Educação cooperativista

A educação em uma sociedade cooperativista
A educação em uma sociedade cooperativista

Educação e Pedagogia

09/10/2014

A cooperação como já sabemos possui vários significados, cada autor o aborda de uma forma, mas podemos afirmar que a cooperação é uma ação consciente entre indivíduos associados em busca de um determinado fim.


Na associação os indivíduos, através da interação humana, buscam de forma coletiva resolver problemas coletivos deste grupo, produzir resultados.


A Educação é algo que interfere no desenvolvimento humano, a educação dentro de uma cooperativa como afirma Marques é uma busca de entendimento compartilhado entre todos. A cooperação também um lugar de educação, concretizada por meio do diálogo que há entre os associados, sendo assim ainda dentro da cooperativa é produzido aprendizagem e novos conhecimento, e não os já existentes.


A junção de cooperativa e educação procura estimular os indivíduos a responsabilidade social, a uma sociedade democrática. A educação cooperativa busca melhorias nas condições de vida tendo por base nesta busca os interesses, necessidades e objetivos da associação e seus indivíduos, podemos identificar ainda como educação informal, esta deve implicar na emancipação humana.


As cooperativas, com a solidariedade que traz, diante de seus associados consegue evitar a exclusão social.


Outro ponto bastante abordado quando falamos em cooperativas é a questão da agricultura familiar, pois os agricultores sempre depositaram a esperança de uma melhora no associativismo. Os colonos que participavam da agricultura familiar lhes faltavam conhecimentos, em que o cooperativismo lhes trazia isso, de forma a como lidar melhor com suas produções, e auxiliar nas vendas.


Denominamos agricultura familiar ou agricultura camponesa como aquelas propriedades de meios de produção como terras, em que os membros deste trabalho eram todos da família, em que tem em primeiro plano a subsistência e depois o mercado, sendo que estes dois planos um depende da fertilidade do solo e o outro de mercado consumidor.


Com a inserção do capitalismo muitos espaços econômicos tornaram-se destruídos, implantando o individualismo tanto social, como no trabalho.


A agricultura familiar deixou de ser uma instituição de abrigo às pessoas para se tornar um espaço de economia atrelado à racionalidade do mercado capitalista, isto é, a busca do lucro. No lugar de uma economia de acolhimento à vida das pessoas, de uma economia do humano, afirma-se, sempre mais, a lógica da economia capitalista (Frantz, 2009, p. 178).

A política se introduz dentro das cooperativas de forma a se preocupar com a remuneração do trabalho existente, a final de contas, é a questão da subsistência que está em jogo, ou seja, a cooperativa é expressão da construção de um poder sobre as atividades econômicas, pois muitos dos associados hoje, não tinham poder nem de obter um salário digno dentro da agricultura familiar. O movimento cooperativista pode ser chamado de espaço público ampliado, pelo fato de que havia uma ausência de políticas públicas que defendessem tanto a economia familiar, como as cooperativas e as exclusões sociais advindas do capitalismo. Nesta falta de consideração do Estado por esses setores, as falhas eram preenchidas por ajudas comunitárias, e daí nasceu a associação e disto as cooperativas.


Em relação às cooperativas serem resultados dos problemas para a exclusão social, podemos afirmar que esta tem causas econômicas, políticas, culturais, ou seja, ocorre também perda de valores, e laços sociais. A exclusão se dá pelo fato de mudanças estruturais e culturais que ocorrem na sociedade, como a revolução tecnológica que ampliam essas transformações, onde muitos não conseguem, ou não estão preparados para acompanhar esta mudança, e acabam ficando atrasados e não desenvolver- se como a sociedade, então ocorre a exclusão, pois este indivíduo costuma ser “esquecido” pelos demais, por não estar no mesmo grupo que eles.


As soluções para a exclusão social é em primeiro lugar uma visão crítica pelo indivíduo, um envolvimento social, a qual deve deixar de lado a aceitação de sua situação, e isso costuma-se mudar pelo conhecimento.


As cooperativas vêm por meio da associação de indivíduos de melhores condições de distribuição de bem e riquezas, dando melhores condições de trabalhos aos indivíduos não incluídos na economia antes, e é desta forma que ela vem contribuir para a não exclusão social, ela insere o indivíduo a um tipo de poder econômico, que não havia antes. A cooperativa pode ser entendida como lugar de reconstrução dos laços e valores, onde dão sentido a coletividade e a solidariedade, trazendo a inserção do indivíduo no mercado de trabalho, na política, na economia, e como indivíduo que possui algum poder, mas devemos alertar que o cooperativismo sozinho nunca conseguirá terminar com a exclusão.


No entanto o desafio é colocar necessidades humanas em primeiro lugar, e não o lucro, como dita a sociedade globalizada, só assim teremos uma solidariedade entre os indivíduos, onde possamos acabar com a exclusão social, pois todos teriam os mesmo direito de trabalho e consumo de bens, em que muitos só conseguem quando estão associados em um a cooperativa, caso se alcance estes objetivos obteremos novos padrões de convivência, uma sociedade mais igualitária.


A exclusão social portanto, é algo externo ao indivíduo, é algo que ocorre na sociedade, depende da sociedade que abriga este indivíduo, exemplos desta exclusão podem ser o desemprego, a pobreza, não acesso aos bens materiais, e serviços, e depende ainda de fatores como educação, políticas públicas, e práticas empresariais.


Contudo é pela inter-relação entre os indivíduos que se faz a cooperação de forma associativa, a educação a aprendizagem, através de informações que o homem educa e é educado, construindo assim sentidos e objetivos para a sua existência.



Referências:


Frantz, Walter. Associativismo, cooperativismo e economia solidária / Walter Frantz. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2012. – 162 p. – (Coleção educação à distância. Série livro-texto).

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Letícia Rosecler Viana da Costa

por Letícia Rosecler Viana da Costa

 ENSINO SUPERIOR: Cursando Licenciatura em Sociologia - Período: 8º Semestre. Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI, Ijuí - RS  SOCIOLOGIA DA VIOLÊNCIA E DO CONTROLE SOCIAL. Entidade: Portal Educação.  SOCIOLOGIA DO TRABALHO. Entidade: Portal Educação.  SOCIOLOGIA POLITICA. Entidade: Portal Educação.

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