Probióticos: O que é?

Estirpes de bactérias produtoras de ácido láctico
Estirpes de bactérias produtoras de ácido láctico

Nutrição

22/02/2013

Probióticos podem ser definidos como sendo micro-organismos vivos que, se administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Eles compreendem apenas um pequeno percentual da nossa microbiota, entre 1% a 13%.

Embora o termo e a definição precisa de probiótico tenham sido desenvolvidos a partir de 1990, o interesse por micro-organismos potencialmente benéficos para a saúde vem de longo tempo. Estudos do final do século XIX, nos primórdios da Microbiologia, já detectavam diferenças entre a microbiota intestinal de pessoas doentes e a de pessoas saudáveis, despertando para a importância da mesma na manutenção do estado de saúde.

Os probióticos mais utilizados são estirpes de bactérias produtoras de ácido láctico como Lactobacillus, que são bactérias anaeróbias facultativas e gram positivas e normalmente são predominantes no intestino delgado, e Bifidobacterium, bactérias aeróbicas estritas ou anaeróbicas, gram positivas e presentes no cólon.

Cerca de 56 espécies do gênero Lactobacillus foram descritas até hoje. Essas bactérias estão distribuídas por vários nichos ecológicos, sendo encontradas por todo o trato gastrointestinal e genitourinário, constituindo uma importante parte da microbiota de homens e animais.

A sua distribuição, porém, é afetada por diversos fatores ambientais como: pH, disponibilidade de oxigênio, nível de substrato especifico, presença de secreções e interações bacterianas, tendo propriedades potencialmente probióticas, favorecendo beneficamente o organismo humano.

Por isto, L. acidophilus e L. casei têm sido amplamente utilizados pelos laticínios para produção de leites fermentados e outros derivados lácteos.

As bactérias S. thermophilus, pertecentes ao gênero Streptococos são bactérias anaeróbicas facultativas, que podem ter efeitos benéficos a saúde, sendo uma das duas espécies mais comumente utilizadas na produção de iogurtes assim como o L.bulgaricus.

 Os Enterococos são encontrados em uma vasta gama de produtos probióticos. Neste grupo, o E. faecium tem sido estudada por apresentar efeitos benéficos à saúde gastrointestinal, a despeito de o gênero Enterococos ser um reconhecido causador de infecções no ser humano. Recentemente, um grupo de pesquisadores iniciou estudos para a utilização de uma linhagem de Escherichia coli com características probióticas.

O fungo Saccharomyces boulardii é outro probiótico utilizado com frequência.

Em geral, pode-se considerar efeito probiótico a utilização de um bilhão de unidades formadoras de colônias (UFC), variando a dose conforme o tipo de bactéria, a qualidade da preparação e o objetivo.

Os probióticos normalmente têm pouco tempo de vida e ação e, por isso mesmo, devem ser mantidos bem refrigerados. Ao serem ingeridos através dos alimentos, vão para o intestino e ali se somam à microbiota já existente, sem se fixarem, equilibrando-a e, com isso, auxiliam o trabalho de absorção dos nutrientes.

Suas principais funções são: nutricional (síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K), digestória (síntese de enzimas digestivas), cardiovascular (normalização de colesterol e triglicerídeos plasmáticos), metabólica (produção de ácidos graxos de cadeia curta, que são substratos para os enterócitos) e imunomoduladora.

Quanto à função imunomoduladora, as bactérias são essenciais para o desenvolvimento e a maturação do sistema imune entérico e sistêmico (GALT e MALT), visto que estimulam a expansão clonal de linfócitos e previnem sua apoptose.

Produzem substâncias antimicrobianas que agem sobre uma vasta gama de micro-organismos patogênicos, por tornarem o ambiente desfavorável ao seu crescimento e desenvolvimento. Previnem a adesão de patógenos através da competição por sítios receptores. Contribuem para a promoção da tolerância oral, mecanismo pelo qual nosso organismo passa a não reagir a determinados antígenos.

Atuam ainda na manutenção da barreira mucosa intestinal, assim como na produção de anticorpos (IgA intestinal e sérica), na atividade de fagócitos e na dos linfócitos matadores naturais (NK-kB). Reduzem a produção intestinal de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, Interferon-γ, IL-8) e aumentam a produção intestinal de citocinas anti-inflamatórias (IL-10 e TGF-ß).

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