Enteroparasitose e saúde pública

As doenças parasitárias constituem graves problemas de saúde
As doenças parasitárias constituem graves problemas de saúde

Medicina

24/07/2014

As doenças parasitárias constituem graves problemas de saúde pública principalmente em países em desenvolvimento. Os parasitos intestinais estão entre os patógenos mais frequentemente encontrados em seres humanos e causam doenças que podem se manifestar de formas diferentes. Essas doenças vêm sendo usadas em diversos estudos como marcadores socioeconômicos, pois evidenciam as condições de higiene, saúde e saneamento básico à que esta população está exposta.


Para que uma parasitose seja classificada como enteroparasitose é necessário que o parasito envolvido na doença passe uma das fases do seu ciclo biológico no aparelho digestivo ou anexos, provocando alterações patológicas.


Os agentes causadores dessas doenças são helmintos ou protozoários.


As helmintíases com maior incidência em humanos são: ascaridíase (A. lumbricoides) enterobiose (E. vermicularis) ancilostomose (A. duodenale, A. braziliense, N. americanos) e estrongiloidíase (S. stercoralis). Dentre as protozooses destacam-se a giardíase (G.lamblia) e amebíase (E histolytica, E.coli).


As epidemias ou endemias de parasitoses ocorrem porque são oferecidas aos parasitos condições que propiciem o desenvolvimento desordenado junto à uma população ou hospedeiro susceptível. As condições que propiciam a proliferação de parasitos estão fortemente relacionadas com as alterações ocorridas no meio ambiente, à concentração populacional, às baixas condições higiênicas e alimentares da população exposta.


As enteroparasitoses são vistas como problema de saúde pública e é motivo de preocupação para os profissionais da saúde não só pelos males causados pela própria doenças, mas também pelo agravos decorrentes destas como anemias, desnutrição, obstruções intestinais, sangramentos, problemas neurológicos, entre outros. Esses agravos debilitam o indivíduo parasitado deixando-o muitas vezes incapacitado de realizar suas atividades rotineiras a até dependente de intervenções hospitalares.


Apesar dos grandes avanços tecnológicos nos últimos 50 anos, as reduções na prevalência de parasitoses foram insignificantes. De fato, em termos globais ou absolutos, o número de casos continua aumentando consideravelmente principalmente em áreas subdesenvolvidas.


Mesmo as enteroparasitoses sendo um dos principais problemas de saúde no Brasil, a investigação parasitológica têm sido negligenciadas em todo o país, agravando o quadro dessas parasitoses, uma vez que os portadores assintomáticos não são diagnosticados previamente transformando-se em disseminadores das doenças parasitárias.


Para que esse quadro mude é necessário à implementação de planos de educação sanitárias pelos órgãos públicos a fim de conscientizar a população acerca dos seus hábitos de vida, higiene e males causados pelas enteroparasitoses além de investimento em áreas como saúde e infraestrutura (tratamento de esgoto, água, coleta de lixo, etc.).

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Esta apresentação reflete a opinião pessoal do autor sobre o tema, podendo não refletir a posição oficial do Portal Educação.


Paula Nathania Fernandes

por Paula Nathania Fernandes

Bacharel em Biomedicina. Pós-Graduanda em Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética em serviços de saúde. Coordenadora e supervisora de estágio ( Lab. Nova Serrana ltda). Biomédico Sênior ( Lab. Nova Serrana ltda). Atuação nas áreas de Análises Clínicas e Imagenologia.

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