Profissional explica os riscos de uma gestação fora do útero

Medicina

01/04/2009

Um caso raro de gestação chamou atenção da classe médica no Espírito Santo, em virtude de uma mulher que deu a luz a um bebê gerado fora do útero. Por algum motivo, o óvulo fecundado se instalou na cavidade abdominal, perto do intestino e não no útero.

O bebê, uma menina, foi levado para UTI neonatal porque teve uma ligeira dificuldade respiratória, normal entre recém-nascidos prematuros. Após poucos dias, mãe e filha tiveram alta.

O Tutor do Portal Farmácia, um dos 20 sites associados do Portal Educação, e da Pós-Graduação lato sensu em Farmacologia do Portal, Ronaldo Costa, declara que uma gestação como esta é rara e perigosa tanto para a mãe, quanto para o filho. “Comumente ocorrem casos de hemorragias graves, dores abdominais, e morte da gestante. Estima-se que 4% das mortes maternas decorram em função de gravidez ectópica”, ressalva o tutor.

De acordo com Ronaldo, implantação e desenvolvimento do embrião fora do útero é chamada de gravidez ectópica e aproximadamente 2% das gestações, ocorrem nas tubas uterinas. “É muito raro esse tipo de gestação ser concluída, uma vez que nenhum outro órgão do corpo humano possui adaptação para o desenvolvimento do embrião, e assim, raramente o embrião sobrevive. Além disso, em função do risco que apresenta à gestante, ocorre a retirada do embrião implantado, apesar de que 50% dos casos somente é diagnosticado após a interrupção natural da gestação, entre 6 e 12 semanas”, explica o profissional.

Ainda, segundo o tutor, nestes casos, a cesariana é a melhor opção para o parto “Com certeza a retirada deve ser cirúrgica, mas talvez essa nomenclatura não seja a mais indicada, pois cesária é a incisão no útero gravídico para retirada do feto. Nesse caso, contudo, o feto não está no útero. Se ocorrer um caso raro de gestação sem interrupção natural, a cirurgia é a única opção viável”, conclui Ronaldo.