22/03/2013
Trabalho na área da Educação há alguns anos e durante este tempo tenho acompanhado muitos casos de alunos autistas, mas um caso em específico me chamou muito a atenção. Sabe-se que o autismo não tem cura e que existe tratamento, porém os avanços, na maioria dos casos, podem ocorrer de forma lenta e em casos mais severos os resultados são mínimos.
Durante este ano letivo de 2013, fui surpreendida por um novo aluno autista na escola em que trabalho, considerado como: autista clássico. Mas, a grande surpresa é que este aluno apresenta características que não condizem com seu diagnóstico. Faz contato visual, se relaciona bem com os colegas e professores, participa das atividades em classe e na hora do recreio relaciona-se com muita facilidade com os colegas.
Ao conversar com os pais deste aluno descobri que realmente ser pai de uma criança especial é para pessoas também muito especiais! Os mesmos me relataram que utilizam o Programa Son Rise diariamente com o filho. Nunca tinha ouvido falar neste programa e eles começaram a relatar os avanços impressionantes que tiveram após aderirem a esta metodologia.
O Programa Son Rise foi desenvolvido pelo casal Barry e Samahria Kaufman, que no início da década de 70, ouviram de diversos especialistas que o seu filho Raun, autista severo, não teria muitas chances de recuperação já que seu caso era grave e possuía um QI abaixo de 40. Dessa forma, de modo intuitivo e amoroso que o casal decidiu por conta própria, criar um programa específico para o desenvolvimento de seu filho.
Durante três anos e meio de trabalho intenso com Raun, o casal desenvolveu o Programa Son Rise que hoje auxilia milhares de pais e educadores pelo mundo para trabalharem com crianças autistas. Atualmente, Raun é o CEO do Autism Treatment Center of America, fundado por seus pais em Massachusetts, nos Estados Unidos. Raun cursou uma Universidade altamente conceituada e superou grandes dificuldades, segundo seus pais, por meio do programa Son Rise.
O Programa utiliza uma abordagem denominada: interacionista, responsiva e motivacional. Interacionista por trabalhar a relação interpessoal, que deve ser diária e realizada por pessoas próximas a criança, em que mostre o valor deste relacionamento por meio do respeito, da compreensão entre um universo lúdico e interessante para a criança autista. Responsiva, pois tem como objetivo responder de forma imediata, intensa e positiva a maior parte de tentativas de comunicação feitas pela criança. Estimulando a comunicação cada vez mais frequente da mesma. Motivacional por ter que inspirar a criança a querer se comunicar proporcionar por meio da motivação atividades divertidas, lúdicas e interessantes que a levem a desenvolver suas habilidades brincando.
Os educadores e pais que participam deste Programa acreditam que por meio das brincadeiras realizadas com as crianças há o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais, sensório-motoras e cognitivas.
Referências bibliográficas:
Livro ‘Brincar para Crescer’ de Tali Berman e Abby Rappaport.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Son-Rise (acesso em: 22/03/2013)
www.inspiradospeloautismo.com.br (acesso em: 22/03/2013)
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
Luana Linhares: Pedagoga. Pós-graduada em Psicopedagogia e Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Orientadora Educacional da Prefeitura de Santos.
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93