Frutos Oleaginosos e Saúde Cardiovascular

Os frutos oleaginosos são ricos em ácidos graxos
Os frutos oleaginosos são ricos em ácidos graxos

Nutrição

14/03/2015

Os frutos oleaginosos como nozes, castanhas de caju e do Pará, amêndoas, amendoim e avelãs têm alto teor de gordura e apesar disto, são benéficos ao coração. Eles são pobres em gorduras saturadas e aproximadamente 60 % de suas calorias são provenientes dos ácidos graxos monoinsaturados. Portanto eles podem contribuir na redução do colesterol total e da LDL colesterol. Além disso, os frutos oleaginosos podem ter quantidades apreciáveis de fibra dietética, vitamina E e alguns deles, maiores quantias de ácido linolênico (ômega-3), polifenóis (principalmente nas suas peles, com alto poder antioxidante) e selênio. Estas podem ser algumas explicações para a redução de doenças cardíacas devido ao consumo destas oleaginosas (GRIEL, KRIS-ETHERTON, 2006).


A seguir dois exemplos de estudos com frutos oleaginosos.


As amêndoas
são ricas em ácidos graxos monoinsaturados e suas peles ricas em compostos polifenólicos e vitamina E, antioxidantes que podem reduzir a concentração de LDL-oxidada e reduzir a concentração sérica de colesterol, exercendo efeitos cardioprotetores. O consumo de amêndoas por idosos com hiperlipidemia melhorou o perfil lipídico através da redução sérica do colesterol total, da LDL-C e aumentou a HDL-C. além disso, ocorreu diminuição na formação de biomarcadores da peroxidação lipídica, o MDA sérico e os isoprostanos na urina. Estes resultados confirmam a eficácia que as amêndoas tendem a ter na redução do risco de doenças cardiovasculares (JENIKINS et al, 2008). A LDL oxidada é uma forma aterogênica da LDL, diretamente envolvida na lesão inicial e progressão da formação de placas nas artérias e consequente aumento do risco do infarto.


A avelã é fonte de vitamina e, fitosteróis, fibras e ácidos graxos monoinsaturados. O consumo de avelãs na quantidade de 1g/kg/diariamente durante quatro semanas por indivíduos saudáveis contribuiu para uma redução sérica no colesterol total, VLDL, LDL-C, de LDL-oxidada e hidroperóxidos lipídicos plasmáticos. Ocorreu também aumento no teor de alfa-tocoferol nas LDLs. Os ácidos graxos monoinsaturados e o α-tocoferol podem inibir a peroxidação lipídica e juntamente com as fibras e fitosteróis, melhorar o perfil lipídico (YUCESAN et al, 2010).




Referências Bibliográficas

GRIEL A.E, KRIS-ETHERTON, P.M. Tree nuts and the lipid profile: a review of clinical studies. Br J Nutr. Suppl 2S68-S78, 2006.


JENKINS, D.J.; C.W. KENDALL, A. MARCHIE, A.R. JOSSE, T.H. NGUYEN AND D.A. FAULKNER. Almonds reduce biomarkers of lipid peroxidation in older hyperlipidemic subjects, J Nutr 138, pp. 908–913, 2008.


YÜCESAN FB, OREM A, KURAL BV, OREM C, TURAN I. Hazelnut consumption decreases the susceptibility of LDL to oxidation, plasma oxidized LDL level and increases the ratio of large/small LDL in normolipidemic healthy subjects.


Anadolu Kardiyol Derg.10(1):28-35, 2010.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Walisson Junio Martins da Silva

por Walisson Junio Martins da Silva

Mestre em Alimentos e Nutrição-Unesp. Especialista em Qualidade de Vida e Gerontologia. Graduado em Bacharelado em Bioquímica. Licenciado em Ciências Biológicas e em Química.

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