Estudo mostra que internet interfere na relação médico-paciente

Medicina

07/04/2009

Um estudo, feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) mostra as consequências de se buscar informações médicas na internet. Muitos leigos entram em sites de busca e procuram por textos relacionados a doenças e medicamentos, ao invés de procurarem um auxílio profissional.

Segundo a médica Helena Beatriz Garbin, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, responsável pela pesquisa, muitas vezes, os dados na internet podem estar incompletos ou até incorretos, além da linguagem médica, que pode não ser entendida corretamente, resultando em dúvida no paciente.

Sendo assim, a maior preocupação da classe é justamente o perigo do excesso de informação na internet, já que não existe um controle de qualidade dos dados disponíveis. Situação que pode resultar no aumento da automedicação, por exemplo.

O lado positivo é que essa ação fortalece a imagem do médico, porque os pacientes acabariam confiando mais no profissional após a consulta das doenças na internet.

“O maior acesso do paciente às informações sobre medicina e também sobre o médico é muito positivo. Este não precisa mais ser "paciente" à espera de informações que o médico pode ou não dar. Hoje o "paciente" é ativo, busca e questiona as informações fornecidas pelo médico. Este posicionamento serve para diminuir a angústia do paciente frente ao desconhecido. No entanto, ele deve ficar atento, pois nem todas as informações disponíveis na internet são confiáveis. Deve-se lembrar que o médico é detentor do conhecimento. Se o paciente não concordar com o médico ele pode procurar outro especialista. Pois a confiança no profissional é muito importante, inclusive para a adesão ao tratamento” declara a tutora de psicologia Karolina Leite dos S. Pinto.

De acordo com o levantamento, as mulheres são as que mais buscam informações sobre saúde na internet. Também tem crescido o número de jovens e idosos em busca dessas informações.