Fobia social e síndrome do pânico podem ser superadas
Efeitos do temor nas faces humanas
Medicina
17/09/2014
A fobia social é entendida como uma doença que impede o cidadão de interagir e levar uma vida normal. Quem sofre dessa moléstia costuma sentir-se inferior e incapaz. Tem uma ideia fixa na mente de que vai fracassar. Qualquer desafio parece dificílimo. Isso leva à introspecção, uma vontade de ficar sozinho em um monólogo interior que não chega à conclusão nenhuma, um desejo de evitar que os males da sociedade o atinjam e um temor de que alguém descubra o que passa em sua cabeça e o condene.
Os sofredores desse mal costumam ver os ditos extrovertidos como pessoas perfeitas no aspecto físico, nas vestimentas, na postura perante os outros, no conhecimento e, sobretudo, em conversação e relacionamento interpessoal. O tímido costuma subestimar-se. Acredita que tenha em si uma incapacidade que inevitavelmente vai levá-lo à derrota. Psicólogos e psiquiatras consideram tal comportamento nocivo. E existe tratamento medicamentoso associado à terapia para vencer esse tipo de pensamento.
A maioria dos profissionais diz que, para tratar esse mal, é preciso descobrir o que houve no passado do paciente para que ele viesse a desenvolver esse comportamento no futuro. Outros dizem que o que vence a timidez é a superexposição da pessoa intensamente até que se perda o dito medo. A verdade é que é previsível o que aconteceu no passado de quem adquiriu a fobia social. Certamente, foram agressões físicas e psicológicas, pessoas de seu convívio insistindo com o tímido que ele é inútil. O fato é que quem passa a acreditar nessas ideias pode tornar-se até um analfabeto por medo de enfrentar as situações cotidianas.
O tratamento medicamentoso é indicado principalmente para quem tem fobia social e depressão ao mesmo tempo. Uma tristeza sem explicação, um sentimento de solidão embora tenha companhia vão criando ideias perniciosas na mente. Quando a pessoa sente que sua existência está coberta por trevas e negatividade, ela tende a querer se isolar, não mais sair de casa. Aí surge a síndrome do pânico. Um medo exagerado de tudo, como se uma tragédia estivesse prestes a acontecer e o sofredor fosse sucumbir. Por isso seria melhor continuar fechado em casa. O mundo pode assombrar.
O grupo Introvertidos Anônimos foi criado para que, por meio do diálogo, a timidez fosse vencida. Essa associação inspirou-se no sistema inventado pelos Alcoólicos Anônimos. Em certa ocasião, um dos frequentadores dos Introvertidos Anônimos declarou que, quando uma mulher se aproxima dele, sua boca enche de saliva. E isso fica incontrolável, fazendo-o afastar-se dela. Uma moça disse que a timidez faz que ela fique em silêncio o tempo todo, temendo falar ou agir incorretamente. As feições dela modificam-se. E, aos olhos dos outros, ela parece estranha. Outro rapaz disse que é capaz apenas de lavar louça. Ele aspira a ser caixa, mas pensa que isso é inatingível por causa de sua incapacidade.
Sobre esse assunto, alguns psicólogos afirmaram que, na sociedade capitalista, que exige que todos trabalhem para sobreviver, entrar no casulo ou esconder-se por medo podem conduzir a pessoa à falência. O mesmo acontece nas escolas e universidades. Há atividades que têm de ser feitas e não existe oportunidade para ser tímido. Todos têm de participar e interagir nas aulas. Quem não enfrenta isso vai fracassar, com certeza.
Alguns psicólogos chegaram a dizer que essa sociedade não foi feita para acolher a fobia social. O tímido, entrementes, sabe de algo que extrovertidos têm dificuldade de entender: não ser inconveniente e reconhecer suas limitações. A exigência do tímido com ele mesmo e com o próximo é grande, apesar da crença que ele tem em sua incapacidade. Por isso, quando o fóbico social descobre fragilidades nos extrovertidos, ele tende a perde a confiança neles.
Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.
por Tânia Damasceno
Tânia Damasceno é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e licenciada em letras (português/inglês) pela Universidade Nove de Julho de São Paulo. Sua experiência profissional concentra-se nas áreas de comunicação e idiomas.
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