As irritações ou lesões orais são inchaços, bolhas ou feridas na boca, lábios ou língua. Apesar de haver numerosos tipos de feridas e desordens orais, as mais comuns são as aftas, o herpes, a leucoplasia e a candidíase. Cerca de 1/3 de toda a população apresenta ou apresentou estas lesões em certa idade. As feridas orais, irritações e as lesões podem ser dolorosas, não detectáveis e podem interferir com a mastigação e com a fonética. Geralmente curam passados sete a 10 dias, e caso persistam por mais de uma semana devem ser examinadas.
Pode ser aconselhada uma biópsia (tecido removido para exame) que pode, normalmente, determinar a causa, sabendo-se se trata de alguma doença mais grave, como o cancro e o HIV.
- Úlceras aftosas (Aftas): as aftas não são contagiosas e são confundidas, muitas vezes, com lesões herpéticas, sendo estas causadas pelo vírus do herpes, muito contagioso. As aftas ocorrem no interior da cavidade oral enquanto que as lesões herpéticas normalmente ocorrem no exterior, feridas comuns e muitas vezes reincidentes, entretanto, a sua causa é incerta, possivelmente se deve a alterações do sistema imunitário, no qual bactérias ou vírus podem estar envolvidos. Fatores externos como o stress, traumatismos, alergias, tabaco, déficit de ferro ou de vitaminas ou, ainda, a hereditariedade podem tornar as pessoas mais susceptíveis.
Tratamento:
Os produtos de aplicação tópica sem necessidade de prescrição médica ou analgésicos tópicos podem assegurar um alívio temporário, fazer um bochecho com um desinfetante oral também pode ajudar a diminuir a irritação. Em algumas vezes os antibióticos são prescritos para reduzir a infecção secundária.
- Lesões herpéticas: também chamadas de herpes simplex (causadas pelo herpesvírus hominus tipo-1, são vírus DNA, da família Herpesviridae), são grupos de bolhas cheias de líquido e dolorosas em volta dos lábios e, por vezes, por baixo do nariz ou ao redor do queixo. São muito contagiosas. A primeira infecção ocorre na infância, muitas das vezes sem sintomas, podendo ser confundido com uma constipação. A partir do momento em que uma pessoa é infectada, o vírus se mantém no organismo, causando frequentes episódios repetitivos, contudo, para alguns pacientes, o vírus se mantém inativo.
- Gengivoestomatite herpética primária: mais comum em criança, podendo variar de um quadro discreto, com algumas lesões vesicoerosivas e subfebris, evoluindo até para quadros graves, com erupção vesiculosa, febre alta, adenopatias e comprometimento do estado geral. Com o rompimento das vesículas, formam-se ulcerações na gengiva e, com isso, a alimentação fica dificultada. A faringe pode ser atingida e a primoinfecção em crianças ocorre na região genital (vulvovaginite herpética). Geralmente o quadro dura de duas a seis semanas, com tendência à cura, sem deixar sequelas.
Tratamento:
Apesar de não existir cura para as infecções herpéticas (as vesículas podem surgir, normalmente, em momentos de maior stress, exposição solar, alergias ou febre), os analgésicos tópicos sem necessidade de prescrição médica podem assegurar um alívio temporário. O uso de antivírus pode reduzir estas infecções virais.
- Leucoplasia: parecida com uma camada espessa esbranquiçada localizada no interior da boca (zona do queixo, gengivas ou língua), comumente associada ao fumo do tabaco ou ao hábito de mascar tabaco, outras causas também podem estar associadas (próteses removíveis mal adaptadas, dentes fraturados e morder a própria bochecha). Cerca de 5% dos casos estimados de leucoplasia podem progredir para uma lesão cancerosa.
Tratamento:
Com a remoção dos fatores que causam as lesões, a leucoplasia normalmente desaparece quando o uso do tabaco ou algumas das causas acima for interrompido. O dentista vai controlar a situação, examinando a lesão com intervalos de três a seis meses, dependendo do tipo, localização e tamanho da lesão.
- Candidíase: é mais comum nas pessoas com prótese removível, recém-nascidos, pessoas debilitadas por uma doença e onde o sistema imunitário não esteja a funcionar corretamente, causada por uma infecção fúngica causada pela cândida albicans, pode ser reconhecida por camadas amarelo-esbranquiçadas ou avermelhadas, de aspecto pastoso, que incidem nas superfícies úmidas da cavidade oral. Os tecidos por baixo desta camada podem causar dor. Indivíduos que tenham síndrome de boca seca e que estão a fazer ou já completaram a medicação, também são susceptíveis.
A candidíase pode se manifestar de outras maneiras:
- Candidíase Eritematosa: uma área avermelhada no céu da boca (palato) e na língua ou como pontos avermelhados na parte interna da bochecha; - Quelite Angular: são fissuras ou rachaduras nos cantos da boca associadas a úlceras, vermelhidão e placas brancas. Normalmente causam dor ao abrir a boca.
Tratamento:
Consiste em controlar as situações que causam as lesões:
- Lavar as próteses removíveis para prevenir problemas;
- A redução da dose ou a sua alteração pode ajudar, se os antibióticos ou contraceptivos orais forem a causa;
- Os substitutos de saliva podem ajudar em casos de boca seca;
- A medicação antifúngica pode ser utilizada quando o agente causador é imprescindível ou incurável;
- Uma boa higiene oral é essencial.
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por Colunista Portal - Saúde
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