O reuso direto e indireto planejado da água

No reuso direto planejado os efluentes são encaminhados e depois tratados no local do reuso
No reuso direto planejado os efluentes são encaminhados e depois tratados no local do reuso

Educação e Pedagogia

03/06/2015

Reuso indireto planejado: Ocorre quando a água, após o seu tratamento é reintroduzida nos rios e lençóis freáticos, a fim de serem utilizadas junto ao reservatório de forma controlada, no atendimento de algum uso que seja benéfico à sociedade.

É importante que a empresa tenha um controle sobre os efluentes que são despejados no mesmo ambiente, pois outros também podem fazê-lo, dessa forma, garante-se que os efluentes, que estiverem depositados na água, não alterarão os níveis de qualidade para um eventual reuso.

Reuso direto planejado: A respeito desse mecanismo, pode-se destacar o encaminhamento dos efluentes, depois de tratados, ao local de reuso. Ao contrário do item anterior, os efluentes não são introduzidos nos rios para depois serem recolhidos, eles são encaminhados de forma direta para o local onde serão reutilizados.

Este mecanismo é adotado, principalmente, por indústrias ou em irrigações. A Reciclagem de água é o meio de reutilização da mesma, antes de enviá-la para um local de tratamento ou outra instalação. A água reciclada é utilizada como forma complementar do abastecimento original. Este tipo de sistema é caracterizado como um aspecto particular de reuso direto planejado. Além dos diferentes tipos de reaproveitamento, citados anteriormente, o uso racional da água é um dos meios apontados para combater a sua escassez.

Para isso, o engenheiro Paulo Ferraz Nogueira aponta três métodos de reutilização de água que são: as membranas filtrantes (água reciclada), a recarga do aquífero (utilização do subsolo) e o aproveitamento das águas da chuva. Essas alternativas são, para ele, as mais viáveis para o Brasil.

Apesar de apontar possíveis soluções para o problema de escassez da água, o engenheiro faz uma crítica aos economistas que classificavam a água em seus livros como um “bem não econômico”, ou seja, inesgotável. Neste grupo se encontravam: o oxigênio e o sal de cozinha.

A razão de sua crítica está embasada nas seguintes informações:
O planeta está envolto em 97,5% de água salgada presente nos oceanos, enquanto 2,5% são de água doce. Desses 2,5%, 2% estão nas geleiras, com isso, só 0,5% está sobre a superfície terrestre que são os rios e lagos, sendo que 95% dos 0,5% disponíveis para consumo encontram-se no subsolo.

Contudo, se analisarmos como ocorre esta distribuição de água no Globo Terrestre, notaremos que há lugares com profunda escassez da mesma. Por isso, podemos considerar o Brasil como um país privilegiado, perante o resto do mundo, já que possuímos cerca de 12% de toda a água doce do mundo, mas segundo Paulo Noronha, ela está “mal distribuída”.

Por conta disso, é preciso que a vejamos como bem econômico essencial para à vida, à saúde, à economia, à indústria, à agricultura e por todos os setores da sociedade. Para Noronha, há certa aversão por parte da imprensa, dos governos e da sociedade civil na abordagem do assunto “escassez de água”.

As tarifas baixas ou de má qualidade impedem que as indústrias de abastecimento se desenvolvam e expandam as suas redes, que combatam os vazamentos crônicos existentes nas redes hidráulicas, por meio da manutenção, além de incentivarem o consumo desnecessário, muito comum nos domicílios, nas indústrias e na agricultura.

Além das dificuldades citadas anteriormente, as tarifas baixas impedem, ainda, a construção de novas Estações de Tratamento de Esgoto que são essenciais para a saúde e a economia. Levando em consideração esses aspectos é imprescindível o uso racional da água, pois cada residência chega a gastar 200 litros diários, sendo:

- 27% consumo (cozinhar, beber água).

- 25% higiene (banho, escovar os dentes).

- 12% lavagem de roupa.

- 3% outros (lavagem de carro).

- 33% descarga de banheiro.

Estes dados demonstram que se em uma cidade, como nas indústrias, houver duas redes de água, responsáveis pelo reuso de “água cinzenta”, aquelas provindas de lavagens de roupa e banho, para a descarga de vasos sanitários haveria uma economia de 1/3 de toda a água.

Recomenda-se um Diagnóstico Hídrico, feito por uma consultoria especializada, para cada processo industrial, já que há casos específicos. Porém, na maioria dos casos analisados, até então, é possível utilizar águas servidas, semitratadas ou mesmo natural para outros processos em série, que gerem economia de água.

Vale chamar a atenção aqui para o equívoco de se utilizar água carregada de sólidos em geradores de vapor, no caso de caldeiras, onde depósitos e incrustações (Entende-se por incrustações a camada dura de sujeira formada em tubulações) causam falta de energia e até mesmo acidentes.

A respeito do sistema de esgoto nas metrópoles ou em pequenas cidades, pode-se afirmar que é o principal responsável pela poluição dos rios, nascentes e reservas florestais.

A partir disso, a Associação de Engenheiros Sanitaristas e Ambientais, no ano de 1996, chegaram à conclusão de que somente 20% do esgoto coletado nas áreas urbanas eram tratados, relacionando estes diretamente a graves danos à saúde pública, ao meio ambiente e à economia. Há casos em que a natureza não possui tempo para utilizar seus recursos naturais de autodepuração e diluição.

A respeito das formas de preservação da água destacamos:

- Membranas Filtrantes (Osmose Reversa);

- Aproveitamento das Águas de Chuva.

Conheça-as a seguir.


- Membranas Filtrantes (Osmose Reversa): Esse tipo de tecnologia vem se desenvolvendo em termos de técnica e de comércio de forma rápida nos últimos anos, enquanto o custo de instalação e operação tem diminuído. Porém, há casos em que a retirada de sal da água marinha e potabilização de esgotos chegam a ser o único meio disponível.

Um exemplo de consumidor desse tipo de recurso é o de Cingapura que tenta convencer a população de seu país a aderir à ideia de consumir água de esgoto potabilizada que é muito mais em conta, do que a água vendida no país pela Malásia. Essa prática de consumo do esgoto potabilizado já é utilizada nos EUA há mais de 20 anos e até o presente momento não foi encontrado nenhum efeito que seja prejudicial à saúde.

- Aproveitamento das Águas de Chuva: A Legislação brasileira vê a água da chuva como imprópria para consumo, pois ela direciona todo tipo de esgoto aos córregos e rios que terão suas águas tratadas ao chegar a uma estação de Tratamento de Água de Esgoto. Mas vale destacar que, antes de chegar à estação de tratamento, a água já passou por um processo natural de diluição e autodepuração, porém nem sempre é o bastante para purificá-la.

Um estudo feito pela Universidade da Malásia notou que as primeiras camadas de chuva estão carregadas de ácido, micro-organismos e outros poluentes atmosféricos, porém pouco tempo depois, ela já adquire aspectos de água que já foi destilada, ou seja, separada dos poluentes e é a partir daí que ela pode ser armazenada em reservatórios fechados. Contudo, para utilizarmos essa água de chuva como água potável, é necessário que ela passe por um processo de filtração e cloração que pode ser feito com equipamento barato e simples, como: Clorador Embrapa ou Venturi automático.

Este mecanismo é recomendado para regiões rurais, chácaras, condomínios e indústrias e não para residência, cujo custo já é baixo ao contrário das indústrias. Além de indústrias e condomínios que possam aderir ao processo, há regiões que sofrem com a seca, como o semiárido Nordestino que construíram cisternas para lidar com a situação, a fim de aproveitarem a água da chuva.

Recarga do Aquífero: É uma alternativa excelente para as indústrias e o campo, levando-se em conta a informação inicial desse texto de que 95% da água doce do nosso Planeta se encontra no subsolo. Além disso, reabastecer os aquíferos de forma forçada é uma maneira de atender à procura por água potável que é maior do que a fornecida.

Como você deve ter notado até aqui, essas técnicas de aproveitamento de água são comuns no setor industrial, por isso apresentaremos agora, um sistema de aproveitamento de água que pode ser aderido a sua residência. A exemplificação, a seguir, está voltada para o reaproveitamento da água de chuva.

Primeiramente, é necessário que você construa um sistema para a captação, filtragem e armazenamento da água. A captação de água deve ser instalada junto às calhas do telhado, que serão responsáveis por enviar a água da chuva para um tanque subterrâneo ou cisterna, onde ela será armazenada.

Por conta das sujeiras trazidas pelo vento e até mesmo pela chuva, é importante que se instale no reservatório um filtro para retirar impurezas, como folhas e outros detritos, e uma bomba que seja responsável por levar o líquido a uma caixa d’água elevada.

É importante que haja duas caixas d’água: uma para a água da chuva e a outra para a água potável. A água da chuva pode ser reaproveitada para o banho ou cozinhar, além de outras utilidades dentro da residência, mas em hipótese alguma para beber, pois esta não passa por tratamento de potabilização.

Entre as outras utilidades da água da chuva citadas anteriormente, destaca-se a rega de plantas, jardins e canteiros, limpeza de pisos, calçadas, playground e lavagem de carros, além da descarga de banheiros e lavagem de roupas.

Essas exemplificações correspondem a 50% do consumo de água existente nas cidades e, para que o reaproveitamento atenda a todas essas necessidades, é preciso alterar as tubulações da casa, criando um sistema paralelo ao de água potável.

Vale destacar que algumas empresas já vendem o sistema de aproveitamento de água da chuva de forma completa, tanto que eles podem ser instalados tanto em casas como em prédios.

Sabendo que é inviável a criação dessas tubulações em cada apartamento de um prédio, estes acabam por reaproveitar a água da chuva apenas em áreas comuns.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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