14/10/2008
As estatinas são usadas no combate ao colesterol
Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, sugere que o uso de estatinas, substâncias utilizadas no combate ao colesterol, podem retardar o envelhecimento das artérias.
As artérias dos pacientes que sofrem de doenças cardíacas envelhecem em uma progressão mais acelerada do que o resto do corpo.
Isso acontece porque as doenças podem danificar o DNA das células que protegem as paredes das artérias, limitando sua habilidade de limpar os depósitos de gordura.
Segundo o estudo, publicado na revista científica Circulation Research, as estatinas estimulam a produção de uma proteína chamada NBS-1, capaz de detectar os danos no DNA das células arteriais e acelerar sua recuperação, atrasando dessa forma seu envelhecimento.
"É uma descoberta interessante descobrir que as estatinas não apenas reduzem o colesterol, mas estimulam o kit de recuperação do DNA das células, atrasando o envelhecimento das artérias", disse Martin Bennett, que coordenou o estudo.
Funções
As células do corpo humano são capazes de se dividir apenas um número limitado de vezes. Nos pacientes com doenças cardíacas, as células arteriais se dividem entre sete e 13 vezes mais vezes do que o normal - o que resulta em um envelhecimento precoce das artérias.
As células das artérias mais "envelhecidas” não funcionam tão bem quanto a daquelas mais jovens. Por isso, são menos capazes de combater a ruptura dos depósitos de gordura, chamados de placas arterioscleróticas, o que pode bloquear as artérias e causar ataques cardíacos e derrames.
De acordo com o estudo, ao aumentar os níveis da proteína NBS-1, as estatinas aceleram a recuperação do DNA das células, aumentando o tempo de vida das artérias e prevenindo seu envelhecimento prematuro.
"Os principais fatores de risco que causam as doenças cardíacas – pressão alta, diabetes, colesterol alto, fumo, falta de exercício – aceleram um processo de envelhecimento comum, que é irreversível. Reduzir os riscos com algumas mudanças de estilo de vida pode ajudar a prevenir esse envelhecimento – e descobrimos que as estatinas podem contribuir nesse processo", afirmou Bennett.
Segundo o pesquisador, se as estatinas forem capazes de agir da mesma forma em outras células, talvez possam proteger os tecidos normais dos danos causados no DNA como parte da quimioterapia ou radioterapia em pacientes com câncer, “potencialmente reduzindo os efeitos colaterais”.
Para o diretor médico da Fundação Britânica do Coração, Peter Weissberg, "níveis altos de colesterol no sangue induzem um ciclo repetitivo de danos e recuperação nas paredes arteriais que resulta em ataques cardíacos se o mecanismo de recuperação não é adequado".
"As estatinas protegem contra ataques cardíacos ao reduzir os níveis de colesterol e os conseqüentes danos às paredes arteriais. Essa pesquisa demonstrou que as substâncias podem ainda aprimorar os mecanismos de recuperação naturais das artérias", concluiu Weissberg.
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