O que sua roupa diz sobre você?

Transformar seu modo de se vestir pode afetar como você enxerga seu corpo.
Transformar seu modo de se vestir pode afetar como você enxerga seu corpo.

Moda e Design

25/11/2015

 
Por Alenne Namba - www.alennenamba.com.br

Há algum tempo atendi uma coachee que, dentre outras questões, estava em busca de se dar uma chance para encontrar um novo amor. Ela já passava dos 50 anos, mas não havia desistido de si mesma. Muito pelo contrário, eram muitos os seus projetos de vida após a aposentadoria que estava chegando.

Durante nossos encontros, ela relatava a necessidade de transformar seu guarda-roupa, pois há muitos anos havia se fechado e não possuía mais roupas adequadas para sair. Seu estilo até então era de uma mulher que se vestia somente para trabalhar, pois esse havia sido seu foco ao longo da vida. E agora ela não se enxergava mais naquele guarda-roupa. Ela agora estava mais alegre, mais aberta e gostaria que isso também se refletisse não só num novo relacionamento, mas também num novo estilo pessoal, um estilo agora transformado e condizente com a forma como se sentia internamente.

Achei muito interessante ela ter feito essa ligação entre sua nova forma de se sentir internamente e o desejo de mudar também o guarda-roupa. Vi ali, na prática, que nosso externo reflete nosso interno todo o tempo e que muitas pessoas se percebem cindidas, como se houvesse uma desconexão entre uma coisa e outra.

Quantas vezes já ouvi isso: “Alenne, eu me vejo de uma forma, mas não é isso que consigo transmitir aos outros. Vejo que as pessoas me enxergam como uma pessoa que não sou.”.

Como isso é comum... Muito comum...

Mais uma vez, ali no consultório, havia visto em primeira mão como o estilo pessoal, a forma de se vestir, também era uma ferramenta poderosa na melhora da autoestima e da autoimagem.

É claro que existem milhares de formas de aumentar seu amor-próprio e nenhuma é melhor ou mais eficaz do que a outra. Na verdade, elas se complementam e, por isso, vale a penas explorá-las ao máximo. E, certamente, uma delas é o que minha própria coachee me mostrou: alinhar o seu guarda-roupa com quem você realmente se enxerga internamente. Mas como fazer isso sem cair nas armadilhas do mundo fashion?


#1

Mudar sem se mudar


Transformar seu modo de se vestir pode afetar como você enxerga seu corpo, mesmo que seu corpo continue do mesmo jeitinho. Você pode, por exemplo, usar uma roupa que trabalhe seus pontos fortes ao invés de escondê-los. Você pode destacar suas curvas, suas pernas grossas, sua cintura, seu colo bonito. Encontrar seu estilo passa por aceitar o que você tem hoje e enxergar o que você tem de lindo agora. Não é a roupa que irá mudar você. É trabalhar seu estilo em cima do que você é hoje que irá mudar a forma como você se relaciona com seu corpo para melhor.
 
#2

O poder da escolha

É você quem irá escolher como se vestir e como cuidar de seu corpo. É você que irá decidir como irá mostrar-se para aqueles com quem se relaciona. Lembra da frase que ouço com frequência? “Alenne, eu me vejo de uma forma, mas não é isso que consigo transmitir aos outros.” Pois é, conhecer seu estilo é mais uma oportunidade de transmitir informações importantes sobre si mesmo para o mundo. Você pode transmitir criatividade, sobriedade, equilíbrio, diversão, singularidade, confiança. O que você deseja destacar em si mesmo? Essa escolha é só sua.


#3

Transmitindo respeito por si mesmo

Uma das maneiras mais fáceis de transmitir respeito por si mesmo é vestindo-se com cuidado. Há muitos anos atrás, assistindo o programa Esquadrão da Moda, ouvi a apresentadora dizer que usar cinto era sinônimo de respeito consigo mesmo. Comentei essa fala com minha irmã na frente de meu cunhado e ele ficou zombando de mim, porque não via ligação de uma coisa com outra. Mas eu vi. Não é o simples fato de usar ou não usar o cinto. É mais profundo do que isso. Utilizar um acessório é um dos primeiros níveis para transmitir uma informação sobre si mesmo. Encontrar algo que se encaixa com você, vestir-se com cuidado, atentar-se aos detalhes, mostra que você é capaz de direcionar um olhar cuidadoso para si mesmo. Quando nos vestimos para mostrarmos respeito e esmero por nós mesmos, não estamos transmitindo algo ao mundo também, não estamos transmitindo autoconfiança? Se você espera que os outros te respeitem, não é você que tem de demonstrar esse autorrespeito em primeiro lugar?


#4

A ligação entre aparentar bem e sentir-se bem


O ciclo do distanciamento de si próprio está indissoluvelmente ligado ao ciclo da autonegligência. Você se sente mal, veste-se mal, sente-se pior ainda, veste-se mais desleixadamente ainda e por aí vai. Quem nunca fez isso num dia ruim?

Se você sente que precisa fazer essa transformação interior/exterior precisa entrar no ciclo do cuidado próprio e do amor próprio. Olhar no espelho pela manhã e encarar seus defeitos assim como suas qualidades pode ser um primeiro passo. Quanto mais você se esforçar em sentir-se bem, mais irá aparentar bem e vice-versa. Mas lembre-se: não estou falando de um esforço superficial, como alguns métodos por aí ensinam (repita frases positivas e você será uma pessoa positiva). Não, não é nada disso. Estou falando de você reconhecer em si mesmo seus pontos fracos e fortes, encarar a realidade em si e, nem por isso, esconder-se do mundo nem de si mesmo. Olhar para dentro de si é o que fará você se movimentar para frente. Cuidar da saúde, do visual, da própria casa, de suas coisas pessoais, tudo isso é um sinal de que você se importa com o que é seu. E isso também é sinal de autoestima. E aí você perpetua o ciclo do cuidado próprio e do amor próprio, emitindo assim autoconfiança e autorrespeito ao mundo. E isso é muito poderoso.

Por fim, é importante que você saiba que sozinho ou com a ajuda de um profissional, qualquer um pode usar o estilo pessoal como uma ferramenta de elevação da autoestima. Não importa sua idade, seu peso, suas formas, você pode aprender a embelezar-se ainda mais alinhando-se com sua beleza interior. E quando você fizer isso, não precisará mais se preocupar com como os outros estão te enxergando. Digo isso, porque, sem dúvida, estarão enxergando exatamente o que você está querendo transmitir: eu me amo, eu me respeito, eu me cuido.

* Este artigo faz parte da coluna que escrevo para a Consultora de Imagem e Estilo, Kellen Amorim, em seu site Dress You Up. Se você quiser ter acesso a informações ricas e direcionadas à autoestima feminina sem cair nas armadilhas dos modismos, você precisa conhecer seu belo trabalho. Acesse www.dressyoup.com.br.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Alenne Felizardo da Costa Namba

por Alenne Felizardo da Costa Namba

Eu sou Alenne Namba, Psicanalista formada pela Escola Paulista de Psicanálise e Coach formada pelo Instituto Holos - CEADH. Também é colunista do Portal Educação e do site Mães Amigas de Águas Claras. Ministra cursos e palestras sobre os diversos temas relacionados ao equilíbrio emocional.

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