MOBILIZAR PARA O PROTAGONISMO DA DOCÊNCIA

MOSAICO DE TEMAS GERADORES DE INTERESSE DOS E DAS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS
MOSAICO DE TEMAS GERADORES DE INTERESSE DOS E DAS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS

Educação e Pedagogia

19/08/2015

  1. INTRODUÇÃO

 

          O contato com as experiências docentes na escola básica é essencial para a quebra de paradigmas, além de desconstruir alguns medos que assolam o imaginário do licenciando com relação à educação. O PIBID para alguns poucos alunos, que conseguem adentrar ao programa, já se tornou parte fundante da formação. 

          A partir das experiências adquiridas com as ações planejadas no PIBID, podemos compartilhar na sala de aula da universidade, os problemas recorrentes, as angústias da escola pública, os anseios de mudança do sistema de ensino e com isso, discutir coletivamente com os demais colegas de turma, e assim contribuir na elaboração de propostas efetivas e reais de transformação da realidade escolar.

          Metodologicamente, o trabalho na escola tem privilegiado a escolha das temáticas das Ciências Sociais para o estudo de Sociologia. A busca das temáticas no real vivido dos estudantes é diagnosticada a partir do diálogo constante e da participação ativa de todos os atores da sala de aula, professor, bolsistas e estudantes.

         Esta metodologia de trabalho enseja um processo novo, viabilizando a substituição da velha lógica bancária da escola tradicional, do professor “dono” da disciplina, preparador da aula, imposta por uma cultura escolar burocrática, por uma dinâmica de estudo e pesquisa que engaja a todos no processo de descobertas e conhecimentos sempre renovados.

          A sensibilidade de identificar o que o grupo tem como código social, permite inserir-se na vivência do coletivo, permitindo também identificar e discutir com eles sobre como lidam com preconceitos, discriminações, racismo, etc., com seus rótulos e estereótipos.

         Esses entendimentos sobre a vida cotidiana dos nossos estudantes, enquanto processo de Iniciação à Docência, no interior do projeto, permite avançar na formação docente, gerando novas metodologias e novas possibilidades para o profissional docente


2 IDENTIDADE MULTICULTURAL ESTUDANTIL

 

         Os (as) adolescentes, os (as) jovens se apresentam como incapazes, sem experiência, incompetentes o subprojeto de sociologia PIBID – FURB é recebido pelos estudantes do ensino médio como uma possibilidade de pensar além da escola que conheciam.

         Observa-se que os estudantes do ensino médio estão em fase de construção da sua identidade juvenil, de crianças e adolescentes para jovens, de tutelados e dependentes para autônomos e independentes responsáveis e adultos.

         A fase juvenil é uma transição, de descoberta sobre coisas que ainda não foram permitidas em suas vidas. Iniciam a trabalhar aos 14 anos, podem estudar a noite e ou devem estudar em horários diferentes de estudo e trabalho.

        O fato de trabalharem denuncia as condições de vida que lhe é ofertada pelo Estado, a sociedade e a família, a diversidade de condições e acesso a escola e o mercado de trabalho.

         Essa condição e acesso definem a identidade cultural juvenil em parte a partir da inclusão e ou exclusão no mercado de trabalho braçal e ou intelectual. Caracterizando por uma desigualdade social.

         Estabelecem a condição social de trabalhadores braçais e ou intelectuais, escolha que parece inevitável devido às condições até então estabelecidas num todo.

         A mobilidade social como uma possibilidade de empoderamento social, pelo capital cultural que os indivíduos conseguem ter na vida. A escola contribui para que os (as) estudantes possibilitem o acesso a emprego e renda diferenciados.

         A transformação da escola tradicional para uma escola dialógica significa a possibilidade de uma visão crítica sobre esse mercado de trabalho e quais são as condições que estão estabelecidas neste mercado.

         Os jovens em geral em grande parte não tem muita perspectiva de futuro, ou quase nenhuma perspectiva. Sabem que o acesso à escola não significa alguma mudança em sua condição, ou não acreditam que a escola possibilitará algo melhor do emprego que conseguiram.

         Essa pouca visão de possibilidades e ou a capacidade de sonhar faz com que a perspectiva da identidade cultural juvenil se tenha um se fechar em si mesmo.

         Para os acadêmicos e as acadêmicas a atividade prática é um exercício desafiador para superação das dificuldades que apareceram no decorrer do projeto. A busca de soluções para uma práxis libertadora entusiasma a todos e todas fazendo do projeto um divisor de águas entre o que se conhecia de escola tradicional e bancária para um dialogo permanente e trabalho coletivo.

           Educação em movimento da prática tradicional para a práxis libertadora que surge dos movimentos sociais no Brasil, Paulo Freire foi um dos protagonistas deste propósito. Ações coletivas de manifestações nas mais diversas maneiras de valorização do ser humano, dignidade, respeito, ética e equidade.

          O movimento institucional que se faz da prática tradicional para a práxis libertadora, fazem com que os atores sociais da escola passem a serem os protagonistas de sua própria história e mobilizadores dos interesses dos discentes. Em casos práticos pode-se ainda observar a mobilização que acontece em rede horizontal ou vertical simultaneamente.

           A mobilização[1] em rede é a atuação de uma rede de instituições comunitárias em projetos inovadores, ligada à mobilização dos atores locais na participação política de maneira autônoma e espontânea. Esta acontece em Tonneau, Sabourin processos organizados a partir das necessidades e prioridades locais a serem atendidas pelas agências de apoio ou fomento da ação técnica de empreendedorismo social[2].

          Esse limite da ação voluntarista e as questões desafiantes que enfatizam as dificuldades de inventar um projeto territorial realmente inovador, permitindo que nos libertemos de três arquétipos considerados restritivos, sintetizando a seguir.

 

“Modelos técnicos que atendem muitas pouco às exigências colocadas pelo enfoque de desenvolvimento territorial sustentável (...) modelos políticos (...) gestão integrada (...) modelos institucionais e financeiros (...) necessários às áreas marginalizadas (...) como inventar novas formas de gestão dos investimentos (...). O desafio consiste em mobiliar as organizações do território na pilotagem da formação, na tentativa de familiarizá-las como o novo modelo em construção, oportunizando assim a inserção social dos estudantes após o período de formação” (COUDEL, TONNEAU, 2010, p. 477).

 

           Essa formação a partir dos atores locais possibilita desafios é importante analisar a história do local e como funcionam as redes sociais dos atores envolvidos nos projetos. O que foi construído enquanto valor social e no que é possível avançar em projetos territoriais para o desenvolvimento sustentável.

          Na tradição da cultura brasileira, observa-se que a construção simbólica dos atores e de ações de mobilização perpassa pela contradição da identidade de pertencimento ao grupo ou propósitos dos atores envolvidos.

 

“No tempo e no espaço que a sociedade se organiza como tal em todos os aspectos, aquilo que parece natural, faz parte de uma construção cultural. Uma identidade que é dele, como uma pessoa, mas é também, fatalmente, a do grupo, através dele” (BRANDÃO, 1986, p. 42).

 

          A cultura brasileira tem em seu tripé a matriz indígena, a europeia e a africana. A resistência dos pretos mesmo que sem força, faz surgir ritmo e rituais, numa cultura brasileira de sincretismos “Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma e no corpo o samba, ou pelo menos a pinta do indígena e do negro” (FREYRE, 1957), de tradições africanas, indígenas e católicas.

         Traduzem a miscigenação produzida a partir da senzala, transformam-se em valores dos indígenas descendentes, e afrodescendentes, como valores nacionais, compartilhados por toda a sociedade.  Uma interpretação da “democracia racial” como mito, no sentido antropológico: uma identidade almejada, uma meta a ser alcançado, um ideal.

         No campo das Ciências Sociais a escola de Chicago David Snow e colaboradores no resgate de Goffmann (2006) baseado no interacionismo simbólico apresentam o conceito de frames, entendidos como esquemas interpretativos que ajudam os atores sociais a reduzirem a complexidade das percepções socioculturais.

“Hunt, Bendford e Snow (1994) propuseram a adição de novas categorias sujeitas ao processo de framing e que devem se objeto de análise dos investigadores: os protagonistas, os antagonistas e audiência. A esta conceituação, os autores denominam campo identitários (identity fileds). Nos campos identitários, protagonistas são constelações de atribuições identitários individuais ou coletivos, consideradas como suporte das causas do movimento” (SCHER-WARREN, 2011, p. 65 Apud DHUNT; BENDFORD; SNOW, 1994, p. 193).

 

            A perspectiva da educação em movimento que se preconiza na metodologia da dialógica, possibilita a codificação e descodificação dos saberem vivenciados na escola, em sua diversidade. As capacidades intrínsecas do dialogo que se inicia pelo diagnóstico sobre o docente, coordenado o discente. No diagnóstico sobre a identidade multicultural dos estudantes nos faz pensar sobre. Qual é a identidade juvenil que estamos falando? As possibilidades que as mobilizações da educação em movimento em suas diversidades disciplinares, pedagógicas e didáticas.

           A escola forma informa o estudante no sentido da mobilização tradicional e tecnicista para uma cultura de mercado, a manifestação progressista permite a formação crítica e o movimento libertador capacita a partir da motivação da vida.

            As analises dos movimentos da educação em suas práticas escolares a partir de teorias de processos políticos por macrofatores históricos no surgimento e na explicação dos movimentos. Essas interpretações conservadoras, utilitaristas e racionais.

          Essas interpretações utilitaristas e racionais excluem das analises valores, normas, ideologias, cultura e identidade. E os conservadores e tecnicistas são incapazes em lidar com a análise de movimentos radicais, populares.

          A interpretação conservadora da forma estreita impossibilita o entendimento da dimensão do que a escola libertadora está propondo na vida escolar. A dificuldade ainda é muito maior e se tem preconceitos à escola libertária[3] que propõe uma autonomia de maneira des-institucionalizada.

          O propósito libertário vai muito além do espaço institucional da escola, o movimento por uma educação libertadora o próprio Paulo Freire. Em experiência frente à secretária da educação em São Paulo, analisou a dificuldade do informal em incorporar os interesses da classe trabalhadora no espaço da escola pública estatal.

          A LDB – Lei de Diretrizes de Base da Educação Brasileira possibilita à diversidade pedagógica, que permite ao professor, a escola, a secretária municipal, estadual e federal a escolha de qual linha seguir. Estamos interpretando como a educação está em movimentando enquanto libertador, por que os movimentos libertadores surgem, mas é preciso mais que só analisar o como e o que, sobre a educação em movimento.

         Entende-se que a escola libertadora de Paulo Freire propõe estar de um lado e é o lado dos oprimidos, a pergunta é para quem é a escola libertadora. É o lado dos estudantes que são filhos dos trabalhadores.

          Os esquemas interpretativos ajudam os atores sociais a reduzirem a complexidade das percepções socioculturais, entender esse campo de protagonismos da identidade juvenil é importante para diagnosticar os problemas, medos e sonhos dos estudantes entre outras questões.

        Chegamos ao ponto chave do artigo que são os temas geradores que são diagnosticados a partir da pergunta aos estudantes do ensino médio como possibilidade de entender qual a identidade juvenil e o que os motivam para estudar.  O planejamento participativo contribui tanto no diagnóstico participativo de uma pesquisa ação e ou pesquisa participativa na escola.

         Ao optar-se pela metodologia freriana de pedagogia libertadora estamos buscando um caminho novo que se busca a inovação a partir da pesquisa, arte cénica, seminários, debates, reflexões e convivência com as comunidades escolares e familiares.

 

 

3 DA PRÁTICA TRADICIONAL PARA PRÁXIS DIALÓGICA

 

          A escola tradicional é algo que surge com a indústria com objetivo de adestramento do aluno para a fábrica, que necessita de pessoas disciplinadas, ordenadas, para respeitarem as regras e a hierarquia. Podemos imaginar como vai estar à escola no futuro, será que manterá esse sistema ou poderemos romper o mercado que exige seus princípios e valores. A escola imaginada em 1899 pelo ilustradores franceses Jean Marc CotÍ e Villemard como seria o ano 2000.

“Crianças sentadas em fila, olhando para a frente. Mãos cruzadas em cima da mesa, numa postura inerte. A secretária do professor fica no extremo esquerdo da sala de aula. Não está a ensinar. Os alunos têm uns capacetes de metal, ligados por uns cabos eléctricos a uma máquina onde o professor coloca uns livros. A função desse aparelho, compreende-se pela imagem, é a de extrair a informação dos manuais e introduzi-la directamente nos cérebros dos jovens, através da transmissão da energia eléctrica. Foi assim que os ilustradores franceses Jean Marc Cotê e Villemard imaginaram e retrataram a escola do ano 2000, num postal que era parte de uma série produzida para a Exposição Universal de Paris, em 1900” (MARTINS, 2013).

 

           A emancipação humana a partir da descolonização, formação essa que a escola necessita para libertar os indivíduos da dominação, dominação essa que se apresenta como formação normal de dependência, de incapazes de pensar e agir a partir se sua própria criatividade.

           Ilse Scherer-Warren (2011) faz uma revisão crítica quanto ao alcance interpretativo dessas análises através de teorias da pós-modernidade, dos estudos culturais e pós-coloniais. A autora faz uma releitura, revalorização das trajetórias de comunidades e de culturas historicamente subalternas em nosso continente. As teorias marxistas, institucionalistas, culturalistas e indenitárias, sobre os movimentos sociais da América Latina.

 

“E contexto latino-americanos de profunda subalternidade de amplos segmentos populacionais (os indígenas e negros herdeiros do escravismo colonial; os “tudo” – terra, teto, trabalho formal, educação etc.) seria possível combater essas múltiplas formas de exclusão social e pensar a universalidade dos direitos humanos¿” (SCHERER-WARREN, 2011, p. 26).

 

           A autora responde a pergunta da seguinte maneira, se a resposta for negativa se for pensada a partir do universalismo moderno. Mas positiva se for um universalismo que contemple as diferenças, em direitos humanos em constante construção, que incorpore valores e demandas das comunidades diaspóricas a partir de dinâmicas e configurações atuais, cotidianas e receptivas a discursos emancipatórios.

          Os professores em sua condição de direitos sociais não garantidos impossibilita uma diferenciação da política num todo. A despolitização garante a centralidade nas ideologias de interesse de governo e impedindo avanços dos interesses dos operários nas diversas categorias. O sindicato serve para amaciar as negociações entre patronal e os trabalhadores pelo governo que contribui para garantir a centralização da decisão sindical.

 

“Este sindicalismo já foi amplamente analisado. Apontamos, a seguir, algumas características mais gerais. Trata-se de um sindicato corporativo, inspirado numa filosofia de classes, com uma estrutura verticalista, sem conciliação participação de dos trabalhadores, sustentado pelo imposto sindical, pela justiça do trabalho e por uma prática assistencialista. Este sindicalismo é qualificado de "pelego" por ter como objetivo "amenizar" o choque provocado pela luta de classes” (ZANETTI, 1993, p. 5).

 

           O aparelhamento das instituições sindicais, centrais de trabalhadores no país é um retrocesso da garantia de direitos sociais das mais diversas categorias de operários em todo o país. É preciso libertar os professores primeiro, a formação libertadora.

           Romper com a condição de cooptação institucional significa romper com o colonialismo, o coronelismo de uma prática conservadora em que o público é uma extensão do privado. Em uma prática patrimonialista, clientelista e populista da real política que determina o tipo de escola no país.

          A capacidade de profissionais de serem dialógicos, esta a capacidade de dialogar e fazer a crítica é que possibilita romper as amaras do sistema do mercado. A dialógica[4] da escola libertária de Paulo Freire possibilita a libertação das novas gerações de estudantes.

            Paulo Freire chama de escola bancária de alunos receptores de conhecimentos alienantes e descolados da realidade do aluno. Com conteúdos pré-estabelecidos uno disciplinares do fazer para preencher o alumnus do latim (sem luz) escola (espaço vazio). A crítica à escola tradicional que podemos romper e abrir espaço para a práxis dialógica em que se tem condição de estudantes de pessoas que tem atitude crítica, instigante de buscar conhecimentos.

          A partir da experiência com a iniciação da docência no ensino médio e a analise crítica das Ciências Sociais sobre a escola, a cultura escolar de burocratização das ações que condicionam os indivíduos como alunos receptores.

          A atividade de iniciação a docência possibilita uma renovação da escola com o olhar do novo, nos faz repensar qual é o papel das disciplinas na vida dos estudantes, nos aproximando das vidas das pessoas que estão na condição de estudantes, observando o que os movem para estudar.

         Faz-nos enxergar o desafiante espaço territorial que é a escola num todo, desafio esse em promover o movimento da práxis dialógica com intuito de libertar estudantes a partir de ações em projetos coletivas de maneira interdisciplinar. Esse desafio cativante de busca do novo a partir do dialogo e participação de toda a comunidade escolar. Promovendo um gestão democrática e participativa envolvendo todos e doas neste processo de ensino e aprendizagem novo.


4 CONCLUSÃO

 

         O subprojeto de sociologia atingiu os estudantes do ensino médio a terem uma visão crítica sobre a sua realidade e fortalecendo a sociologia enquanto ciência que proporcione o estranhamento e a desnaturalização sobre as temáticas de interesses dos educandos. Rompendo com a ideia de que o professor é toda a responsabilidade de escolha dos conteúdos curriculares interpretados como determinados legalmente.

           A partir do diagnóstico participativo se abriu uma nova possibilidade a partir de temáticas geradoras a partir dos interesses que movem os estudantes para estudar: A família, a escola, a religiosidade, o skate, o trabalho, o estado, a mídia. O aprofundamento das temáticas incentivando a pesquisa a partir de dúvidas e perguntas feitas pelos estudantes.

          A problematização das temáticas escolhidas pelos próprios estudantes propiciou um dialogo sobre qual método se está falando, desvendando sobre o que é a escola tradicional e qual a possibilidade de uma escola de uma práxis da metodologia dialógica.

          Analisar se atingimos o objetivo do subprojeto de Sociologia parece um tanto complexo, o que podemos analisar é que existe uma satisfação por parte dos estudantes do ensino médio[1] ao fazerem avaliação sobre o processo. Do mesmo caso os acadêmicos (as)[2] do curso de Ciências Sociais também se colocaram satisfeitos com as atividades exercidas no processo de ensino e aprendizagem que preconizaram. O supervisor[3] se colocou da mesma maneira satisfeito com o processo em que pode fazer uma reflexão dos quinze anos de sala de aula e professor titular de sociologia, do mesmo modo o coordenador do subprojeto de Sociologia[4] PIBID- FURB 2013.

          Na realidade os conteúdos não o mais importante neste momento do diagnóstico participativo e da pesquisa ação, mas sim a possibilidade sem igual de se colocar em prática as teorias do método dialógico que se tem como proposto no subprojeto de sociologia no ensino médio.

          No compromisso de replicar em todo o ensino médio do educandário a metodologia de Paulo Freire, de uma escola libertadora em que o aluno passe a interpretar a sociedade. Que é o objeto da sociologia, em desconstruir e desvendar a realidade de hábitos, de costumes, de valores e saberes do dia a dia.

          Por fim dizer que este artigo tem a pretensão de estar sendo um objeto de estudo para o fomento do movimento da prática escolar tradicional para uma práxis dialógica. Sabedores que não atingimos o objetivo, estamos concluindo este artigo com a certeza que o que foi vivenciado pelos estudantes do ensino médio e os acadêmicos são sem igual.

         O diferencial produzido está-nos (as) próprios (as) estudantes do ensino médio e de graduação em Ciências Sociais, no que aprenderam sobre o método aplicado. Sabendo muito bem diferenciar uma escola tradicional que os mesmos estudantes de ensino médio classificam como “chatas”.

          E a possibilidade de se ter uma escola melhorada, agradável, feliz em que os estudantes façam parte, participando do processo de ensino e aprendizagem a partir dos conteúdos tirados do cotidiano dos estudantes do ensino médio.

         A possibilidade que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID-FURB, em fazer o dialogo com os educadores que estão na condição de profissionais na rede estadual de educação, assim como aqueles que estão fazendo cursos de licenciatura e a quem interessar. Para se construir uma práxis dialógica com os discentes nas escolas de ensino médio.

          Este artigo se ocupou em analisar o movimento que ocorre entre a chamada escola tradicional para uma práxis dialógica. Entende-se que esta analise não é acabada e definitiva, mas sim aberta, pois se analisa a educação em uma perspectiva de movimento.

 

5 BIBLIOGRAFIAS

 

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[1]Estudantes do ensino médio: Da Escola de Educação Básica Hercilio Deeke, Bairro de Velha Central, Blumenau – SC.

[2]Acadêmicos (as): Rubens, Marcelo, André, Sidnei, Aline Fidelis, Juliane Labes, Teresa e Nina.

[3]Supervisor PIBID: Osni Valfredo Wagner, professor titular da disciplina Sociologia na Escola de Educação Básica Hercílio Deeke, Bairro Velha Central Blumenau.

[4]Coordenador: Celso Kraemmer Coordenador do Subprojeto de SOCIOLOGIA – PIBID – FURB 2013.

 
 


[1]Mobilização: “mobilização” entendemos aqui a aptidão de uma dada comunidade em estimular a participação das diferentes categorias de cidadãos que a compõem, “a fim de determinar objetivos comuns e ações coletivas inovadoras, capazes de reforçar redes de comunicação interna e de concretizar uma governança eficiente, podendo favorecer a negociação de conflitos (JEAN, 2010, p. 64)”.

[2]Empreendedorismo social: O termo Empreendedor Social foi cunhado por Bill Drayton – Fundador e Presidente da Ashoka – ao perceber a existência de indivíduos que combinam pragmatismo, compromisso com resultados e visão de futuro para realizar profundas transformações sociais (ASHOKA, 2011).

 

 

[3]Libertária: A escola libertária tem propósitos de construção da autonomia plena.

[4]Dialógica: Dialógica é uma metodologia que Paulo Freire propõe como sendo um dialogo, que é originário da dialética de Karl Marx.

 

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Osni Valfredo Wagner

por Osni Valfredo Wagner

Graduação Ciências Sociais, 1998, Especializ. Gestão Prog. de Reforma Agrária e Assentamento - UFLA - MG 2005, Mestrado Des. Regional pela FURB, 2013. Doutorado com 360 horas na Universidade de Buenos Aires - Faculdade de Direito. Experiência em Sociologia, Direito Constitucional, Sociologia Ambiental, Interdisciplinaridade, Impacto Ambiental, Vulnerabilidade, Riscos, Social, Políticas Públicas.

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