AS QUATRO FACETAS DA ALFABETIZAÇÃO

Relendo histórias à sua maneira
Relendo histórias à sua maneira

Educação e Pedagogia

26/02/2015

AS QUATRO FACETAS DA ALFABETIZAÇÃO

 

INTRODUÇÃO:

 

O que é mais importante para começar a alfabetizar uma criança? Para iniciar é preciso refletir sobre: a leitura, o processo de letramento, produção escrita, e um ambiente de interesse. Por fim é fundamental saber escolher o que aplicar em cada faceta.

 

A LEITURA: O QUE PODE E O QUE NÃO PODE SER ENSINADO?

Pode ensinar com bastante frequência atividades para que as crianças adquiram consciência fonológica, que por sua vez, é muito importante para o desenvolvimento da leitura.

Pode começar pela leitura de textos variados. Penso que as histórias de encantamento, despertam interesse pela leitura, podemos exemplificar com a história A panelinha mágica que faz um mingau delicioso sem a ajuda das pessoas. Os famosos contos de fada que faz   ir rumo à leitura, citando como exemplo a princesa e o grão de ervilha. A história relata que uma moça precisava mostrar que era uma princesa de verdade, então a rainha, a mãe do príncipe colocou um grão de ervilha em cima da cama, depois colocou por cima do grão vinte colchões e vinte acolchoados, mas ao deitar ela sentiu que algo a incomodava. Outros textos que chamam as crianças para o uso da leitura são as histórias de animais, podemos exemplificar com os textos da coleção gato e rato de ELIARDO FRANÇA e MARY FRANÇA, por exemplo, a banana, o rabo do gato etc.

 É importante ressaltar que os textos curtos como poemas é outro prato cheio para induzir a criança a gostar de ler.

Pode depois das leituras destacarem juntamente com as crianças as palavras-chaves dos textos. O professor escolhe três ou quatro palavras no texto como, por exemplo, na história A PANELA MÁGICA com a palavra panela podem realizar várias atividades que faz com que a criança reflita sobre os caminhos o leva para aprender ler (CONFORME O LIVRO GUIA PRÁTICO DO ALFABETIZADOR de Marlene Carvalho pág. 52). Pode escrevê-las no quadro de giz e mostrando a primeira e última letra, primeiro som, segundo som depois ajudar a criança a fazer reconhecimento de letras, identificar uma consoante e uma vogal dizendo que a junção dessas duas letras forma o primeiro som da palavra, juntando mais uma consoante e uma vogal novamente forma o segundo som. Perguntar para a criança qual é o primeiro som e depois o segundo e dizer que se juntarmos o primeiro com o segundo que formará uma palavra.

Não pode ensinar a ler palavras soltas fora do contexto, nem ensinar família silábica separadamente.

O PROCESSO DE LETRAMENTO: COMO ISSO PODE ACONTECER?

Para ocorrer o letramento e as crianças se tornarem pessoas letradas é preciso ler sempre para elas dando informações do que é e para que os textos sirvam, Porque o letramento significa manter-se informado através de leituras variadas, para esclarecer melhor o conceito, observe com atenção o trecho do poema, O QUE É LETRAMENTO?

Letramento não é um gancho em que se pendura cada som enunciado.

Não é treinamento repetitivo de uma habilidade, nem um martelo quebrando bloco de gramática.

Letramento é diversão, é leitura à luz de vela, ou lá fora, a luz do sol.

É uma receita de biscoito, uma lista de compras, recados colados na geladeira. (Este poema está no livro Letramento, um tema em três gêneros, de Magda Soares).

  Ao longo de todo processo apresentar os anúncios, as receitas, os trava-línguas, as cantigas de rodas com passar do tempo às crianças vão desenvolvendo as práticas sociais de leitura podendo familiarizar com essa gama de textos e adquirir uma experiência de letramento. Com isso a criança aprende a ler o mundo, porque ela vai à busca de assuntos diferenciados.

Segundo Morais e Albuquerque (2004), as crianças que vivem em ambientes ricos em experiências de leitura e escrita, não só se motivam para ler e escrever, mas começam desde cedo, a refletir sobre as características dos diferentes textos que circulam ao seu redor, sobre seus estilos, usos e finalidades.

Para Magda Soares, alfabetização e letramento são dois processos diferentes e indissociáveis, então é possível alfabetizar e letrar ao mesmo tempo.

A PRODUÇÃO DE TEXTOS: O QUE PEDI PARA ESCREVER?

Em primeiro lugar é preciso procurar motivos para a criança querer escrever, pensando sempre no assunto que agrada o estudante. Quando as crianças ingressam no 1º ano muitas recusa essa atividade, pois diz que não sabem escrever. Então, é bom refletir: Qual é o texto mais fácil para a criança escrever no primeiro momento? Bom, listas com nomes de coisas de interesse delas são mais apropriadas, lista com nomes de animais, frutas nomes de jogadores dos times brasileiro, neste caso os meninos gostam mais, e para as meninas pedi para escrever a listas com nomes das suas bonecas. É interessante depois que ler uma história pedi que escreva a lista com os nomes dos personagens podemos exemplificar, com o texto A BANANA DE ELIARDO FRANÇA E MARY FRANÇA, pois nesse texto aparece como personagens animais que levam frutas, então eles podem escrever lista com os nomes das frutas ou dos animais. A vantagem em começar a escrever listas, neste caso, é porque os nomes dos personagens são pequenos, com apenas quatro letras, penso que as crianças ficam mais animadas para escrever.

É evidente que tudo não gira em torno das listas é necessário deixar as crianças livres para escrever, pois numa turma com vinte alunos, por exemplo, algumas podem preferir escrever um bilhete para a professora, um recadinho para um coleguinha, ou até mesmo histórias que a criança queira reproduzir, um cardápio dividido em café da manhã, almoço e jantar, as crianças adoram escrever sobre o que elas comem nessas horas. Um detalhe importante, dependendo do tipo de texto pode pedi para criança escreverem durante a semana, no caso do cardápio não precisa escrever todo o texto num só dia, primeiro os alimentos do café da manhã, nos outros dias a lista dos alimentos do almoço e depois os do jantar.  

Quero chamar à atenção para o que seja preciso, ao pedi que as crianças escrevam, o professor deve dizer: vocês vão agora escrever uma lista, e ainda falar que lista é um tipo de texto que se escreve uma palavra embaixo da outra. Para garantir que as crianças escrevam é preciso que o professor seja de verdade um animador para que os estudantes fiquem realmente muito motivados, porque nos dias atuais as crianças nessa fase apresentam muitas dificuldades para produzir textos.

Nota-se que ao iniciar a alfabetização muitas crianças apresentam suas escritas através de desenhos, de rabiscos, ou escreve várias letras aleatoriamente, quando isso acontece, é de extrema importância valorizar a produção da criança. Para exemplificar já vi uma criança escrever uma lista com nomes de frutas onde ele desenhou todas as frutas uma embaixo da outra e na hora de mostrar o texto ele leu sem nenhuma inibição e ficou contente em escrever esse texto. Qualquer rabisco que a criança escrever com certeza tem significado para ela. Sabendo que quando ela escreve nessa fase ninguém entende o que escreve para dá valor à sua produção escrita é fundamental fazer rodas de leitura para cada uma mostrar seu texto.

UM AMBIENTE DE INTERESSE: COMO PROPORCIOANAR ISSO? 

Nessa faceta é importante contemplar no ambiente com bastante incentivos muita motivação positiva, com leitura em voz alta feita pelo professor, isso é considerado como o ingrediente principal, pois o professor precisa ser um modelo de leitor para as crianças. Proporcionando a hora do trava-língua, da parlenda, das cantigas de rodas, dos contos-de-fadas das fábulas dos textos informativos etc. Além dessas leituras feitas pelo professor é imprescindível que dê autonomia para as crianças lerem sozinhas mesmo que não saibam ler convencionalmente, é importantíssimo deixar que elas manuseiem os livros. Para ter-se uma ideia, as crianças que não sabem ler elas se apoiam nas ilustrações para fazer a leitura, uma vez que, as ilustrações dizem muitas coisas, então a partir delas as crianças inventam e reinventam as histórias, dá suas opiniões a partir do que ver nos livros.

Agora é extremamente importante eleger uma metodologia bacana para não deixar as crianças cansadas, pois todas essas leituras tem que ser de um jeito bem alegre descontraído, se não elas vão ter antipatia delas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica evidente que esses quatro pontos citados anteriormente pode aplicados desde a educação infantil para que as crianças se tornarem ávidas a ler e escrever, aprofundar num nível de letramento mais determinante, conviver num ambiente rico de leituras interessantes fazendo uso deles não só na primeira etapa de ensino, mas em todas elas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alliende, Felipe. A leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento – Porto Alegre: Artmed, 2005.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Dalva Nogueira de Souza

por Dalva Nogueira de Souza

Dalva Nogueira de Souza, e-mail:dalvanogueira2009@hotmail .com, Praça São Sebastião Canabrava Malhada -BA , Graduada em Pedagogia pela UNEB e Pós-graduada em Alfabetização e Letramento pela FINON, recentemente fiz um curso de Design Gráfico pelo PORTAL EDUCAÇÃO. Atualmente trabalho com turmas do Ensino Fundamental 1 e Educação Infantil. .

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