Tratamentos Para Dependentes Químicos

Medicina

06/04/2015

O consumo de substâncias psicoativas altera o funcionamento cerebral, causando danos psicológicos e sociais, que podem variar de intensidade, o que contribui e compromete no processo de recuperação das pessoas. O tratamento dos usuários de qualquer substância deve considerar essas alterações cerebrais que afetam o psicológico e o convívio social da pessoa, auxiliando a gerenciar os déficits cognitivos, emocionais e sociais em curso. As abordagens no tratamento atuam em duas formas:

Uma atua oferecendo acolhimento, respeitando as limitações momentâneas e, ao mesmo tempo, responsabilizando-os a participarem das decisões e das etapas de sua recuperação. Além disso, é consensual que as abordagens biológicas são capazes de melhorar o funcionamento psicológico e o desempenho social do paciente. Outro ponto a ser abordado são as questões psicossociais - terapêuticas, terapias ocupacionais e vocacionais, que alcançam impacto significativo sobre a arquitetura e a fisiologia do cérebro.

A outra forma de abordagem no tratamento é a atuação direta com a família do paciente. Inicialmente é necessário avaliar e identificar o quanto a dependência da pessoa atuou negativamente sobre ela, causando sofrimento e transformando essa estrutura familiar ora ausente e negligente, ora meramente punitiva; e depois avaliar e identificar também o nível de apoio que a família é capaz de fornecer no processo de recuperação da pessoa.

É muito importante o auxílio de todos os membros do convívio social da pessoa. É importante que eles entendam a complexidade do problema e as maneiras mais adequadas de lidar com o usuário durante o processo de desintoxicação e manutenção da abstinência.

O importante é esclarecer que não há um único modelo ou solução para tratar os dependentes químicos. As melhores opções é a combinação de modelos, observando as várias necessidades dos dependentes associadas ao acompanhamento especializado e sempre avaliando a evolução do mesmo.

Caso necessite, se os resultados esperados não forem obtidos, o método de tratamento deve ser modificado, buscando outra alternativa que possa auxiliar o dependente químico a ser curado.


Os Treze Princípios do Tratamento Efetivo

O NIDA (National Institute on Drug Abuse) (Instituto Nacional sobre Abusos de Drogas) é um instituto norte-americano especializado em tratamentos de dependentes químicos. Ele elaborou uma tabela contendo os principais fundamentos para o tratamento adequado dos dependentes de drogas, e é utilizado por diversas instituições em todo o mundo, devido a sua eficácia no planejamento e ações com os dependentes.

Princípios do tratamento efetivo - National Institute on Drug Abuse (NIDA)

1 - O tratamento necessita ser facilmente disponível;

2 - Nenhum tratamento é efetivo para todos os pacientes;

3 - O tratamento deve atender às várias necessidades e não somente ao uso de drogas;

4 - O tratamento necessita ser constantemente avaliado e modificado de acordo com as necessidades do paciente;

5 - Permanecer em tratamento por período adequado é fundamental para o tratamento;

6 - Aconselhamento e outras técnicas comportamentais são fundamentais para o tratamento;

7 - Medicamentos são importantes, principalmente quando combinados com terapia;

8 - A comorbidade deveria ser tratada de forma integrada;

9 - Desintoxicação é só o começo do tratamento;

10 - O tratamento não necessita ser voluntário para ser efetivo;

11 - A possibilidade de uso de drogas deve ser monitorada;

12 - Avaliação sobre HIV, hepatites B e C, aconselhamento para evitar esses riscos;

13 - Recuperação é um processo longo e muitas vezes necessita de vários episódios de tratamento.

Fonte:http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11416&rastro=TRATAMENTO%2FDepend%C3%AAncia+Qu%C3%ADmica/Defini%C3%A7%C3%A3o


Cuidados na Escolha da Clínica

As clínicas de tratamento para dependentes químicos são muito procuradas pelas famílias dos usuários que desesperadas buscam auxílio para os seus entes. Elas podem ser públicas, privadas ou ONG’s e como todo o setor de saúde pública no Brasil, as dificuldades de se achar vagas é extremamente grande, devido às demandas, levando algumas famílias a procurar clínicas particulares.

As opções de tratamentos em clínicas especializadas devem conter alguns requisitos que forneçam às pessoas que buscam o seu auxílio, alguns pontos essenciais que devem ser observados, pois muitas dessas clínicas, por não receberem a devida fiscalização podem ser utilizadas por pessoas que buscam “tirar” proveito da situação, não dando o suporte necessário, como condições sanitárias e higiênicas no local, falta de registros nos órgãos oficiais, métodos de tratamento inadequados, superlotação e, até mesmo, o uso de violência contra as pessoas que buscam o auxílio.