escolas públicas, devendo o Brasil atingir a nota 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) até 2021.

 

CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

 

Os obstáculos geográficos (rios e lagos, não há estradas), a escassez de recursos didáticos, logística inadequada, inexistência de projetos municipais que favoreçam o ensino superior direcionado para comunidades ribeirinhas e a falta de condições financeiras para cobrir os custos da graduação são algumas das dificuldades enfrentadas pelos professores que atuam em comunidades ribeirinhas amazônicas para a formação e a qualificação profissional mínima exigida por Lei para o exercício do magistério.

Entende-se que, atualmente, várias universidades estão desenvolvendo ambientes virtuais capazes de construir conhecimento à distância, com efetividade e interatividade. Essa é a terceira geração do ensino a distância, já que, inicialmente, usou-se o correio para o envio de textos escritos, na sequência foram utilizados o rádio e a televisão e hoje se tem a Internet e a videoconferência.

Esse ensino diferenciado pode ser oportunizado por um documentário em vídeo, pela pesquisa de determinado tema na Internet, por cursos on-line, pelo rádio, pela televisão etc. Dessa forma, é um ensino mediado por um instrumento. Nesse sentido, com a evolução tecnológica dos dias atuais, essa alternativa de aprendizagem tornou-se possível. Portanto, a Internet e as modernas tecnologias de comunicação são responsáveis pela quebra das últimas barreiras para o ensino à distância.

Atualmente mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a educação a distância em todos os níveis de ensino, em sistemas formais e não-formais de ensino, atendendo a milhões de estudantes.

Para Castro (2009), a educação a distância tem sido largamente usada para a formação e qualificação de professores, fundamentalmente em regiões com dificuldades e obstáculos geográficos para a formação e a qualificação profissional mínima exigida por Lei para o exercício do magistério e que apresentam grandes dificuldades para alcançar a formação exigida, citando o autor o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A forma de atuação da UAB ocorre a partir de parcerias com os Municípios, Estados e o Distrito Federal, por meio de instituições federais de ensino superior, na modalidade de Educação a Distância, implementando polos municipais de apoio presencial na oferta de ensino superior, compreendendo cursos sequenciais, graduação (inclusive os tecnológicos), especialização (lato sensu), aperfeiçoamento, mestrado e doutorado. Possui atuação por sistema colegiado de direção:

 

[…] a UAB possui um sistema colegiado de direção em que se conta com a presença de professores de ensino superior, médio e fundamental nos diversos fóruns do sistema, quais sejam: fórum de área, composto por coordenadores de curso; fórum regional, composto por coordenadores UAB e coordenadores de polos de acordo com sua região; fórum nacional, composto pelos coordenadores de polos e IES de todo o sistema; grupo assessor, composto por membros de reconhecido conhecimento na área de EAD (DURAN; SAMPAIO, 2010, p. 1).

 

O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) é uma rede nacional coordenada pelo Ministério da Educação (ME) e vinculada à Secretaria de Educação a Distância (SEED) voltada para pesquisa e novas metodologias de ensino para a educação superior (formação inicial e continuada) instituída pelo Decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006 e que atua segundo os termos do artigo 81 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei nº 9394/1996), visando à democratização, expansão e interiorização da oferta de ensino superior público e gratuito no País, bem como ao desenvolvimento de projetos de pesquisa e de metodologias inovadoras de ensino, preferencialmente para a área de formação inicial e continuada de professores da Educação Básica.

A escolha da modalidade da educação à distância, como meio de dotar as instituições educacionais de condições para atender às novas demandas por ensino e treinamento ágil, célere e qualitativamente superior, tem por base a compreensão de que, a partir dos anos sessenta, a educação a distância começou a distinguir-se se como uma modalidade não-convencional de educação, capaz de atender com grande perspectiva de eficiência, eficácia e qualidade aos anseios de universalização do ensino e, também, como meio apropriado à permanente atualização dos conhecimentos gerados de forma cada mais intensa pela ciência e cultura humana, salientando-se, naturalmente, para a importância da disponibilidade das Tecnologias da Informação para a modalidade da Educação à Distância.

Segundo Meirelles e Maia (2009), o ambiente digital, baseado na aplicação intensa e ampla de tecnologias de informação e comunicação, está afetando o processo educacional em várias e profundas dimensões. Esse efeito pode ser estudado com base nos seguintes fatos: a educação não é algo que acontece somente na juventude; o conhecimento tende a tornar-se obsoleto, exigindo um ambiente que permita o aprendizado contínuo; a educação e o entretenimento estão convergindo para um mesmo ambiente; a entrega de instruções educacionais está sendo alterada para um meio eletrônico, que é característico da Educação a Distância (EAD).

Essas mudanças ocorrem, primeiramente, no âmbito interno do campo pedagógico, provocando uma transição entre a cultura metodológica de ensino baseado no conhecimento concentrado para um ensino voltado para as inovações tecnológicas.

Porto Alegre (2011) discorre acerca do impacto da tecnologia dentro das instituições de ensino, introduzindo sobre a história da humanidade que parece lembrar que toda nova tecnologia redivide o mundo entre os que alcançam o sucesso e os que não alcançam. A educação tradicional não tem o perfil de promover ou incentivar a criticidade no indivíduo, proporcionando que se desenvolva e utilize sua capacidade comunicativa, ao contrário, preocupa-se com a preparação e capacitação da pessoa para ocupar uma vaga no mercado.

Como refere Kensky (2007), na sociedade tradicional a universidade era “locus” privilegiado do saber. O professor era a principal fonte de onde emanava todo o conhecimento que as novas gerações precisavam. A fruição do saber do mestre aos seus alunos dava-se em um processo de comunicação unidirecional. A transmissão era basicamente oral e o que interessava era a reprodução fiel do texto. Nesse contexto, a aprendizagem através da imagem era secundária ou inexistente. O audiovisual limitava-se ao som da voz do professor e ao texto escrito no livro ou na lousa.

Segundo Kensky (2007, p. 132): “Somos todos da geração alfabética da aprendizagem por meio do texto escrito, da leitura do livro, do artigo. Somos analfabetos para a leitura de imagens, dos sons, nossa alfabetização é parcial e não total. Sabemos ler apenas textos e não imagens, sons, movimentos”.

Observa-se, ainda, que a formação de professores no que se refere aos seus aspectos teórico-metodológicos tem-se constituído em objeto de reflexão, análise e crítica de diversos segmentos da sociedade e principalmente por parte de alguns educadores e de autores de várias obras que, preocupados, discutem a questão, a exemplo de Pilleti (2007) e Mercado (2004). Afirmam eles que é a partir do processo de formação docente que se pode vislumbrar um processo de ensino e de aprendizagem significativas, ou seja, um processo que venha atender às exigências e necessidades de uma educação marcada por profundas e aceleradas mudanças que vêm ocorrendo em âmbito local, regional e mundial.

 

OBJETIVOS

 

Objetivo geral:

- Demonstrar a importância da graduação à distância para a formação e qualificação dos professores do ensino fundamental que atuam nas áreas ribeirinhas amazônicas, de obterem a formação superior mínima exigida por Lei para o exercício do magistério.

Objetivos específicos:

- Identificar as características e carências do ensino fundamental do 1º ao 5º ano do ensino fundamental nas áreas ribeirinhas, bem como as necessidades e dificuldades do docente que atua nessa área do ensino, em obter a formação mínima exigida por lei para o exercício do magistério;

- Destacar os benefícios oferecidos pela graduação à distância para que os docentes das comunidades ribeirinhas possam oferecer aos alunos uma educação de qualidade, que venha a valorizá-los em diversos aspectos, do cognitivo ao social, e que lhes proporcione um norte para aspirações futuras.

- Discutir acerca das dificuldades e carências de formação profissional mínima exigida por Lei, para professores de 1º ao 5º ano do ensino fundamental que atuam em áreas ribeirinhas amazônicas, cenário que impõe um novo ordenamento social a partir da perspectiva de atentar para políticas educacionais voltadas para o ensino superior na modalidade à distância, principalmente no campo da docência.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação à Distância.  Sistema Universidade Aberta. Brasília: 2007.

 

CASTRO, Marta Luz Sisson. Educação, democracia e qualidade: os desafios da educação municipal no Estado do Rio Grande do Sul. In: Cadernos CEDAE, nº 4, Porto Alegre, 2009.

 

DURAN, Maria Renata da Cruz; SAMPAIO, Suzana. Avaliação de projetos pedagógicos na Universidade Aberta do Brasil: notas para a criação de um processo. Brasília: CAPES, 2010.

 

KENSKI, Victor. M. O Ensino e os recursos didáticos em uma sociedade cheia de tecnologias. In: VEIGA, I. P. A. Didática: o ensino e suas relações. Campinas, São Paulo: Papirus, 2007.

 

MEIRELLES, Fernando de Souza; MAIA, Marta de Campos. O uso da tecnologia de informação para a educação à distância no ensino superior. Relatório de Pesquisa. São Paulo, nº 12, 2009.

 

PILLETI, C. Didática Geral. São Paulo: Editora Ática, 2007.

 

PORTO ALEGRE, Laíze Márcia. Utilização das tecnologias da informação e da comunicação na prática docente, numa instituição de ensino tecnológico, Campinas: São Paulo: Universidade Estadual de Campinas 2011.

 

 

 

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Petrus Fabiano Araujo de Oliveira

por Petrus Fabiano Araujo de Oliveira

Petrus Fabiano Araújo de Oliveira, Solteiro, Brasileiro e Paraense. Endereço: TV.: 3 de Maio, n.º 1147 - Bairro São Brás CEP: 66063 - 388 Belém- Pará E-mail: petrusoliveira270@gmail.com FORMAÇÃO: 1.MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO-UNAMA 2015-ATUAL; 2.ESPECIALIZAÇÃO EM GERÊNCIA CONTÁBIL-IBPEX-2008-2009; 3.ENSINO SUPERIOR EM CONTABILIDADE-UNAMA-2004-2008.

Portal Educação

UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93