Avaliação do tratamento de depressão através de ressonância magnética funcional.

Medicina

08/07/2009

Avaliação do tratamento de depressão em pacientes com doença de Parkinson através de ressonância magnética funcional.

O circuito neuronal relacionado à depressão na doença de Parkinson, assim como os efeitos da terapia antidepressiva nestes pacientes,
não são bem estabelecidos. Os métodos de neuroimagem podem levar ao melhor conhecimento da patogênese e também dos mecanismos de ação relacionados a um tipo específico de tratamento.

Para avaliar as diferenças da atividade neuronal, foram comparados 21 pacientes com doença de Parkinson e diagnóstico de depressão
e 16 sem depressão, por meio de ressonância magnética funcional (RMf), em uma tarefa cognitiva que incluiu percepção emocional e escolha forçada com duas opções. Estes 21 pacientes deprimidos foram aleatorizados em dois grupos de tratamento por quatro semanas: estimulação magnética transcraniana (EMT) ativa sobre o córtex pré-frontal dorso- lateral esquerdo (5 Hz EMT – 120% do limiar motor) com pílula placebo e EMT placebo com 20 mg de fluoxetina, diária. Os pacientes foram submetidos a um experimento de RMf cujo
paradigma foi relacionado a eventos de apresentação visual de faces de conteúdo emocional.

Os pacientes sem depressão realizaram RMf duas vezes (teste e reteste) e os deprimidos, quatro vezes (duas vezes antes e duas depois do tratamento). As imagens dos pacientes com doença de Parkinson e depressão demonstraram menor atividade no córtex pré-frontal medial quando comparados aos pacientes com doença de Parkinson sem depressão. Ambos os subgrupos de pacientes com doença de Parkinson e depressão apresentaram melhora significativa e similar dos sintomas da depressão. Após o tratamento com EMT ativa observou-se menor atividade do giro fusiforme esquerdo, do cerebelo e do córtex pré-frontal dorso-lateral direito, e maior atividade do córtex pré-frontal dorso-lateral esquerdo e do cíngulo anterior nas imagens de RMf quando comparadas àquelas antes do tratamento. Por outro lado, a fluoxetina determinou aumento da atividade do córtex pré- motor direito e do córtex pré-frontal medial direito em imagens de RMf realizadas após o tratamento.

Observou-se efeito de interação entre os grupos (tempo [pré × pós] versus tipo de tratamento [fluoxetina × EMT]) no córtex pré-frontal medial esquerdo, sendo maior o aumento no grupo tratado com EMT.
Os nossos achados mostraram:
1) padrão diferente de atividade cerebral em pacientes com doença de Parkinson com e sem depressão;
2) os efeitos antidepressivos da EMT e da fluoxetina foram semelhantes e significativos;
3) em pacientes com doença de Parkinson e depressão os efeitos da EMT e da fluoxetina são associados a diferentes mudanças da atividade cerebral, e em ambos as áreas encontradas são parte da rede neural relacionada à depressão.

Autor: Ellison Fernando Cardoso. Orientador: Edson Amaro Júnior. [Tese de Doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2008.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Colunista Portal - Educação

por Colunista Portal - Educação

O Portal Educação possui uma equipe focada no trabalho de curadoria de conteúdo. Artigos em diversas áreas do conhecimento são produzidos e disponibilizados para profissionais, acadêmicos e interessados em adquirir conhecimento qualificado. O departamento de Conteúdo e Comunicação leva ao leitor informações de alto nível, recebidas e publicadas de colunistas externos e internos.

Portal Educação

UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93