Os resultados do processo de educação e orientação nutricional esperado

Ouvir o paciente completa e ativamente
Ouvir o paciente completa e ativamente

Nutrição

31/01/2013

• Aumentar a autoconsciência de que existe a negação de problemas, afetando sua nutrição ou o estado nutricional, e que estes problemas podem ser resolvidos.

• Tornar-se ciente de suas forças internas e, dessa forma, ser independente e desafiar crenças antigas sobre a alimentação e o estilo de vida.

• Aumentar a responsabilidade pelos pensamentos, comportamentos e relacionamentos, em vez de ficar no papel de vítima.

• Aprender a arriscar-se, ser mais flexível e tolerar mais suas desarmonias.

• Aprender a confiar mais e dar uma chance a novos comportamentos e pensamentos, antes de descartá-los.

• Tornar-se mais consciente das alternativas quando responder ao estresse e a outros estímulos, ou quando escolher alimentos com base em novos critérios.

• Ter um estilo de vida funcional, no qual seus valores e seus comportamentos são consistentes. Ou seja, se existe um bom nível de autoaceitação, ele faz o que acredita que deveria estar fazendo e se sente bem com isso.

Para alcançar um aconselhamento efetivo alguns fatores devem ser considerados:

• Desenvolver um relacionamento construtivo com empatia, calor humano e sinceridade.

• Criar um ambiente de segurança e confiança, no qual o paciente não se sinta julgado.

• Ouvir o paciente completa e ativamente.

• Avaliar a compreensão e os sentimentos do paciente.

• Fornecer informações precisas, de maneira clara e simples.

• Esclarecer e corrigir informações incorretas.

• Valorizar os sentimentos do cliente.

• Ajudá-lo a avaliar os riscos de comportamentos passados e presentes.

• Auxiliar o cliente a desenvolver estratégias para redução dos riscos.

• Ajudá-lo a identificar os obstáculos potenciais para a redução dos riscos de complicações e para melhorar o bem-estar.

• Ser sensível às diferenças culturais e as outras particularidades do cliente.

• Fornecer apoio psicológico sempre que necessário.

• Calcular o potencial para depressão, isolamento ou suicídio.

• Fazer referências apropriadas para serviços adicionais.

• Avaliar a motivação do paciente para procurar as referências, e ajudá-lo a minimizar as barreiras para buscar outros serviços necessários.

• Criar condições para sustentar uma relação de aconselhamento de longo prazo. O maior desafio do educador nutricional é selecionar e adaptar as informações para diferentes indivíduos de idades variadas. As crianças aprendem de maneira diferente dos adolescentes, os quais aprendem de modo diferente dos adultos e idosos. Para melhores resultados, é necessário entender como as pessoas aprendem:

• Dar definições simples e sempre esclarecer os termos técnicos utilizados.

• Ser específico sobre a razão de estar lá com o paciente.

• Envolver o paciente no planejamento de mudanças dos comportamentos nutricionais.

• Dividir as informações nutricionais em passos manejáveis e arranjados em sequência, para que o paciente seja capaz de alcançar cada um deles.

• Selecionar o primeiro passo da orientação nutricional para que seja pequeno e alcançado com pouco esforço, porém, não tão fácil a ponto de o paciente achar que não vale a pena.

• Negociar o processo.

• Resumir sempre o que aconteceu e o que é esperado na próxima visita pelo conselheiro e pelo cliente.

• Revisar frequentemente os planos de tratamento.

• Identificar, com o paciente, qual o apoio social necessário para manter os comportamentos desejados. Quem é a melhor pessoa para dar apoio e como pedir ajuda.

• Retornar as ligações telefônicas do paciente o mais rápido possível.

• Não demonstrar desatenção, desinteresse ou insensibilidade.

• Quando o conselheiro estiver sob pressão ou com problemas, não deve transpassá-los ao cliente. É preciso tratar o cliente como se fosse a pessoa mais importante naquele momento.

• Não transmitir julgamento sobre as decisões, estilo de vida, comportamentos ou família do paciente.

• Não tratar o paciente como criança, a menos que o mesmo seja.

• Não interromper, pois isso faz com que o paciente sinta que o profissional não possui todas as respostas.

• Não fazer perguntas que já se sabe a resposta.

• Não focalizar no resultado final, mas em etapas para alcançar o objetivo final.

• Não acreditar que somente devido ao fato do paciente não reconhecer certos comportamentos inadequados e prejudiciais eles os mudará.

• Não lhe dizer o que deve ou tem de fazer, mas sim sugerir mudanças.

• Não falar demais, tomando o espaço do paciente.

• Evitar ferir os conceitos do paciente, colocar com honestidade e delicadeza sua opinião e os riscos, mas deixar que ele decida que atitude tomar.

• Ser sensível em como o mundo é percebido pelo paciente.

• Ouvir com os ouvidos e olhos dando atenção às mensagens não verbais.

É importante que o profissional nutricionista tenha em mãos os materiais necessários para elucidar o processo de aconselhamento nutricional, atividades educativas e registrar os dados da consulta e do paciente. Vejamos alguns destes materiais:

• Folder para apresentação da consulta de nutrição – é importante que o nutricionista tenha em mãos um informativo em forma de folder sobre o papel do nutricionista com uma linguagem simples e didática, que deve ser entregue pela secretária ao paciente na recepção de um consultório, enquanto aguarda a consulta de nutrição; ou oferecido no início da consulta e durante a apresentação pelo nutricionista, ou ao final da consulta ambulatorial, para que o paciente leia em casa. Pois, o paciente tem tabu, que se não esclarecido ao início da consulta e antes de qualquer ação, podem criar ansiedade no paciente e atrapalhar o levantamento de dados, prejudicando o diagnóstico nutricional.

• Impresso para anamnese e diagnóstico nutricional – como vimos no modelo de anamnese acima, esta ferramenta é utilizada para o registro, por escrito, dos dados necessários para a avaliação e diagnóstico do estado nutricional do paciente, o qual expressa o quanto as necessidades fisiológicas de nutrientes estão sendo atendidas. Realizada de forma completa e segundo normas técnicas, é utilizado para traçar o plano de cuidado nutricional com maior eficiência.

• Impressos de dietas e orientações – para a orientação dietoterápica podem ser elaborados impressos e manuais contendo informações básicas que devem ser completados no momento da consulta, com as informações relativas a cada paciente e todos os aspectos subjetivos e objetivos relacionados. Este material deve ser elaborado sempre com base em pesquisa bibliográfica e em casos de dúvidas ou erros alimentares frequentemente observados na população atendida. Vejamos um exemplo de impresso de orientação nutricional:

• Aulas em slides animados para educação nutricional – a consulta de nutrição normalmente é realizada em forma de entrevista, mas por ocorrer em várias etapas, sendo apresentação, levantamento de dados, diagnóstico, elucidação acerca dos fatores de risco nutricionais e orientação, é necessários torná-la mais dinâmica para manter a atenção do paciente, aperfeiçoar o aproveitamento das orientações, proporcionar melhor memorização das orientações por meio de recursos visuais, promover diferencial de mercado, incentivar o interesse do paciente por nutrição, gerando dúvidas. Além dos slides, o nutricionista pode utilizar também filmes, documentários, reportagens de revistas, entre outros recursos.

• Fotografias de alimentos ou alimentos plásticos – podem ser utilizadas fotografias de alimentos recortadas de revistas e plastificadas para a simulação dos alimentos durante a consulta – por exemplo, de um restaurante.

• Banners ou cartazes – como é necessária a elaboração de materiais para educação nutricional, um material de boa apresentação e de baixo custo sempre é a solução. Os slides podem ser usados não apenas em apresentação no computador como também impressos em forma de flash cards em papel fotográfico encontrado em papelarias comuns, colados em um papel cartão colorido e encapados com papel adesivo para proteção no manuseio.

Após a realização das orientações verbais, o nutricionista irá anotar no receituário as mesmas orientações que deverão ser seguidas pelo paciente e posteriormente registrá-las na ficha de acompanhamento de consulta.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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