Helicobacter Pylori - Um risco real

Helicobacter Pylori é uma bactéria que pode viver no estômago
Helicobacter Pylori é uma bactéria que pode viver no estômago

Nutrição

28/08/2014

A Helicobacter Pylori é uma bactéria que vive no muco que cobre a superfície do estômago, foi identificada por dois australianos Warren e Marshall, em 1983. Inicialmente provoca gastrite aguda, em pouco tempo passa para gastrite crônica e 10 a 15% dos infectados progredirão para doença ulcerosa.


É uma bactéria de distribuição mundial e isolada ao epitélio gastroduodenal do ser humano. As infecções são mais comuns, em sua maioria, em países em desenvolvimento e classe socioeconômica baixa. Uma vez adquirida à infecção pode persistir por anos ou até mesmo durante toda a vida.


A bactéria H. Pylori apresenta-se como um Bacilo Gram Negativo, isto é, possuem dupla membrana externa em volta de cada bactéria, uma membrana extra, que evita que certos fármacos e antibióticos penetrem na célula, possuem ainda uma grande facilidade em trocar ou receber material genético, o que resulta em alteração genética (mutação), que mais tarde pode compartilhar com outro tipo de bactéria e desenvolver nova resistência.


O ácido clorídrico do estômago é o meio ideal para sua colonização na mucosa gástrica por sua capacidade de resistir à acidez gástrica, o meio ácido secreta urease que transforma a ureia em amônia, elevando o pH ao redor da bactéria, possibilitando a colonização.


A bactéria H. Pylori tem uma estrutura encurvada ou espiralada de superfície lisa, com extremidades arredondadas, é móvel, não esporulada e microaerófila. Tem o formato de uma hélice que permite “atravessar” com mais facilidade a camada de muco que protege o epitélio gástrico.


Sua distribuição é universal e acomete mais da metade da humanidade sendo considerada problema de saúde pública, sendo que tem maior prevalência em países em desenvolvimento, em todas as faixas etárias. Estudos mostram que 59,5 e 96% da prevalência desta infecção ocorre entre indivíduos sadios e de risco (que compartilham talheres, fumantes, alcoólatras, etc).


O mecanismo de transmissão correto é desconhecido, sendo aceito o fato de que a bactéria alcança a mucosa gástrica pela boca e está relacionada com higiene precária (hábitos higiênicos e comportamentais) e as más condições de moradia, particularmente ausência de saneamento básico e fornecimento de água potável.


É alta a prevalência de infecção pelo H.pylori, com forte tendência a cronicidade e evolução para úlceras gastroduodenais, câncer gástrico e linfomas. A Gastrite crônica associada a H. Pylori é a forma mais comum de gastrite em qualquer idade.


O Micro-organismo coloniza a superfície do epitélio do estômago, causa reação inflamatória e devido a região do antro pilórico concentrar maior número de células secretoras de gastrina, meio mais ácido, é a mais afetada pelo H.Pylori, podendo haver danos também no fundo do estômago.

Nas complicações decorrentes dessa patologia, podem ocorrer danos no revestimento gástrico pelas secreções gástricas, que são ácidas, podendo evoluir para úlcera crônica, provocar hemorragia, penetração estomacal e até mesmo a perfuração do órgão.


O tratamento indicado para erradicação da bactéria no organismo é a adoção de hábitos de higiene e o uso de medicamentos como amoxicilina e claritromicina prescritos pelo médico. Existem estudos para o desenvolvimento de uma vacina, mas a previsão de uso em humanos é para 10 a 15 anos.


A prevenção é uma importante aliada no combate a disseminação do H. Pylori, enquanto não são se conclui a vacina em pesquisa, prevista para 10 a 15 anos. O estímulo aos cuidados com as condições higiênico-sanitárias pelos serviços de saúde pública, maior capacitação, fiscalização e controle sanitário dos estabelecimentos que produzem e comercializam alimentos, onde há um grande risco de contaminação cruzada por falta de higienização adequada de alimentos, equipamentos e utensílios e; a atenção farmacêutica através da redução dos custos dos medicamentos para o sistema de saúde que ainda são muito caros.


A promoção e a conscientização de hábitos mais saudáveis e higiênicos são fatores primordiais para redução deste tipo de contaminação, outro fator importante é a formulação de uma vacina, que somada aos bons hábitos de higiene, reduziriam significativamente os casos de gastrite, úlcera gástrica e câncer gástrico, além de outras patologias provenientes do H. pylori.




Referências bibliográficas

NIEDERIE, R. O Perigo pode estar no estômago: Helicobacter pylori – Aspectos epidemiológicos, Patológicos, de Tratamento e Preventivos. Revista Contexto & Saúde. Editora: Unijuí, v. 10, n. 19 jul/dez 2010


NASER. Safia; ROSA, Syntia Policena. Helicobacter Pylori.Pharmacist at Pharmacist, 2012.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Fabiana de Aro

por Fabiana de Aro

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