A gravidez na adolescência é considerada de alto risco
Medicina
19/12/2014
A gravidez na adolescência é considerada de alto risco. Daí a importância indiscutível do pré-natal para evitar complicações durante a gestação e o parto. Do ponto de vista físico-biológico, a gravidez na adolescência é de alto risco.
A incidência de hipertensão, doença frequente na gravidez, é cinco vezes maior nas adolescentes que também são mais propensas a ter anemia. Muitas já estavam anêmicas quando engravidaram e têm o problema agravado durante a gestação o que aumenta o risco de bebês prematuros, com peso menor e a necessidade de cesáreas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a gravidez na adolescência como uma gestação de alto risco devido a repercussões sobre a mãe e ao RN, além de acarretar problemas sociais e biológicos. A gravidez na adolescência pode leva consequências emocionais, sociais e econômicas para a saúde da mãe e seu filho e ocorre no extremo inferior da vida reprodutiva que é dos 10 aos 19 anos de idade. A ocorrência de morbimortalidade na infância é alta em países pouco desenvolvidos, mas principalmente nascidos de mães adolescentes.
Associado à situação socioeconômica e à falta de apoio no acompanhamento da gestação, as adolescentes não recebem informações adequadas quanto à alimentação materna correta, importância da amamentação e imunização infantil, acarretando prejuízo às crianças, impacto na saúde pública, além da limitação no desenvolvimento pessoal, social e profissional da gestante. O peso ao nascer obtido logo após o nascimento está diretamente relacionado às condições de nutrição da gestante e do RN, sendo o principal fator determinante no aspecto do crescimento e desenvolvimento da criança.
De acordo com a OMS, todo nascido vivo com peso ao nascimento inferior a 2.500g é considerado como baixo peso ao nascer. A associação da gestação adolescente e o aspectos socioeconômico cultural em que está inserida é fator de risco determinante para a ocorrência de prematuridade e/ou baixo peso ao nascer. A idade da mãe como fator isolado, ou a análise pura e simples do ambiente socioeconômico cultural em que se encontra, é perigosamente reducionista quando comparados com os de mães não adolescentes ou com condição social melhor diferenciada.
Sob a ótica da saúde pública há consenso sobre os maiores riscos quando as idades das adolescentes são mais precoces, o que solicita o estudo e a elaboração de políticas públicas efetivas direcionadas a essa população. Fica claro que principalmente as adolescentes grávidas necessitam de atenção especializada, dada a importância da problemática social enfrentada pelo grupo, sendo necessário que estas recebam cuidados pré-natais semelhantes às gestantes de alto risco.
Segundo o Ministério da Saúde (1993), a assistência adequada ao pré-natal da adolescente tem por objetivo evitar os seguintes problemas: Desnutrição materna; Retardo do crescimento intrauterino; Excessivo ganho de peso da gestante; Crescimento fetal excessivo; Infecções urinárias; Doenças hipertensivas específicas da gestação; Bebês de baixo peso; Partos prematuros; Doenças sexualmente transmissíveis; Infecções perinatais; Oferta de recém-nascidos para adoção; Anemia; Depressão; Desagregação familiar; Evasão escolar; Gestações recorrentes; Abandono da amamentação; Maus tratos à criança e desnutrição infantil.
• Referências Bibliográficas:
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