História do design de joias

Belos braceletes, colares e brincos também foram desenvolvidos cravejados de esmeraldas
Belos braceletes, colares e brincos também foram desenvolvidos cravejados de esmeraldas

Moda e Design

13/11/2013

O encanto pelo luxuoso mundo das joias não é algo tão atual quanto se pensa, ou algo desenvolvido apenas para enfeitar as atrizes Hollywoodianas como Audrey Hepburn no lendário filme Breakfast at Tiffany’s (Bonequinha de Luxo de 1961), mas sim um universo de encantamento que vem desde sete mil anos quando os primeiros povos resolveram usar conchas como adorno.) Mas foram os Etruscos que viveram entre os séculos V a VII a.C no Oeste da Toscana Etrúria localizado na Itália os primeiros povos a desenvolver as joias como as conhecemos hoje, com belas formas e acabamentos.

Por meio dos minuciosos detalhes das joias se percebe o grau de acabamento e complexidade desses trabalhos, que foram desenvolvidos por um povo que pensava em tudo na hora de criar. Os etruscos desenvolveram técnicas de acabamentos singulares, como as técnicas de granulação e filigrana que traziam para as joias um estilo bem característico e único de fabricação. Os etruscos tinham influência do povo grego, o que os levaram a criar muitas peças em formato de diademas gregos com detalhes de flores e folhas de louro.

Belos braceletes, colares e brincos também foram desenvolvidos cravejados de esmeraldas, rubis e safiras no período Helenístico (fim do séc. IV a.C. ao fim do séc. I d.C.), ornamentos luxuosos que se tornaram uso costumeiro para o embelezamento do corpo também em Roma.

Com o passar dos séculos, mas precisamente em meados dos séculos XV e XVI, os diamantes e as pérolas se tornaram elementos muito apreciados pelas mulheres renascentistas, que faziam uso das gemas para adornar seus cabelos, roupas e acessórios como chapéus e sapatos. Nessa época, as mulheres da alta burguesia renascentista tinham como característica marcante, principalmente em suas vestimentas o uso não só de pérolas, mas também de outras gemas como rubis, diamantes, esmeraldas ouro e safira.

No período do Barroco, a quantidade de ouro e ornamentos tinha a ver com o status social da época. Quem fosse mais afortunado possuía joias como broches, colares, brincos e anéis com uma enorme quantidade de diamantes, safiras e rubis em uma mesma peça, que dava as damas o ar de valor que elas tanto aspiravam da sociedade.

Com roupas mais simples, e o período entre guerras em toda a Europa entramos na era Neoclássica que nos leva a um momento em que as joias possuem inspiração romana e grega (mas de forma completamente diferente das peças criadas pelo povo etrusco), mas de uma forma mais simplista, já que o período entre guerras nos impede ao ar de soberba e ostentação.

Passado o período de simplicidade, chegamos ao melhor momento da joalheria em meados do século XIX, em que as joias tinham o valor de design que conhecemos atualmente. Essas joias luxuosas eram desenvolvidas especialmente para a corte de Napoleão I, onde o joalheiro vivia nesta corte e passava seus dias desenvolvendo peças especiais para rainhas e reis e era impedido de fazer peças iguais ou desenvolver qualquer outro artefato fora dos muros do palácio. O que tornava as peças criadas ainda mais importantes e únicas, com um valor inestimável para o seu dono que possuía uma peça rara, adornada de pedras preciosas.

Essa era de luxuosidade continua no universo da joia, principalmente com a queda da crise econômica, e o futuro da ascensão social das classes, mostrando-se cada vez mais forte, entramos assim no período da Revolução Industrial, época em que foram descobertas minas de diamantes na África do sul, e a elite ansiava por adereços cravejados de diamantes, o que nos leva para um período em que o que realmente importava nas joias era a coloração das gemas e o design das peças.

Outro século importantíssimo para a joalheria foi o século XX, onde nasceram inúmeras marcas famosas que sobrevivem até hoje no universo da joia e da ostentação, como a Cartier que se inspirou no século XVIII para criar verdadeiras obras de arte, ornadas de elementos florais, cravejadas de delicados diamantes, a essa era chamamos de Belle Époque. Nesse mesmo cenário, em 1900 em Paris, surge o Art Nouveau, quem também trouxe elementos da natureza para as joias, por meio de detalhes como chifre de animais, trazendo um valor estético diferenciado para as peças da época.

Mas foi durante a 1° Guerra que todo esse glamour se perdeu devido à obscuridade do tempo difícil e as joias ficaram guardadas esperando por novos momentos. Como era de se esperar o pós-guerra nunca é um momento fácil e a mentalidade das pessoas muda, as ideias mudam e, consequentemente os anseios e a arte também seguem o mesmo caminho, o caminho das formas geométricas e retas, estamos falando do Art Decó. Mesmo sem a delicadeza exuberante da Belle Époque o Art Decó também nos trouxe peças ricas e maravilhosas, inspiradas no movimento arquitetônico do Bauhaus, no Cubismo e no Abstracionismo.

Foi depois da 2° Guerra que o pensamento dos compradores de joias começou a mudar completamente. Quem comprava essas preciosidades, não só compravam por apreço as peças, mas também pensavam a título de investimento, pois agora o que realmente importava era a raridade e os detalhes facetados das gemas, e foi desta época em diante que os designers de joia começaram a procurar novos caminhos e novas maneiras de expressar suas ideias, buscando cada vez mais por novos materiais, novos conceitos e novos desenhos, afim de fazer brilhar os olhos dos consumidores e adoradores do universo da joia.

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por Colunista Portal - Dia A Dia e Estética

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