Aprendizagem na era Touch Screen: Aspectos Transcendentais e Sociofiloóficos

Aprendizagem na era Touch Screen
Aprendizagem na era Touch Screen

Educação e Pedagogia

01/10/2014

A sociedade vive hoje a transcendência outrora desejada. Esta afirmação é passiva de reflexão e pede atenção quanto à sua posição diante do movimento conhecido como Era Touch. Quer-se, com isso, propor uma discussão reflexiva acerca das resistências tradicionais na aprendizagem virtual e tecnológica. Por conseguinte, usar-se-á como referencia o pensamento filosófico de Nietzsche e Schopenhauer sobre a transcendência, com direcionamento para a aprendizagem como influência do meio social vigente.


Quando se fala em resistências tradicionais quer atenuar um problema, o qual urge do meio social, isto é, o tradicionalismo é uma barreira para o avanço tecnológico da aprendizagem. Percebe-se, contudo, que o entender sociológico e filosófico como mecanismo pedagógico, reduzirá esta barreira ou a destruirá por completo.
A forma de usar a filosofia neste contexto pode aparentemente ser um paradoxo, ao passo que ela é tradicional, todavia, os pensamentos emergentes dos filósofos de outros períodos foram e são transcendentais. Mas o que é um pensamento transcendental?


Segundo o Dicionário Virtual (www.dicionariovirtual.com.br), transcendência é fazer um caminho ou percurso para o mais além do meu eu humano; é viajar pelo saber das outras realidades que nunca tinha passado pela mente do próprio sujeito em estudo, mas para o seu objeto, isto é, a realidade do que está a ser estudada; é descobrir aquilo que era o desconhecido; é largar-se do meu egocentrismo para conviver com os outros; é dar a vida para outra pessoa. Alguns sinônimos: agudeza, argúcia, finura, gume, intensidade, penetração, perspicácia, sagacidade, sutileza, excelência, beleza, eminência, majestade, primazia etc.


Nietzsche fala do homem “na condição de colocar sua vida num porvir que parece ser descolado da própria vontade deste homem, ainda que este porvir não pudesse ser concebido sem que houvesse uma vontade, mesmo não reconhecida” ( Super Homem, 1883). Este fato torna-se propício para a reflexão pedagógica, pois compreende bem com a busca da sociedade hodierna por um porvir salutar, com perspicácia e primazia que coexistisse sem uma extrema vontade, assim se tem o Super Homem.


Portanto a forma de ensino deficiente praticada ainda neste novo mundo, já é transcendida pelos meios tecnológicos informatizados, onde o aluno debate, reflete, cria, inova, determina, faz, atua, imagina. Neste mundo virtual são encontradas todas as ferramentas necessárias para que isso ocorra. O indivíduo é capaz de ser mais produtivo e a verdade é que isso é resultado de uma profunda certeza filosófica transmitida por Nietzsche, acerca do poder ser mais. Há aqui um novo desafio transcendental: filosofar com 140 caracteres (twitter).


Para Schopenhauer “a transcendência revela-se na medida em que a vontade converte-se em ação projetada no outro”, assim ela deixa de ser introspectiva para ser extrospectiva, vai do egocentrismo para a preocupação social, sai do mundo interior para o mundo exterior. Momento este qualificado pelo entretenimento nos meios de comunicação (jornais, revistas, radiodifusora, televisão, computador, celulares, smartphones, ipad, entre outros) ou ultimamente nos sites de relacionamentos, onde, no mês de julho de 2013, houve a maior manifestação social advinda principalmente por estes sites.


Impossível ensinar sem estas novas ferramentas filosóficas sociais, impossível ensinar sem que o indivíduo entenda que vivem a realidade transcendental filosófica pensada por inúmero sociofilosóficos de séculos anteriores, daí se tem a prova indiscutível da importância pedagógica do ensino destas disciplinas em sala de aula e agora com gracejo de modernos meios informatizados.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Francivaldo Pereira da Silva

por Francivaldo Pereira da Silva

Francivaldo Pereira da Silva Graduado em Língua Portuguesa pela Faculdade Fortium em Brasília - DF, com especialização em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia (FACEL - PR), Mestrando em Ciências da Educação na Universidade Iberoamericana, Asunción - PY. É professor do ensino fundamental e médio no Colégio Estadual Almirante Tamandaré em Valparaíso GO e estudante de Bacharel em Direito.

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