Mamografia

Medicina

30/12/2008

A mamografia no Brasil está intimamente associada ao Instituto Brasileiro de controle de Câncer (IBCC), em 1971, eles trouxeram o primeiro mamógrafo para o Brasil, equipamento que protagonizou uma das maiores conquistas da mastologia no país.

A mamografia é principal técnica de screening que consiste em se obter uma imagem usando as diferenças de coeficiente de atenuação linear dos diversos tipos de tecidos e materiais, detectando corpos de diferentes densidades e formas. O diagnóstico mamográfico é uma tarefa que necessita da habilidade do radiologista no procedimento e da interpretação da imagem para a definição do diagnóstico. É um procedimento que necessita de técnica e posicionamento adequados para que não haja comprometimento da imagem mamográfica; requer ainda conhecimento e treinamento do radiologista e de equipamentos que produzam boas imagens. Se os fatores: técnica, treinamento e qualidade da imagem, não forem associados, imagens de baixa qualidade dificultarão o diagnóstico, gerando ansiedade e nova exposição do paciente.

A mamografia é uma técnica radiográfica que faz uso de um tubo de raios X, com características específicas e que está acoplado a um arco móvel, o qual possibilita um direcionamento angular do feixe adequado aos diversos tipos de incidência: médio-lateral-oblíqua, crânio-caudal, etc. O sistema mamográfico possui ainda uma bandeja de compressão cuja finalidade é homogeneizar a espessura da mama e mantendo-a imóvel ao mesmo tempo.O sistema de detecção faz uso do tradicional conjunto telafilme. No entanto, o filme de mamografia deve ser especial e de alto contraste para que possa compensar o baixo contraste inerente ao tecido mamário. A técnica radiográfica empregada é de baixa quilovoltagem (kV) e alta miliamperagem (mA).

Conseqüentemente, as doses de radiação são altas. Quanto maior a tensão aplicada ao tubo, maior será a energia dos raios X gerados e maior também o seu poder de penetração. Aumentando-se a corrente, aumenta-se a intensidade do feixe. Devido às densidades das estruturas anatômicas dos tecidos que compõe a mama serem muito próximas, na mamografia convencional utiliza-se baixas energias, da ordem de 20KeV, para que haja a possibilidade de se diferenciar um tecido do outro.

A tecnologia dos mamógrafos desenvolveu-se muito desde 1966, quando foi desenvolvida a primeira máquina dedicada à mamografia. Até então, as imagens mamográficas eram produzidas por máquinas convencionais de raios-X com anodo de tungstênio, os quais produziam imagens muito pobres e aplicavam altas doses de radiação no paciente. Em 1969, foi lançado o primeiro modelo comercial do “Senographe I”, da companhia CGR. Esse mamógrafo incluía características inovadoras como o anodo de molibidênio com filtro de molibdênio de 0,3 mm e tamanho do ponto focal de 0,6mm, com os quais se obtinham imagens de qualidade suficiente e com a finalidade de solucionar altas doses de exposição. Diversos Fabricantes, como a Siemens, a Philips, a Picker e a General Eletric passaram a produzir modelos similares ao da CGR e com isto, surgiu a primeira geração de mamógrafos.

Em 1975, a Du Pont introduziu uma combinação tela-filme fluorescente desenhada exclusivamente para a mamografia. Em 1977, surgiu o modelo com tubo de raios X possuindo dois pontos focais: um de tamanho nominal igual 0,45mm para a mamografia convencional de contato com o filme, e outro chamado de microfoco, de tamanho nominal igual a 0,09mm, próprio para a realização de projeções ampliadas de regiões da mama. Em 1980, inicia o projeto da segunda geração de mamógrafos, reduzindo significativamente o tempo de exposição e a confiança do paciente durante o procedimento. Em 1984, além do tubo de raios X para a mamografia de microfoco e alta corrente elétrica, aparecem os primeiros equipamentos motorizados para a compressão.

Em 1992, os equipamentos ganharam várias possibilidades de combinação alvo filtro, especificamente a introdução da tecnologia do ródio, que apresenta melhor penetração no tecido mamário, sendo especialmente útil para mulheres com mamas radiodensas. Em 1996, com o aumento da quantidade de mulheres aos serviços de mamografia, acontece o lançamento do sistema de máquinas de fácil operabilidade e menos propensas a erros. Sucessivas melhorias técnicas foram sendo implantadas nos equipamentos, tais como CAE (Controle Automático de Exposição), anodos giratórios, o sistema de aquisição de dados digital. Em 1988, surge no mercado a mamógrafo com cassete digital único, que permite a troca da imagem por ponto digital em uma máquina e, finalmente no ano 2000, surge o primeiro sistema de campo digital total, propiciando tecnologia digital.

Com o objetivo de melhoria da qualidade da imagem, são usados os simuladores de tecidos (ou fantomas), os quais são recursos utilizados para se avaliar objetivamente os parâmetros que influenciam a qualidade da imagem em mamografia. Os simuladores possuem o propósito principal de simular a interação do feixe com o paciente objetivando avaliar o enegrecimento, a definição, o contraste da imagem e caracterizar determinados achados radiológicos.

Texto retirado do curso de Mamografia do Portal Educação.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


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