Um antioxidante pode ser definido como "qualquer substância que, quando presente em baixas concentrações em comparação com as de um substrato oxidável, retarda significativamente ou impede a oxidação desse substrato”, ou um antioxidante é "qualquer substância que retarda, impede ou remove o dano oxidativo a uma molécula alvo” (BERGER et al, 2012). O antioxidante pode também ser definido nos alimentos como substância utilizada para conservá-los, retardando a rancidez, deterioração ou descoloração devido à oxidação (KUMAR, 2011).
A disponibilidade de informações sobre a composição de alimentos é essencial para a avaliação da dieta e para as pesquisas epidemiológicas que relacionam dieta, saúde e prevenção de doenças. O conhecimento sobre os compostos antioxidantes facilita a identificação da relação entre a dieta e a prevalência de enfermidades crônicas, além de viabilizar a definição da magnitude das inadequações dietéticas e oferecer subsídios para a educação alimentar e para o estabelecimento de metas e guias alimentares que promovam estilos de vida mais saudáveis (OLIVEIRA et al., 2011). O consumo alimentar inadequado ocorre porque muitos alimentos e bebidas fontes de antioxidantes não são ingeridos adequadamente por parte da população. Por exemplo, muitos indivíduos trocam o consumo de sucos de frutas por refrescos contendo pouca quantia de antioxidantes naturais.
As necessidades dos diferentes órgãos do corpo diferem em termos de antioxidantes, sendo que uma combinação de substâncias antioxidantes pode prover uma melhor proteção contra os danos causados pelos radicais livres. As recomendações, tais como consumir uma alimentação equilibrada em açúcares simples, fibras, proteínas e gorduras, e com uma variada ingestão de frutas e hortaliças são elaboradas no intuito de obter benefícios tanto na prevenção, quanto no tratamento de diversas patologias (LIMA et al, 2007).
As recomendações a Organização Mundial de Saúde (OMS) estão pautadas em mudanças de estilo de vida visando prevenir e minimizar a prevalência mundial das doenças crônicas não transmissíveis. Uma de suas principais recomendações é o consumo diário de cinco porções ou mais de frutas e hortaliças. O consumo desses alimentos nesta proporção é uma forma importante na redução do risco das principais doenças crônicas, especialmente devido à maior oferta de vitaminas, minerais e outros compostos antioxidantes, além de fibras alimentares (VIEBIG et al, 2009).
O consumo regular de frutas, sementes oleaginosas e hortaliças está associado com o baixo risco de incidência e mortalidade por câncer e doenças cardíacas, devido à presença de compostos oriundos do metabolismo secundário que apresentam grande atividade antioxidante e anti-inflamatória, regulam a expressão de genes envolvidos na proliferação celular e, assim, contribuem na prevenção de várias doenças (JACQUES, ZAMBIAZI, 2011; ROSSO, 2013).
A promoção da saúde como qualidade de vida e a busca por uma alimentação saudável têm sido metas a serem alcançadas para a população que cada vez tem maior expectativa de vida. Trabalhos envolvendo a atividade antioxidante de alimentos e substâncias isoladas de fontes naturais demonstram que o consumo de frutas, vegetais, vinhos e chás, estão relacionados à redução de risco de doenças crônicas não transmissíveis (JACQUES, ZAMBIAZI, 2011).
REFERÊNCIAS
BERGER R.G.; LUNKENBEIN, S.; STRÖHLE, A.; HAHN, A. Antioxidants in Food: Mere Myth or Magic Medicine? Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 52:162–171 2012. JACQUES, A. C.; ZAMBIAZI, R. C. . Fitoquímicos em amora-preta (Rubus spp). Semina. Ciências Agrárias, v. 32, p. 245-260, 2011.
KUMAR, S. Free Radicals and Antioxidants: Human and Food System. Adv. Appl. Sci. Res., 2 (1):129-135, 2011.
LIMA, A. R ; PEREIRA, R. G. F. A. ; DUARTE, S. M. S. ; SHEILA A ABRAHÃO ; PAULA, F. B.A. . Compostos bioativos do café: atividade antioxidante in vitro do café verde e torrado antes e após a descafeinação. Química Nova, v. 33, p. 20-24, 2010.
OLIVEIRA, D. S.; AQUINO, P. P. ; PROENCA, R. P. C. ; RIBEIRO, S. M. R. ; PINHEIRO-SANT'ANA, H . Vitamina C, carotenoides, fenólicos totais e atividade antioxidante de goiaba, manga e mamão procedentes da Ceasa do Estado de Minas Gerais.Acta Scientiarum. Health Sciences, v. 33, p. 89-98, 2011.
ROSSO, V.V. Bioactivities of Brazilian Fruits and the Antioxidant Potential of Tropical Biomes, Food and Public Health, v.3 n. 1, p. 37-51, 2013.
VIEBIG RF, PASTOR-VALERO M, SCAZUFCA M, MENEZES PR. Fruit and vegetable intake among low income elderly in the city of Sao Paulo, Southeastern Brazil. Rev Saude Publica, 43(5):806–13, 2009.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Walisson Junio Martins da Silva
Mestre em Alimentos e Nutrição-Unesp. Especialista em Qualidade de Vida e Gerontologia. Graduado em Bacharelado em Bioquímica. Licenciado em Ciências Biológicas e em Química.
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