Construção da identidade da profissão do serviço social

Identidade é um termo cujo sentido remete àquilo que é idêntico
Identidade é um termo cujo sentido remete àquilo que é idêntico

Educação e Pedagogia

26/12/2012

Vamos conhecer agora como se configura a identidade social do assistente social.
Identidade é aquilo que identifica alguém ou alguma coisa. Pode ser características físicas, psicológicas e/ou o conjunto de crenças, valores e atitudes de uma pessoa.

Segundo Gentilli, identidade é um termo cujo sentido remete àquilo que é idêntico, semelhante ou ainda análogo. Exprime tanto conformidade de alguma coisa consigo mesmo, quanto o compartilhar com características de outros indivíduos ou grupos sociais. A categoria identidade remete à relação que uma pessoa estabelece com o “outro”, marcando dimensões de individualidade e de coletividade (1997, p.128).

Analisando o esquema acima, podemos perceber uma dicotomia: singularidade e coletividade. Essa dicotomia está presente na construção da identidade profissional, pois esses dois fatores perpassam entre si em diversos momentos da construção da identidade, sendo que um impulsiona o outro ao crescimento. Ora, o ser humano vive em sociedade, e mesmo tendo sua individualidade e a preservando em diversos momentos, inclusive profissionais, ele está situado num todo maior, que determina regras sociais e o localiza historicamente dentro de uma comunidade.

A identidade profissional é formada por elementos, por sua vez, tanto inerente a função do assistente social dentro da sociedade, mas também é marcada por traços da personalidade de cada profissional. Assim, as dimensões pessoal – profissional devem estar conectadas através de uma tênue linha que estabelece elos de ligação entre o individual e o coletivo da profissão.

A medida que o profissional está exercendo a sua profissão e construído relações sociais, sua identidade vai sendo construída, reconstruída, modificada, repensada. É um movimento contínuo de reflexão sobre a própria prática profissional e é formada por processos muitas vezes contraditórios e dialéticos.

A identidade, enquanto elemento definidor de sua participação na divisão social do trabalho e na totalidade do processo social, é uma categoria política e sócio - histórica que se constrói na trama das relações sociais, no espaço social mais amplo da luta de classes e das contradições que a engendram e são por ela engendradas (MARTINELLI, 1989. p. 7).

A construção da identidade profissional do assistente social deve ser um processo de autorreflexão, crítico e coletivo no sentido de lutar pela demarcação de uma nova identidade para o Serviço Social.

Mas quais elementos norteiam a construção da identidade do assistente social? São eles:
- valores
- objetivo
- finalidade
- corpo teórico-metodológico
- história


Alguns documentos ajudam na construção da identidade profissional do assistente social. São eles:

• Código de ética do Assistente Social;
• Diretrizes curriculares para a Formação Profissional em Serviço Social;
• Lei de regulamentação da profissão;
• Demandas atuais e novas estruturas sociais e familiares;
• Referencial teórico.

Como vimos anteriormente o Serviço Social teve suas origens na Europa como forma de controle social imposto pelas classes dominantes e posteriormente como forma de caridade e ajuda material e financeira aos menos favorecidos, pois acreditava-se que estes eram incapazes de melhorar de vida então a única alternativa era doar-lhes comidas e vestimentas.

Em 1869 surgiu em Londres a Sociedade de Organização da Caridade. O objetivo principal desta instituição era formar profissionais competentes para ajudar os que estavam em situação de vulnerabilidade social. A partir daí começa-se a ter registro da institucionalização do Serviço Social.

Em 1899 em Amsterdã formou-se a primeira escola de Serviço Social. Ali se inicia a construção do referencial teórico necessário para as demandas da profissão.

A partir do século XX aumentou consideravelmente o número de pessoas na linha da miséria, em função – principalmente – do índice de natalidade, do crescimento urbano e do êxodo rural.
No Brasil, em 1930, o Serviço Social surge, voltando as suas origens na Europa, como forma de dominação e controle social a fim de responder a sociedade sobre o porquê dos problemas sociais existentes na época. Nos anos seguintes o Serviço Social adota a metodologia tripartite no desenvolvimento da prática do assistente social, que era formada por:

• Serviço Social de Caso;
• Serviço Social de Grupo;
• Serviço Social de Comunidade.

A partir da década de 80 o Serviço Social reformulou suas bases curriculares e começou a preocupar-se com a questão social propriamente dita. Esta era o produto final de um conflito entre capitalismo e trabalho, o que resultada na exclusão social e desigualdades de classes.
Iamamoto, sobre questão social, nos diz que o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, eu tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade (1997, p.13).

A questão social e suas diferentes formas de expressão são identificadas em ambientes de atuação do assistente social e por ele são identificadas e reconhecidas seja por uma solicitação de quem o contrata, seja pelo mercado de trabalho, ou seja, pela própria sociedade ao buscar ajuda para resolução de seus conflitos sociais.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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