Determinação Quantitativa dos íons cloretos no soro
Em laboratório utiliza-se o método da espectrofoto
Medicina
26/09/2014
Introdução
Fisiologicamente, a urina é formada através da passagem de sangue, de arteríolas, a ser filtrado na cápsula de Bowman, túbulo contorcido proximal, alça de Henle, túbulo contorcido distal, ducto coletor, passando pelos ureteres, bexiga e, por fim, na uretra a fim de ser expelida ao exterior do corpo. Possuímos milhares de néfrons para efetivar a produção de urina em velocidade adequada.
Neste líquido, verifica – se a presença pequena de íons cloreto, o qual, assim como outras partículas na urina, são resultado de um intenso trabalho por parte dos rins de garantir a reabsorção de substâncias essenciais, como a água, sódio e cloro, e estabelecer a eliminação de produtos, como os nitrogenados produzidos como meio de diminuir a toxicidade no organismo, em doses certas. Assim, o ser humano, vertebrado mais evoluído, possui um sistema avançado de excreção e preservação de materiais essenciais.
A osmolaridade diz respeito ao número de íons dissolvidos na água. Sendo assim, à medida que o líquido a ser filtrado nos glomérulos renais passa pelas estruturas citadas, a osmolaridade aumenta, pois com a reabsorção de água no túbulo contorcido proximal, alça de Henle e ducto coletor, o líquido torna - se mais concentrado e a proporção íons / água aumenta. Desse modo, o fluido que chega nas porções finais das estruturas do sistema urinário é hipotônico em comparação com o início do processo, na cápsula de Bowman.
O íon cloro está presente no corpo humano na concentração de 0,2%. Os cloretos são importantes porque participam do equilíbrio do volume hídrico nas células. Por isso, em águas minerais à venda em estabelecimentos comerciais e no cloreto de sódio comumente utilizado em preparo de alimentos, existe este composto inorgânico necessário à homeostase do organismo.
Em laboratório, para determinar a concentração de substâncias, utiliza - se o método da espectrofotometria. Nela, a cor das diferentes soluções obtidas e que se quer analisar são colocadas em um aparelho em que mede o comprimento de onda específico para a cor em estudo. Por exemplo, no caso da solução de urina diluída, que possui cor laranja decorrente da adição de outros compostos colorimétricos, o comprimento de onda correspondente ao espectro visível pelo olho humano é de 590 a 620 nanômetros. Parte da luz do líquido contida em uma cubeta é absorvida e a outra, transmitida. Para comparar a concentração do líquido em análise, tem – se um valor de referência, da solução padrão.
Para complementar o trabalho da espectrofotometria, recursos podem ser usados para analisar colorimetricamente as substâncias no cotidiano laboratorial. Um exemplo é o tiocianato férrico, um íon que funciona como complexante de cátions, como o ferro, no estado de oxidação três. Este reagente, em meio ácido, como na urina, adquire cor amarela. Além do tiocianato férrico, utiliza - se, também, outro reagente para fim de coloração, o nitrato.
Desse modo, a saúde possui métodos de verificação da concentração de íons, como o cloreto, na urina. Através deste experimento pode-se identificar quantitativamente íons cloreto nas amostras com a importância de identificar-se uma hipocloremia ou hipercloremia e a partir de resultados, profissionais podem estabelecer o diagnóstico de disfunções do organismo, por exemplo originadas do trabalho inadequado dos rins e investir em prevenção e qualidade de vida.
OBJETIVOS
O objetivo desta prática é determinar quantitativamente os íons cloretos na amostra de urina, através de metodologia colorimétrica.
MATERIAIS E REAGENTES
-Como materiais usa-se: pipetas, tubos, béquer, pera de borracha e cronômetro.
-Como reagentes usa-se: O Padrão (NaCl), Nitrato, e o Reagente de Cor (que contém o tiocianato de mercúrio, nitrato férrico, e ácido nítrico.
DESENVOLVIMENTO
Primeiramente realiza-se a coleta da urina. Logo depois, se realizado a sua homogeneização, mede-se seu volume, e dilui-se uma concentração de 1mL de urina em 1mL água, em um primeiro tubo.
Logo depois, separa-se mais 3 tubos, intitula-os de 1, 2 e 3, nos quais se adiciona 3,5 mL de reagente cor e 100 microlitros de nitrato. Após, se faz os seguintes procedimentos:
- O tubo 1, representa o controle negativo, podendo ser observado a cor que os reagentes possuem. No tubo 2, se adiciona 10 microlitros da amostra de urina diluída. No tubo 3, se adiciona 10 microlitros do Padrão.
Logo após esses procedimentos, homogeneizamos os tubos, sacudindo-os, e observa-se a cor que eles vão se constituindo. Depois de 2 minutos, mos que o tubo 1 continou com a cor clara, quase branco, e os tubos 2 e 3 ficaram laranjas. A cor branca é devido a amostra ter refletido todas as cores, a cor laranja devido ter absorvido todas as cores e refletido laranja.
O próximo passo seria ter feito as leituras fotométricas do Padrão e da Amostra. Com os resultados da leitura do espectrofotômetro, para chegar ao resultado desejado, calcularíamos a concentração da amostra através do Fator de Calibração, através das fórmulas: FC= CP/AP e CA( mEq/L) = FC x AA. Resultados
No tubo 2, após adicionar uma gota de tiocianato (CNS) à solução de urina diluída com água destilada juntamente com 100 microlitros de nitrato (para manter o pH ácido), verifica-se uma coloração alaranjada forte. Isso, pois, na presença de íons cloreto, o tiocianato reage, turvando a solução para a cor amarela/laranja.
A coloração do tubo 2 tubo é muito semelhante à da solução padrão (tubo 3), que é comparada ao tubo de controle positivo. O tubo 1 permanece com uma cor clara, quase branca.
Conclusão
Conclui-se que o método de análise quantitativa se baseia na comparação da cor produzida por uma reação química com uma cor padrão. De acordo com a intensidade da cor produzida, infere-se a concentração do determinado analito (substância que se quer analisar). O uso do espectrofotômetro, é um método seguro para verificar a coloração de uma reação, no qual comparamos a intensidade de cor, no caso laranja, com a cor padrão, chamada de “branco” (solução padrão em que o espectrofotômetro é zerado). A cor branca é devido a amostra ter refletido todas as cores, a cor laranja devido ter absorvido todas as cores e refletido laranja.
Ainda, a determinação quantitativa dos íons cloretos no soro através da metodologia colorimétrica, é importante para diagnosticas hipocloremia e hipercloremia, na qual níveis baixos ou altos do íon cloreto podem resultados em doenças como déficit digestivos, desidratação, acidose tubular renal entre outros quadros clínicos.
Referências bibliográficas
Química clínica. William J. Marshall, Stephen K. Bangert, Marta Lapsley. 7° edição. 2013 Elsevier editora ltda.
Biotecnologia I: princípios e métodos. Alessandra Nejar Bruno. Artmed 2014.
Estudo espectrofotométrico de oxidação no sistema ferro (II) / tiocianato e seu aproveitamento analítico. Fernando Grine Martins. Universidade de São Paulo. Faculdade de filosofia, ciências e letras de Ribeirão Preto. Departamento de Química. Programa de pós – graduação em Química. 2002.
Roteiro de aulas práticas Bioquimica. Universidade de São Paulo. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”.
Departamento de Ciências Biológicas. Professores : Dr. Daniel Sherer de Moura, Dra. Helaine Carrer, Dr. Luiz Antonio Gallo, Dr. Luiz Carlos Basso, Dr. Murilo Melo. 2012. Disponível em: docentes.esalq.usp.br/luagallo/Apostila%20Pratica2012.doc. Acesso em 15/09/2014.
Água mineral natural Prata. Componentes presentes na água mineral natural Águas Prata. Disponível em: http://www.aguasprata.com.br/blog/Componentes-presentes-na-Agua-Mineral-Natural-Aguas-Prata-1. Acesso em 15/09/2014.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA, com sede na cidade de São Paulo, SP, na Alameda Barão de Limeira, 425, 7º andar - Santa Cecília CEP 01202-001 CNPJ: 17.543.049/0001-93