Papiloma vírus humano

HPV causador do câncer de colo de útero
HPV causador do câncer de colo de útero

Medicina

03/11/2014

PAPILOMA VÍRUS HUMANO

O papiloma vírus humano é um vírus da família papillomaviridae, gênero papilomavírus, tendo por material genético um DNA dupla fita de formato circular, o vírion não possuem envelope. Existem mais de cem tipos diferentes de HPV, dentre estes os responsáveis pela maioria das verrugas genitais e de orofaringe são os vírus seis e o onze, e os causadores dos variados cânceres não só na área genial com também na orofaringe os tipos dezesseis e dezoito. O HPV atinge a pele e as mucosas.


O ciclo biológico do HPV está totalmente ligado ao das células epiteliais hospedeiras, os queratócitos, onde a replicação viral acompanha a diferenciação e a maturação, sendo nas camadas superiores do epitélio em que se encontra maior atividade replicativa e maior quantidade de partículas virais (GONÇALVES, 2010, p. 197).


Contudo, na maioria dos casos o HPV é eliminado espontaneamente do organismo sendo assintomático, e de acordo com o instituto nacional de câncer (INCA. 2014) estimativas dizem que somente cerca de 5% das pessoas portadoras do papillomavírus humano desenvolverá alguma forma de manifestação.


Porem quando o indivíduo não elimina o vírus este ainda pode ficar em estado latente por vários anos, e sua transmissão ocorre através do contato direto com algum tipo de lesão causada pelo vírus, no compartilhamento de objetos pessoais, e também durante o parto ou na gestação variando do grau de virulência na gestante.


Os papilomas vírus humanos oncogênicos isto é com potencial para causar câncer, provocam os cânceres de vulva, vagina, colo do útero, pênis, anus, região perianal, orofaringe podendo ser malignos ou benignos.


Tatti (2010), afirma que os imunossuprimidos, homossexuais, portadores de DSTs, pessoas que têm vários parceiros sexuais, e pessoas que mantêm relações sexuais anais, tem maior risco de desenvolver o câncer anal e deveriam ser submetidas ao rastreamento. E também alerta que o tabagismo é um importante fator de risco.


O diagnostico das verrugas genitais é feita por observação clinica e confirmada por biopsia. Já para o câncer de colo do útero é feita a prevenção com exame de papanicolaou, e se for detectada células cancerígenas é feita a confirmação por colposcopia que revela a localização, a dimensão e o grau das lesões neoplásicas intra cervicais, podendo ser NIC1 e NIC2 para um câncer in situ, isto é menos agressivo, ou NIC3 quando a neoplasia é invasiva.


Nos outros casos de câncer na região genital é feita a colposcopia com biopsia ou exames histológicos detecção das lesões celulares causadas pelo vírus. A biopsia é analisada por uma das varias técnicas de biologia molecular, estas identificam o vírus, podendo ser a de Southern Blot que é a mais sensível de todas sendo usada ate para pesquisa de novos tipos de vírus, a de Dot Blot que é mais rápida que a anterior por não usar enzimas de restrição, outra é a Captura Hibrida que é especifica para detecção dos tipos oncogênicos, A Hibridização In Situ que é utilizada nos cânceres invasivos, e a técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase) identifica todos os tipos de HPVs já detectados.

É valido ressaltar que não existe tratamento especifico para eliminar o vírus, contudo existem métodos diferentes que devem ser usados de acordo com a localização, extensão, numero de lesões, entre outras vertentes que envolvem cada caso, portanto o tratamento é individualizado. Pode ser usado o laser, a eletrocauterização, o ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo.


A prevenção é feita através do uso de preservativos que diminuir de forma significante o risco de contaminação, com a realização do exame preventivo Papanicolau que desde sua implantação os óbitos por câncer de colo de útero caíram 50%. E também através da vacina quadrivalente contra os tipos seis, onze, dezesseis e dezoito do vírus, que é distribuída pelo SUS (sistema único de saúde) e aplicada em três doses, sendo a segunda seis meses após a primeira e a terceira, cinco anos após a segunda, estando disponível apenas para meninas de nove a onze anos.



REFERÊNCIA


INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. HPV e câncer: perguntas mais frequente. Rio de Janeiro: DARAO, 2014. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?Id=2687#topo>. Acesso em outubro de 2014.


ALVARENGA, G. C.; et al. Papilomavírus humano e carcinogênese: no colo do útero. [S.I.: s.n.], 2000.


KOSS, L.G.; GOMPEL, C. Introdução à Citopatologia ginecológica: com correlações histológicas e clínicas. São Paulo: Roca, 2006. 203 p.


GONÇALVES, S.; et al. Mapeamento da incidência do papillomavírus humano: por município na rede pública do estado do Paraná, Brasil.[Florianópolis]: RBAC, 2010. p. 197-200.


TATTI, S. A.; et al. Colposcopia e patologias do trato genital inferior: vacinação contra o HPV. Porto Alegre: Artmed, 2010. 368 p.

Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Bhruna Kamilla dos Santos

por Bhruna Kamilla dos Santos

Graduanda em Biomedicina pela FAG/IESC, com estágio extracurricular em análise clínica, monitora prática e teórica, mais de 500 horas em cursos de extensão na área biomédica.

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