A valorização profissional e educacional como visão estratégica

Uma comparação entre a valorização profissional e educacional
Uma comparação entre a valorização profissional e educacional

Educação e Pedagogia

26/06/2014

No atual cenário econômico mundial é cada vez mais comum ouvirmos as organizações falarem em missão, valores e visão estratégica para alcance dos objetivos e metas pré-estabelecidas. Desde meados dos anos 80 o conceito de capital, das empresas que entravam no mercado globalizado, passou por mudanças radicais de paradigmas. Estas não mais se ocupavam em acumular bens moveis e imobilizados, passaram a preparar e valorizar os seus empregados, pois os melhores do mercado eram disputados a peso de ouro e encontrar bons profissionais era cada vez mais difícil. Foi aí que começaram a aplicar o conceito de capital intelectual que havia surgido no inicio dos anos 70.


Muito antes das grandes corporações perceberem a importância do capital intelectual a Coréia intuitivamente se aproveitou desse filão da economia.


Após conseguir se libertar da colonização japonesa, a Coréia se dividiu e o sul passou a servir a economia norte americana com sua mão-de-obra e consequentemente a acumular conhecimento. Nos anos 60 um golpe militar passou a controlar a exploração de trabalho dos Estados Unidos na Coreia. O General Park assumiu o comando do país e entre suas principais ações estavam o combate à corrupção e a industrialização do país.


Park passou a explorar o conhecimento adquirido pela população em favor da nação, contudo ele sabia que isso não seria suficiente para manter o crescimento da economia e tendo como herança o modelo de educação deixado pelo Japão, a Coreia do Sul passou a investir na educação básica fazendo assim com que a população tivesse um maior potencial intelectual ao longo dos anos.


Com o aumento de jovens coreanos nas universidades, o General Park apostou em pesquisas e desenvolvimento para alavancar a economia nacional, assim mandou seus jovens para os grandes centros de pesquisas dos Estados Unidos onde passaram a trocar experiências numa relação de ganhos mútuos.


Nenhuma ditadura, seja ela de que vertente política for, é boa e na Coreia do Sul, como também na Coréia do Norte, não poderia ser diferente, então o povo clamou por democracia e liberdade de expressão, porém sem deixar de reconhecer o legado deixado pelo General Park, as organizações agora fortalecidas, continuaram a política de valorização profissional que levou a Coréia do Sul à posição de potência mundial.


Hoje em dia cresce a quantidade de empresas que investem em educação corporativa e “mimam” seus empregados com vantagens e incentivos a fim de mantê-los motivados para que possam proporcionar o crescimento da organização, mas isso não é novidade para o Cirque du Soleil, desde o inicio das suas atividades, em meados dos anos 80, que essa “fábrica de sonhos” tem como principal ferramenta de gestão a satisfação do empregado, pois somente assim é possível fazê-los encantar os seus clientes.

Artistas, em sua grande maioria, têm personalidade forte e excentricidades e é lidando com esse desafio cotidiano que o Cirque du Soleil se mantém líder no mercado e conseguiu transformar um simples circo em uma grande empresa.


No Brasil essa realidade somente começou a se desenvolver no final dos anos 90 e foi na ultima década que se deu a disseminação do conhecimento como capital. Mesmo a passos miúdos a educação, e valorização do profissional de educação, tem crescido no Brasil. Nos últimos 10 anos, tivemos um crescimento maior que 500% no número de pessoas matriculadas em cursos superiores. A carreira de docente, ainda que longe do ideal, obteve ganhos reais maiores que 100% na ultima década, enquanto que outras carreiras com o mesmo nível de escolaridade teve queda de quase 2%.


É verdade que ainda estamos longe do crescimento alcançado pelos tigres asiáticos, talvez por não termos tido uma colonização e ditadura militar como a da Coréia, pois diferentemente da educação japonesa deixada por lá, aqui éramos impedidos de estudar para que o povo não se rebela-se contra os colonizadores portugueses e o nosso golpe, que coincidentemente teve como estopim a corrupção que assolava o país e a “ameaça comunista”, não tivemos Generais visionários, estes mais se assemelhavam à família real portuguesa e mantinham o povo às suas rédeas cerceando-lhes o direito de pensar e consequentemente não enxergar que a corrupção no governo militar era ainda maior à que havia antes do golpe.


A partir do governo Lula, passamos índices de educação básica e fundamental alcançados pela Coréia do Sul nos anos 60, porem aparentemente temos avançado mais rapidamente que estes se projetarmos nossa atual situação àquela vivida naquela península asiática.


Na contramão disso tudo temos os recentes protestos onde profissionais de educação apoiam e justificam arruaças influenciadas por partidos políticos que não medem esforços para desacreditar os avanços alcançados com objetivo único de ocupar seu lugar ao sol. Professores devem ser exemplos de ordem e inteligência e sabemos que na sociedade da comunicação e informação nada se conquista com as velhas receitas de obtenção pela força. O maior exemplo, tivemos com a eleição de Lula para presidente que se despiu dos trejeitos e da cara amarrada do velho sindicalista e adotou a postura Lulinha paz e amor.


É com planejamento estratégico que iremos conseguir nossos objetivos e alcançar, mesmo que 40 anos atrasados, àquilo que é justo e nosso por direito.


Com o cenário que se apresenta é possível que cheguemos ao mesmo nível de desenvolvimento das grandes potencias com a vantagem de aprender com os erros alheios e ter maior solidez econômica e social num menor espaço de tempo e só o que podemos fazer para isso é continuar trabalhando e estudando a fim de garantir nosso, cada vez mais presente, Brasil como o país do futuro.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Michael Thomas Rodrigues de Arruda

por Michael Thomas Rodrigues de Arruda

Analista de Sistemas, Pós-Graduando em Docência e Gestão Pedagógica do Ensino Superior, Estudante de Engenharia Civil. Gerente Administrativo-Financeiro na PROFLORA - Projetos Florestais e Ambientais.

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