Maxila e mandíbula: Anatomia

A mandíbula é um osso independente articulado com o crânio
A mandíbula é um osso independente articulado com o crânio

Odontologia

28/01/2014

Os ossos da face dividem-se em ossos do terço médio da face (que é constituído pelos seguintes ossos: osso maxilar, malar, osso palatino, esfenoide e os ossos próprios do nariz) e a mandíbula. Os ossos da face relacionam-se com outros ossos do crânio, delimitando estruturas importantes: seios maxilares, fossas nasais, cavidades orbitarias e fossas pterigomaxilares.

A maxila apresenta-se em uma forma piramidal; a sua base constitui a face lateral das fossas nasais; as faces constituem o pavimento da órbita e face infratemporal do maxilar, o processo alveolar do maxilar e a parede posterior do seio maxilar; o vértice relaciona-se com a apófise zigomática do osso zigomático.

O seio maxilar é uma estrutura que se comunica com as fossas nasais ao nível do meato médio por meio do ostium maxilar, que pode ter entre dois e seis milímetros de diâmetro. Já o teto do seio maxilar passa o nervo infraorbitário, que sai pelo orifício do canal infraorbitário, na sua parede posterior existem os canais dos nervos alveolares posteriores, em seu pavimento (seio maxilar) está um a dois milímetros abaixo do pavimento das fossas nasais. Sua capacidade é em média 30 ml no adulto; em regra a cavidade do seio maxilar é segmentada por septos ósseos.

Há uma importante relação de proximidade entre o seio maxilar e os dentes superiores, em uma ordem decrescente. Esta proximidade às raízes dentárias é a seguinte: 2º molar, 1º molar, 3º molar, 2º pré-molar, 1º pré-molar e canino, em alguns casos a única separação entre as raízes dentárias e o seio maxilar é efetuada apenas pela membrana do seio maxilar. A parede interna do seio maxilar é revestida pela membrana do seio maxilar, que é do tipo respiratória, com epitélio colunar e ciliado, conforme os fatores endógenos e exógenos o movimento dos cílios é variável.
A espessura da mucosa do seio é variável de indivíduo para indivíduo, dependendo da exposição a agressões exógenas e fatores endógenos. Quando o indivíduo nasce o seio maxilar apresenta em média as dimensões 2x1x1 centímetros. O seu crescimento médio anual é de cerca de dois milímetros em todos os sentidos. Quando chega por volta dos 12 anos o pavimento do seio está ao nível do pavimento nasale, assim, com o crescimento, o pavimento nasal vai colocando-se cada vez mais baixo, dificultando por isso a drenagem por meio do ostium.

A fossa pterigomaxilar apresenta a forma de uma pirâmide invertida, situada entre o esfenoide, o maxilar superior e o osso palatino, e se comunica com a fossa infratemporal por intermédio da fissura esfenomaxilar. Contém o gânglio esfenopalatino, o nervo e artéria maxilar e o plexo venoso pterigóideo.

A mandíbula é um osso independente articulado com o crânio, seus principais acidentes anatômicos são: sínfise, corpo, canal dentário, orifício mentoniano, apófises genianas, cristas oblíquas internas e externas e côndilo. A articulação entre a mandíbula e o crânio denomina-se articulação temporomandibular (articulação gínglimo artrodial bilateral), sendo composta pela superfície articular do côndilo, superfície articular do temporal (cavidade glenoide), menisco, tecido retrodiscal, cápsula, ligamentos e músculos.

Há diversos músculos entre eles:

Masseter: apresenta uma porção interna e uma porção externa e insere-se no arco zigomático e na mandíbula, sendo inervado por ramos do nervo trigêmeo. O seu interesse cirúrgico está relacionado com a existência de hipertrofia, contraturas ou hematomas devido a traumatismos intraoperatórios.

Pterigóideo interno:
situa-se na face interna do ramo da mandíbula. Insere-se na mandíbula e na apófise pterigoide. É inervado por ramos do nervo trigêmeo, o seu interesse cirúrgico deve-se à ligação íntima que apresenta com a ATM e a traumatismos durante a anestesia troncular.

Músculo pterigoide externo:
apresenta dois feixes - superior e inferior. Insere-se no colo do côndilo da mandíbula, na grande asa do esfenoide e na apófise pterigoide. A inervação é efetuada por ramos do nervo trigêmeo. O seu interesse cirúrgico deve-se à possibilidade de traumatismos durante a anestesia, a contraturas e a hematomas.

Músculo temporal:
insere-se na fossa temporal e na apófise coronoide da mandíbula, prolonga-se para o bucinador por meio de algumas fibras. O seu interesse cirúrgico deriva da possibilidade de incisão de algumas fibras durante a abordagem da porção anterior do ramo da mandíbula e ainda o desencadear de dores faciais por alterações do músculo.

Bucinador
: insere-se nas faces externas da maxila e da mandíbula. Dá consistência muscular à região jugal. O seu interesse cirúrgico deve-se ao fato de este músculo ser um limite importante das infecções odontogênicas.

Músculos da mímica:
são inervados pelo nervo facial. O seu interesse cirúrgico deriva da decisão sobre a direção e tipo de incisão mais correta a efetuar e também na prevenção de descolamentos indevidos.

Véu do palato:
apresenta algumas estruturas com relevância cirúrgica - canais incisivos, canais palatinos anteriores e posteriores, papila incisiva, rafe palatina, músculos e glândulas palatinas, artérias e veias palatinas e nervos palatinos.

Pavimento da boca:

Totalmente coberto por mucosa, refere-se aos seguintes acidentes anatômicos: gengiva lingual, placa salvares, orifício do canal de Wharton, músculos genio-hióideos e genioglossos, músculo milo-hióidea e crista milo-hióidea, músculos digástricos e nervo lingual. A língua apresenta-se morfologicamente como um conjunto de músculos esqueléticos recobertos por mucosa. Existem músculos intrínsecos (longitudinais, transversais e verticais) e músculos extrínsecos (genioglossos, genio-hióideo e hioglosso).

Apresenta-se com um vértice, um dorso, um ventre e duas margens (direita e esquerda), suas estruturas anatômicas são: forâmen cego, septo mediano, V lingual, papilas filiformes, fungiformes, circunvaladas e foliáceas, e sua inervação faz-se por meio do ramo intermediário da corda do tímpano do nervo facial (2/3 anteriores) e do nervo glossofaríngeo (1/3 posterior). A irrigação da língua é efetuada por intermédio das artérias e veias linguais do ramo profundo lingual, as artérias da zona facial com importância cirúrgica são: lingual, facial, dentária inferior (alveolar inferior), infraorbitária e grande palatina. A artéria lingual é ramo da carótida externa. Apresenta dois ramos terminais: artéria dorsal da língua e artéria lingual profunda.

A artéria facial é ramo da carótida externa, estabelecendo uma curvatura no rebordo inferior da mandíbula, junto ao rebordo inferior do masseter. A artéria bucal é ramo da maxilar interna e percorre toda a zona posterior e superior da região jugal e face externa do ramo da mandíbula. A artéria infraorbitária é ramo da maxilar interna. Percorre o teto do seio maxilar e sai por meio do orifício infraorbitário.

A artéria palatina é ramo da maxilar interna, a entrada no véu do palato é subperióstea, por meio do orifício palatino, e percorre longitudinalmente todo o palato. A inervação do maxilar superior é efetuada por meio dos nervos: alveolar superior posterior, infraorbitário, alveolar superior médio, alveolar superior anterior, palatino e nasopalatino.

O nervo alveolar superior posterior nasce na fossa pterigopalatina e percorre o espaço entre a membrana do seio e o osso maxilar. O nervo infraorbitário nasce do nervo maxilar, passando no canal infraorbitário e saindo pelo orifício infraorbitário. Nos casos de grande reabsorção do osso maxilar, este orifício pode estar entre cinco a 10 milímetros do rebordo ósseo, os nervos palatinos anteriores e posteriores percorrem o bordo da maxila, sendo acompanhados pelas artérias e veias palatinas.

O nervo nasopalatino tem origem na fossa pterigopalatina, percorre a as fossas nasais e o canal nasopalatino até chegar à papila incisiva, sendo acompanhado de uma artéria e de uma veia. A inervação da mandíbula é efetuada por meio do nervo dentário inferior e do nervo lingual. O nervo dentário inferior entra na mandíbula por meio do forâmen mandibular, percorrendo normalmente o canal dentário e saindo pelo orifício mentoniano, daí ele divide-se e percorre a mandíbula em vários canais.

O orifício mentoniano pode variar de posição, nos casos de severa reabsorção do osso mandibular este orifício pode localizar-se na crista óssea. O nervo lingual percorre a face lingual da mandíbula na sua zona posterior e mediana. A irrigação da mandíbula faz-se por meio de circulação centrípeta e centrífuga. Enquanto no jovem a irrigação depende da artéria dentária inferior na mandíbula atrófica mais de 80% do aporte sanguíneo é efetuado através de circulação centrífuga.

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