Língua Geográfica e Fissurada - Caso clínico

Língua Geográfica e Fissurada - Caso clínico
Língua Geográfica e Fissurada - Caso clínico

Odontologia

20/05/2015

Língua Geográfica e Fissurada – Caso clínico

Paciente C.I.F.R. de 14 anos, gênero masculino, atendido na clínica de odontologia do Centro de Ensino Fundamental nº7 – Sobradinho II – Distrito Federal, apresentou ao exame clínico língua geográfica e fissurada ao exame intra oral. O mesmo possui nível cariogênico baixo, e condições periodontais satisfatórias, sem presença de outras lesões bucais. Relatou ardência a alimentos ou produtos condimentados. Sem histórico de alergia ou problemas sistêmicos.


Revisão de literatura

A Língua geográfica, também chamada de glossite migratória benigna, erupção errante da língua, glossite areata exfoliativa, eritema migratório ou eritema migrans é um distúrbio benigno cuja principal característica são as lesões erosivas eritematosas (avermelhadas), com bordas irregulares, cinzento-esbranquiçadas, um pouco salientes, que lembram os contornos de um mapa geográfico e podem migrar de uma área para outra da língua.


Fitzpatrick, e outros (1993) descrevem dois tipos clínicos: um angular e outro circular. Pode ser encontrada na Síndrome de Reiter.


Segundo Shafer (1985), a condição ocorre frequentemente em associação com a língua fissurada, embora isto possa ser casual.


O quadro histológico é muito semelhante ao da psoríase e tem sido descrito com freqüência como de aspecto psoriasiforme.


Há descamação das papilas linguais filiformes na região das placas que possuem tamanhos variados e que têm função abrasiva e formato cônico; enquanto as papilas fungiformes com formato de cogumelo e função gustativa permanecem como pontos mais elevados.


As lesões não comprometem o paladar e podem permanecer ativas por períodos curtos ou longos, regredir espontaneamente e reaparecer depois, sendo que alimentos condimentados, ácidos ou bebidas alcoólicas podem provocar ardência e queimação, apesar de serem quase sempre assintomáticas.


A prevalência é maior no sexo feminino, e as lesões podem surgir nos primeiros anos de vida, segundo Halperin et. al. (1953).


Como a condição é benigna, não há preocupações e deve-se tranquilizar o paciente; embora alguns autores a relatam como anomalia de desenvolvimento, ou que possa ter fundo emocional ou carência vitamínica.


Já a língua fissurada (também chamada de língua escrotal), é relatada como tendo componente hereditário, sendo a anomalia congênita mais prevalente na cavidade bucal estando presente em quase 6% da população. Não possui tratamento específico.



Referências Bibliográficas

1 -Fitzpatrick TB et al. Dermatology in General Medicine. Internacional Edition. 1993 Volume I.


2 -Halperin V, Huddleston SD, Robinson HB. : The ocurrence of Fordyce spots, benign migratory glossitis, median rhomboid glossits, and fissured tongue in 2.478 dental patients. Oral Surg. 1953, 6, 1072.


3 -Shafer W. Patologia Bucal. Interamericana. 1985. 4a. Edição. Volume 1.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Fred Henrique Pimenta

por Fred Henrique Pimenta

Mestre em Reabilitação Oral Especialista em Farmacologia Servidor público Federal e Estadual

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